segunda-feira, 30 de dezembro de 2013

Mensagem para 2014 - Ubirajara Rocha


Não importa se vai acontecer, 
o que conta é a esperança no novo amanhecer, 
na luz da aurora que volta resplandecer.
Ano novo vida nova! Não é apenas jargão,
é sonhar com a felicidade, que alegra o coração.
É apostar no novo, em si, em Deus e no povo,
na vitória e no progresso, no avanço e no sucesso,
dessa nossa humanidade, corrompida pela maldade,
pobre de sinceridade, sobrevivente pela misericórdia,
que apesar da discórdia Deus insiste em amar,
perdoando a ingratidão de quem continua a pecar,
abençoando aqueles que aprenderam louvar,
não apenas com lábios, nem sobre um altar,
mas com suas próprias vidas a Deus glorificar.
Na luta pela justiça, defendendo a premissa,
do amor verdadeiro, a honra do guerreiro,
que o fraco defende, e no combate aprende,
que maior amor não há, dar a vida pelo irmão,
foi a maior lição que Jesus veio ensinar.

Feliz 2014, com menos egoísmo e sem omissão!
(Ubirajara Rocha)

domingo, 29 de dezembro de 2013

Uma Reflexão - João Maria de Medeiros


Estive pensando como o ser humano trata os animais e penso que não é justo o tratamento dispensado aos nossos companheiros de morada neste planeta azul.
Vamos refletir um pouco: Nós seres humanos condenamos sempre a escravização e comemoramos ainda hoje o fim dela, não é mesmo?

O que me decepciona é que, o que o homem não quis pra ele, faz com os animais. Quando quer se divertir, usa os animais; quando precisa da força de trabalho, usa os animais e inúmeras outras formas de uso dos coitados.

E o pior que isso, ocorre quando o homem, após uma bênção alcançada, um pedido a Deus, ao pai celestial, ao invés de agradecer de uma outra forma, faz é uma grande festa, onde quem acaba pagando o pato são os animais.

Isso, com que com certeza, não agrada ao pai. Não haveria outras formas de agradecimento, como por exemplo uma festa, mas com utilização de frutas e legumes?

Com toda certeza, esta opção agradaria muito ao Todo Poderoso. Não essa a matança dos animais. Vocês já pararam pra pensar na quantidade de animais que são abatidos nesse período que se comemora o nascimento do filho do homem? Absurdo!! Não?

Outra coisa: estudos científicos comprovam que a espécies humana não surgiu pra comer carne. A nossa dentição é formada por dentes que servem para amassar os alimentos, os legumes, as frutas; não a carne.
Além do que, estudos científicos também apontam os produtos derivados dos animais, como indutores de problemas sérios de saúde.

Por tudo isso, vamos tratar melhor os animais antes que seja tarde demais Melhor para nós e melhor para eles. Nós merecemos; eles merecem.

***João Maria de Medeiros é professor , poeta e cronista.
Parte superior do formulário


EQUILÍBRIO - Luiz P. Valle


Águia real
Graúna 
e Cambaxirra

Este é o nosso milagre

É possível ser audaz
sem deixar de ser suave

Falcão Peregrino
Bem te vi
Biquinho de Lacre

Acho isto muito belo

É possível ser garboso
sem deixar de ser singelo

Gavião Rei
Pintassilgo
Caga Sebo

Este talvez seja o enredo

É possível ser aguerrido
e ainda respeitar o medo

Seja como for

Dá pra ser ave altaneira
e ainda assim
ser Beija-Flor.

