A Flor da
Mangueira Rosa
João
Gomes Sobrinho – Xexéu
Lajes meu
berço querido,
Abençoado
torrão,
Que me
deu inspiração,
Pra tudo
quanto escrevi,
Agradeço
o grande mestre,
La do céu
ter me ensinado,
Fazer
poema inspirado,
Da terra
onde nasci.
Quem vier
nas Lajes vê,
A lagoa e
o serrote,
Que eu
fiz o primeiro mote,
Com nove
anos de idade,
Naquela
mangueira rosa,
Foi a
minha academia,
Nela
aprendi poesia,
Na maior
tranquilidade.
Aquela
mangueira ali,
Representa
um drama infindo,
O
monumento mais lindo,
Que deste
solo se ergueu,
Era no
quintal da casa,
Que eu
brincava diário,
Hoje
demonstra o cenário,
Onde um
poeta nasceu.
Foi nessa
mangueira onde,
Andei
meus primeiros passos,
Quando
saia dos braços,
De quem
mais me deu carinho
A morte
levou mamãe,
Pra onde
quem vai não vem,
Fez eu
chorar sem ninguém,
Na sombra
dela sozinho.
Foi ali
que eu vi abelhas,
Fazendo
festa nas flores,
Passarinhos
cantadores,
Saudando
o nascer do dia,
O sabiá
modulando,
No verde
céu do arvoredo,
Como quem
conta um segredo,
Num
quadro de poesia.
Papai
cantava comigo,
Na sombra
dessa mangueira
A moda da
jardineira,
E outra
que dizia assim,
Enquanto
vida eu tiver,
Por mim
serás relembrada,
Moreninha
bem-amada,
Pra que
fugiste de mim,
O romance
da princesa,
Do reino
da pedra fina,
O de
Alonso e Marina
E da
cigana feiticeira,
Mistérios
dos três anéis,
E a
lâmpada de Aladim,
Papai
cantava pra mim,
Na sombra
dessa mangueira.
Essa
mangueira foi palco,
De amor e
poesia,
Na sombra
dela eu relia,
Cartas de
frases amorosa,
Cantei
igual um xexéu,
Na mata
verde do sonho,
Agora
choro tristonho,
Revendo a
mangueira rosa.
Foi o
tempo esse malvado,
Quem
destruiu meus amores,
Despetalou
todas flores,
Do meu pé
de amor perfeito,
Só não
destruiu ainda,
Pra minha
felicidade,
Esse
jardim de saudade,
Que tem
plantado em meu peito!
É esta
saudade infinita,
De quem
jamais esqueci,
Faz eu
declamar aqui,
Sentindo
a brisa cheirosa,
Trazer o
cheiro suave,
Das
primaveras de outrora
Recordo
beijando agora,
A Flor da
Mangueira Rosa!
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