sexta-feira, 29 de novembro de 2019

A Flor da Mangueira Rosa



A Flor da Mangueira Rosa

João Gomes Sobrinho – Xexéu

Lajes meu berço querido,
Abençoado torrão,
Que me deu inspiração,
Pra tudo quanto escrevi,
Agradeço o grande mestre,
La do céu ter me ensinado,
Fazer poema inspirado,
Da terra onde nasci.

Quem vier nas Lajes vê,
A lagoa e o serrote,
Que eu fiz o primeiro mote,
Com nove anos de idade,
Naquela mangueira rosa,
Foi a minha academia,
Nela aprendi poesia,
Na maior tranquilidade.

Aquela mangueira ali,
Representa um drama infindo,
O monumento mais lindo,
Que deste solo se ergueu,
Era no quintal da casa,
Que eu brincava diário,
Hoje demonstra o cenário,
Onde um poeta nasceu.

Foi nessa mangueira onde,
Andei meus primeiros passos,
Quando saia dos braços,
De quem mais me deu carinho
A morte levou mamãe,
Pra onde quem vai não vem,
Fez eu chorar sem ninguém,
Na sombra dela sozinho.

Foi ali que eu vi abelhas,
Fazendo festa nas flores,
Passarinhos cantadores,
Saudando o nascer do dia,
O sabiá modulando,
No verde céu do arvoredo,
Como quem conta um segredo,
Num quadro de poesia.

Papai cantava comigo,
Na sombra dessa mangueira
A moda da jardineira,
E outra que dizia assim,
Enquanto vida eu tiver,
Por mim serás relembrada,
Moreninha bem-amada,
Pra que fugiste de mim,

O romance da princesa,
Do reino da pedra fina,
O de Alonso e Marina
E da cigana feiticeira,
Mistérios dos três anéis,
E a lâmpada de Aladim,
Papai cantava pra mim,
Na sombra dessa mangueira.

Essa mangueira foi palco,
De amor e poesia,
Na sombra dela eu relia,
Cartas de frases amorosa,
Cantei igual um xexéu,
Na mata verde do sonho,
Agora choro tristonho,
Revendo a mangueira rosa.

Foi o tempo esse malvado,
Quem destruiu meus amores,
Despetalou todas flores,
Do meu pé de amor perfeito,
Só não destruiu ainda,
Pra minha felicidade,
Esse jardim de saudade,
Que tem plantado em meu peito!

É esta saudade infinita,
De quem jamais esqueci,
Faz eu declamar aqui,
Sentindo a brisa cheirosa,
Trazer o cheiro suave,
Das primaveras de outrora
Recordo beijando agora,
A Flor da Mangueira Rosa!

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Comentários com termos vulgares e palavrões, ofensas, serão excluídos. Não se preocupem com erros de português. Patativa do Assaré disse: "É melhor escrever errado a coisa certa, do que escrever certo a coisa errada”