(LCPVALLE-15/10/13)

sábado, 28 de dezembro de 2013

CURTA O CURTA, NÃO CURTA DROGAS! - Marcos Cavalcanti


O que é o espelho? É o que nos dá a imagem invertida da gente e do mundo? O que é a arte? É o que nos dá a imagem divertida do mundo? Tudo serve ao seu contrário também no mimetismo que ambos refletem. A arte que faz rir é a mesma que faz chorar. A arte que nos proporciona distração, também nos faz pensar. Nesse sentido, o documentário é um gênero especial no mundo da Sétima Arte e a sua função primordial é a de provocar no espectador, reflexões sobre aquilo que se desenrola na tela. Quando ele congrega a capacidade de emocionar e de nos fazer pensar, atinge o seu máximo objetivo. Não importa quão simples tenha sido o meio empregado; quão precário tenha sido o aparato técnico utilizado, nem tão pouco se os seus autores e atores são amadores ou profissionais.

Quem já assistiu ao documentário “Falcão - Meninos do Tráfico, de MV Bill, talvez imagine que não tenha muito mais o que ver quando o assunto é Droga. Na verdade, há sim, pois são muitos os ângulos a serem explorados nesta difícil abordagem e somente uma visão sistêmica do tema nos torna plenamente conscientes do que “o mal dos séculos” significa e que consequências traz ou trará para o nosso cotidiano.

O curta-metragem “De quem é a culpa?” que teve a sua avant-première ontem (27-12-2013), no Teatro Candinha Bezerra, e que foi produzido com muito esforço pelo Grupo de Teatro Lua Serena (com o apoio especial de Nilson Rocha), nos amplia a visão com o mérito de nos colocar dentro da cena através das inquietantes indagações que nos propõe. Vendo o filme nos enxergamos partícipes do enredo e chamados à refletir sobre o nosso papel nessa trama ou nesse terrível drama que desafia a todos. O curta, ao trazer dados da realidade brasileira, nada-ficcional, mas ainda subdimensionados, nos provoca desde o início, e ao final deixa evidente que não basta responder às perguntas propostas. É preciso agir imediatamente. Assim, camaradas, senhores políticos, agentes de segurança, judiciário, educadores, artistas, desportistas, empresários, mães e pais de família, crianças, jovens, adultos e idosos, câmeras: Ação!

Não nascemos para morrer da forma absurda como morre o personagem principal; não nascemos para sermos zumbis de si mesmos; não existimos para não-existir, e é precisamente por isso que a cena final é tão chocante, é tão forte e nos inquieta. Inquieta-nos porque é o testemunho em reprise do terrível que está tão próximo e que é cada vez mais frequente em nossa cidade; inquieta-nos porque percebemos que ela está bem ali, convulsiva e com o sangue ainda quente escorrendo pelo calçamento da que outrora fora uma simples e pacata cidadezinha do interior. A morte, brutal, crua e banalizada se apresenta diariamente nos blogs da blogosfera, como a repetir os versos de Augusto dos Anjos: “ O homem que nesta terra miserável, mora entre feras/sente inevitável necessidade de também ser fera.”

Humanizar-se, eis a chave para começar a busca por soluções. Sentir que o outro é nosso semelhante, que é nosso irmão e que merece algo mais que ser um mero baseado de existência; que merece ser sim um craque na vida e não ter a vida jogada no crake.
Malgrado todo o drama que se desenrola no filme da vida, é esperançoso ver jovens produzindo arte em nossa cidade. É alentador ver que a batalha não está perdida e que é prazeroso dizer: parabéns aos protagonistas deste roteiro. A CULPA por este texto eu credito inteiramente a vocês, que nos fizeram pensar e que nos faz agir. Quem não viu o documentário, veja! Culpados ou inocentes, não nos culpemos por ignorância ou omissão.


e

UM MARCO NA HISTÓRIA CINEMATOGRÁFICA DE SANTA CRUZ - Gilberto Cardoso dos Santos

Gilberto Cardoso dos Santos (cena do documentário)

Nilson, Wallace, Natanaã, Geilza e Robson

O lançamento do documentário "De quem é a culpa?" feito pelo grupo Lua Serena, deverá figurar como um marco na história do cinema santacruzense.

O Teatro Candinha Bezerra, em 07.12.2013, foi palco de fortes emoções: dia do lançamento do curta-metragem “De quem é a culpa?”,  documentário sobre  drogas produzido pelo Grupo Lua Serena.

Logo à entrada, antes do espetáculo, tínhamos o mais jovem escritor da cidade, Anderson Lima, vendendo cordéis e opúsculos em prosa, todos de sua autoria. Uma produção considerável e digna de nossa atenção.

Estrategicamente, foi posto um espelho grande pelo qual todos deveriam passar antes de adentrar no salão do teatro. Neste espelho, havia um ponto de interrogação enorme e o nome do curta. A resposta para a grande pergunta do filme estava diante dos nossos olhos. 

Admirável foi o número dos que compareceram ao teatro e demonstraram, através do absoluto silêncio e aplausos calorosos, o quanto gostaram do que estavam vendo.

Imagem do público antes do evento

Antes do curta, tivemos a participação musical de Fernando Santos e Paulo Medeiros que cantaram e tocaram muito bem a música Além dos olhos. Os muitos aplausos atestaram o quanto o público apreciou a composição feita por eles mesmos.
 Paulo Medeiros e Fernando Santos

A arte poética e musical vieram somar-se à produção cinematográfica naquela noite para conceder instantes de glória ao povo santacruzense.

Robson Ramon, Wallace, Geilza, Natanaã Périkles e Amandha Oliveira estão de parabéns pelo belo trabalho que fizeram. Digno de louvores também foi o meticuloso e paciente trabalho de edição feito por Nilson Rocha, criador da WebTV Sem Fronteiras.

Meses e meses de empenho abnegado e sem retorno financeiro resultaram na produção de um belíssimo filme que reúne informação de qualidade, dramatização impactante e música envolvente.

Nele, vê-se o comovente depoimento da mãe de um usuário de drogas, as explicações para o vício, dadas por um ex-dependente químico e a participação de uma psicóloga experiente no tema. Marcos Cavalcanti e eu também tivemos a honra de participar desse curta.

Os atores Natanãa, Geilza e Wallace, bem como os figurantes dramatizaram da forma mais convincente possível a realidade vivida por muitos jovens da periferia. Inevitávies foram as lágrimas e os aplausos calorosos.

No final, tivemos alguns discursos emocionados do secretário de cultura Edgar Santos, de Hugo Tavares, Marcos Silva, Marcos Cavalcanti (eu também falei alguma coisa) transbordantes de elogios ao Grupo Lua Serena e de cobrança às autoridades para que deem a mão a estes artistas, tão úteis à causa social.

A produção cinematográfica em Santa Cruz, no gênero documentário, deu um importantíssimo passo nesse ano de 2013. Muitos são os projetos do idealizador do curta, Robson Ramon. O grupo começou muito bem e merece o apoio de toda a sociedade.

No final, como se não bastasse tudo que havíamos visto e ouvido, o cordelista Anderson Lima nos presenteou com a declamação de Aquela dose de amor, do poeta Antônio Francisco. Fechou com chave de ouro, pois talvez esteja aí a resposta para a grande pergunta lançada pelo curta. Falta, certamente, uma dose de amor no coração das autoridades, dos educadores e de todos que compõem o tecido social. Somente com o amor permeando todas as medidas que venham a ser tomadas, seremos capazes de soluções para  tão grave problema.
Anderson Lima declamando

Parabéns, Geilza, Natanaã e Robson. Sinto-me muito feliz de ter sido professor de vocês. Outros que estudaram nas mesmas circunstâncias hoje estão mortos ou presos por causa das drogas. Vocês, porém, resolveram seguir um caminho diferente e hoje usam o grande talento que possuem para tornar esse mundo melhor.

Robson Ramon, idealizador e produtor do curta "De quem é a culpa?"

Parabéns, Amanda! Parabéns, Wallace! Parabéns, Nilson Rocha. Santa Cruz deve se orgulhar de ter filhos como vocês. 
Marcos Cavalcanti, em discurso emocionado ao final do evento
Parabéns, Marcos Cavalcanti, por sua brilhante participação no curta, por seu empenho em registrar audiovisualmente o evento e pelas palavras ditas ao final. Parabéns a Edgar Santos por abrir a portas do Candinha e por todo apoio dado a um evento tão significativo para nossa cultura. 

ELOGIOS AO CURTA "DE QUEM É A CULPA?"





Eduardo Vicente

Parabéns a Cia. de teatro Lua Serena pelo trabalho hoje apresentado no teatro Candinha Bezerra. O curta, De quem é a culpa???
Maravilhoso trabalho, isso de uma boca só em todo o teatro!!!!
Parabéns a Robson RamonAmandha OliveiraNatanaã PeriklesGeilza BonecoWallace Medeiros,Nilson RochaMarcos Cavalcanti e Gilberto Cardoso Dos Santos pelo trabalho, relatos, debates, confissões, luta, encenação, qualidade... Sucesso!!!

Wilard Monteiro

Fiquei muito emocionado ontem no lançamento do curta. Sim, Santa Cruz deve se orgulhar em ter atores do nível do Natanaã PeriklesGeilza BonecoWallace Medeiros... se orgulhar do talento do Robson Ramon eAmandha Oliveira, que apesar de toda dificuldade, suaram, correram, riram e choraram, mas que finalmente produziram este curta que traz, não só um preocupação com um problema que não toma conta somente de Santa Cruz, mas de todo Brasil, quanto o talento de nosso povo. Parabéns aos entrevistados, Marcos CavalcantiGilberto Cardoso, Lidiane e ao corajoso Charliê, foram ótimas colocações. Parabéns a belíssima música do Fernando Santos e Paulo Medeiros. E, como disse uma vez o amigo prof. Nailson Costa, "eh, Santa Cruz tem coisa boa".

Paulo Medeiros


Galera toda que fez acontecer esse curta. Parabéns de verdade, ficou muito bom!

Quero deixar um parabéns especial para o Natanaã Perikles. Porra garoto, você atuou 

muito, mas muito bem mesmo. Só minha opinião!  Todos foram muito bem!


Joman Ricardo

Esse povo ta de parabéééns! Pense num curta massa!!! Emocionante de verdade!


Marcos Silva


sexta-feira, 27 de dezembro de 2013

RECORTES, RETOQUES E RETALHOS (Maciel Souza)


De aplausos que valem pouco
Com força, muito aguerrido
Em plumas, sentindo pena
De ódio destituído
Fazendo certos recortes
Só com sentimentos nobres
Vivendo nenhum delírio.

Parando sobre as paragens
De retoques indecentes
Nos preços que mais devoram
Depois dos entorpecentes
Abundante e com carência
Parte preso à consciência
Por invisíveis correntes.

Flagrado em sombras à noite
Relatos descomunais
Julgado agora em retalhos
Por forças tão desiguais
E por votos sem minervas
Lançado por entre as trevas
Para outros rituais.

Confesso na guilhotina:
“Sinto-me preso assim
Venci todos os meus não
Sou escravo dos meus sim.
Errei por não desviar
De quem veio atrapalhar
O que só sonhei pra mim.”

Ao relento e dos açoites
Ouviu longa escuridão
Viu perto o cheiro da dor
Sozinho na multidão
Pra vida fez-se escória
Perdeu a lenta memória
Pra ter o peso do chão.


Seca no Médio-Oeste


quarta-feira, 25 de dezembro de 2013

Bom dia, Jesus - Jomar Morais



Papai Noel curvado ante a manjedoura
religa-nos ao espírito do Natal genuíno





Se eu pudesse estamparia hoje em todas as primeiras páginas, em todas as capas e em todas as homepages o desenho que ontem o Google entregou-me durante a busca de uma ilustração natalina para o meu website Planeta Jota. A peça singela, sem assinatura, mostra um Papai Noel típico ajoelhado ante uma manjedoura onde um menino repousa, braços abertos, sob o brilho das estrelas.

Talvez bastasse isso para restabelecermos a verdade do Natal sem cairmos na aridez do discurso inflamado contra o que nosso materialismo e nossa fatuidade fizeram da comemoração mais importante em nossa cultura cristã.

Então, imaginei o bom velhinho, em seu traje extravagante nascido de uma campanha publicitária da Coca-Cola, há 83 anos, rendendo-se ao encanto da simplicidade infantil...

- Bom dia, menino Jesus. É por ti que venho e retorno a cada ano. É em teu nome que avivo o sonho das crianças e a ilusão dos adultos, extraindo-lhe sorrisos, cada vez mais raros, ainda que por breves horas. É por ti, sempre por ti, menino abençoado, mestre da alegria.

Mestre da alegria!

Logo percebo que Papai Noel é sábio. Não é desse menino, já feito homem, que nos fala o evangelista João, ao relatar uma animada festa de casamento em Caná da Galiléia? Não é esse o mestre que, vendo a tristeza assediar o contentamento dos convivas, pela primeira vez usa seus poderes para multiplicar o vinho e garantir a confraternização?

Talvez por isso um Papai Noel rechonchudo e divorciado de sua origem (o ímpeto solidário de São Nicolau, no século 4, amenizando a carência dos pobres na noite de 24 de dezembro) precisa voltar a cada ano para nos livrar da inanição de sonhos que sustentam a alegria. Num mundo empobrecido de valores éticos e espirituais, ele tornou-se a única e pálida referência ao sentido de comunhão do Natal para as multidões sôfregas e temerosas.

Papai Noel, reinando na mitologia do consumo e do lucro, parece-nos humano e próximo. Jesus, entronizado no altar das virtudes que, por pragmatismo e astúcia, consideramos inalcançáveis, parece-nos distante e avesso às nossas bodas barulhentas.

Claro, isso é engano. Em Jesus há humanidade e parceria e isso salta de suas palavras e da vida que levou entre nós. Se ele parece ausente de nossas comemorações, é porque, certamente, hesitamos em convidá-lo. Um mestre sacralizado e distante é mais cômodo e seguro para os nossos sistemas de poder, a começar pelo do ego embriagado de desejos. Mas quem resiste ao sorriso de uma criança e ao afago de um amigo?

Nesse sentido, a imagem de um Papai Noel curvado ante a manjedoura pode nos trazer de volta ao rumo perdido.

- Bom dia, Jesus. Como vai você? Hoje à noite vai ter festa lá em casa. Vem com a gente, amigo do peito. É seu aniversário!



terça-feira, 24 de dezembro de 2013

“Confraternização Natalina, Um Caçuá de Falsidade" - Flávio Dantas


O poeta chega em versos
Trabalhando com a verdade,
O que escrevi em narração
É pro campo ou pra cidade,
Pois coloco na minha tina
“Confraternização Natalina
É Um Caçuá de Falsidade”.

Sendo um dia que celebramos
O nascimento de Jesus,
Um momento que seria
Para todos uma luz,
No encontro é comprovado
E por muito não é notado
A falsidade que ali conduz.

As famílias se reúnem
Na tal Ceia de Natal,
São mensagens e abraços
Talvez num clima fraternal,
Tendo no Papai Noel
Com certeza um falso Céu
Numa concordância total.

Surgem os amigos secretos
Numa explosão de fingimento,
Dizem adorar os presentes
Esquecidos após o momento,
Agradecem por falsidade
Pois não gostaram de verdade
Pois pra mentir tem talento.

A Ceia é altas horas
A fome não aguenta mais,
Quem bebe encheu a pança
Não se importa com os demais,
Tem um tal Feliz Natal
Sem saber se o final
A felicidade é geral.

Tem gente que passa o ano
Prejudicando alguém,
Nesse Natal vira santo
Com abraços no vai e vem,
Sem pedir perdão a Jesus
Tem a falsidade como luz
E ainda recebe parabéns.

Por isso a muitos anos
Deixei de lado o Natal,
Basta de festa e encontros
Numa falsidade geral,
A noite lembro Jesus
Que acredito ser a luz
Pra justiça ser total.

E ainda tem aquele povo
Que defende a natureza,
Só falam em preservação
Vendo em tudo a beleza,
No Natal matam o peru
Com a permissão de tu
Pra ter carne com esperteza.

De que adianta mesa farta
Nessa Ceia de Natal,
Se crianças passam fome
Na Zona Urbana e Rural,
Sem ter um Papai Noel
Sem ter no seu pão o mel
Dessa Ceia especial.

De que adianta esse encontro
Com pitadas de falsidade,
Se durante parte do ano
Praticamos mal de verdade,
Muitas vezes dizendo não
Com alguém em precisão
No campo ou na cidade.

Esse é o pensamento
Do Poeta do Povão,
Que escreve o que sente
Nesse humilde coração,
Onde as poesias são tantas
Assinadas por Flávio Dantas
Pra falsidade dizendo não.



Autor: Flávio Dantas
O Poeta do Povão

QUANDO O NATAL SE APROXIMA - Hélio Crisanto


Já não vejo tanto brilho
Quando o natal se aproxima
Confesso perder o clima
Quando vejo um maltrapilho
A mãe olhando pro filho
Sem pão, sem leite, sem lar
Sem ninguém pra lhe ajudar
Usando do seu bom senso
São nessas coisas que penso
Quando me ponho a rezar

quinta-feira, 19 de dezembro de 2013

CASO ENTÃO É NATAL (Música de Simone)


Então É Natal

Simone

Então é Natal, e o que você fez?
O ano termina, e nasce outra vez
Então é Natal, a festa Cristã
Do velho e do novo, do amor como um todo
Então bom Natal, e um ano novo também
Que seja feliz quem souber o que é o bem
Então é Natal, pro enfermo e pro são
Pro rico e pro pobre, num só coração
Então bom Natal, pro branco e pro negro
Amarelo e vermelho, pra paz afinal
Então bom Natal, e um ano novo também
Que seja feliz quem, souber o que é o bem
Então é Natal, o que a gente fez?
O ano termina, e começa outra vez
Então é Natal, a festa Cristã
Do velho e do novo, o amor como um todo
Então bom Natal, e um ano novo também
Que seja feliz quem, souber o que é o bem
Harehama, há quem ama
Harehama, ha
Então é Natal, e o que você fez?
O ano termina, e nasce outra vez
Hiroshima, Nagasaki, Mururoa, ha...
É Natal, é Natal, é Natal

quarta-feira, 18 de dezembro de 2013

UMA LINDA HISTÓRIA DE AMOR, DOR E SUPERAÇÃO

Este lindo cordel que tive a honra de fazer, foi a pedido de um casal de Santa Cruz-RN.Ele chama-se Anderson Lima (vocalista da Banda Forró a Dois) e a mãe da “Menina Letícia”  chama-se Valquíria Silva.
Hoje é o aniversário da filhinha deles que quando criança foi vítima de “Meningite Bacteriana.”
Hoje, ela completa 16 anos, é a alegria da casa apesar das dificuldades físicas. 
Letícia como se chama, ficou com sequelas irreversíveis devido a doença, ela é tetraplégica e depende dos seus pais e avós para absolutamente tudo.
Posso lhe dizer que ela é um Bebê de 16 anos.
Este cordel, é como se fosse sua mãe (Valquíria) Olhando nos olhos dela e falando…
Muito emocionante - Valdeilson Ribeiro

Letícia
Filha, neste teu aniversário 
Vou te homenagear 
Contando a sua história
Não repare se eu chorar
Contarei com alegria
Mas o que vivi um dia
 Me aperta o coração,
Mas Deus estava a frente
Meu Jesus eternamente 
Terás minha gratidão.
Quando eu tinha 15 anos
Sem pensar em consequência 
Engravidei de você
No auge da adolescência
Uma gravidez normal
Sem riscos no pre-natal
Tudo como tem que ser,
Me recordo com alegria
A felicidade do dia
Dia em que te vi nascer.
Com pouco mais de 1 ano
Eu vi que não dava mais
Peguei você e voltei
Para a casa dos meus pais
Lá todo mundo te amava
Carinho não lhe faltava
Crescia linda e forte,
Brincava com a criançada 
Mas já estava traçada
Teu destino e tua sorte.
Lembro as primeiras palavras
Quando começou falar
E com 1 ano e 2 meses
Tudo começou mudar
Ficava até vermelhinha
Coçando a cabecinha
Com febre alta e chorando,
Seu quadro se agravava
Eu triste, também chorava
E você só piorando.
No inicio um exame
Constatou pneumonia 
Você ficou internada
O resto daquele dia
E em 24 horas
Sem ter nem uma melhora
Mais uma complicação,
Uma tristeza sem fim
Quando falaram pra mim:
- Ela perdeu a visão!
Eu entrei em desespero
Gritava no hospital
Vieram me avisar
Que iríamos para Natal
Eu do seu lado sofrendo
Você filhinha, gemendo
Sem nada eu poder fazer,
Minha mãe desesperada
Eu ali sem fazer nada
Vendo tudo acontecer.
Chegou em Natal as pressas
Pra U.T.I foi levada
Em coma por vários dias
Numa cama separada
Uma luta pela vida
E você não foi vencida
E foi me dada a noticia,
Lembro que alguém me ligou
Dizendo: – Ela acordou
Renasceu sua Letícia.
Eu chorava de alegria
Deus tinha me escutado
Até os médicos no dia
Ficaram emocionados
Eu e minha mãe chorava
Nada ali nos consolava
Renasceste filha amada,
No táxi muita demora
Eu ali contando as horas
Para te ver acordada.
Chegando no hospital
Eu tremia sem parar
Subi correndo uma rampa
Louca pra te avistar
Nem parecia verdade
Foi grande a felicidade
Ao pegar na tua mão,
Recuperei meu tesouro
E ao ouvir o teu choro
As lagrimas banharam o chão.
Eu dizia obrigado
Nosso senhor do bom fim
Por ouvir as minhas preces
E devolve-la pra mim
Minha mãe também chorava
Te beijava e te abraçava
No leito do hospital,
Eu olhei bem pra você
E ali pude entender
Não era um choro normal.
Um choro que não parava
Dias e noites chorando
O que alegrou um dia
Estava nos maltratando
O médico que acompanhou
Em um canto me chamou
E deu alta Pra você,
Chorei enquanto ouvia:
- Se ela vai andar um dia
Só Jesus quem vai saber.
Assim voltamos pra casa
Assim como nos mandou
Demos os medicamentos
E você não se calou
Todos sofremos bastante
Um choro angustiante
Dia e noite sem parar,
E era aquela agonia
Parece que já sabia
Que não ia mais andar.
Em casa nada mudou
Seu choro continuava
Todos que viam aquilo
Sofrendo, também chorava
Minha mãe, essa guerreira
Com você numa cadeira
Até 3 da madrugada,
3 meses nessa agonia
Com seu choro noite e dia
E sem poder fazer nada.
Mas Deus teve compaixão
Do sofrimento da gente
E mandou o Doutor Cláudio
Pra curar a inocente 
Imensa a felicidade
Nem parecia verdade
Que tudo tinha mudado,
Todos nós feliz da vida
E aquele dia querida
Foi muito comemorado.
E assim foi evoluindo
O seu quadro a cada dia
Lembro que suas roupinhas
Era Creusa quem fazia
A Meningite, querida
Não tirou a sua vida 
E nem a minha alegria,
Atingiu pernas e braços 
Eu sonhava com seus passos
Com a fisioterapia.
E Deus colocou o Anderson
Pra mudar a minha vida
E a carga que eu levava
Com ele foi dividida
Pra ele era um prazer
Poder cuidar de você
Da minha mente não sai,
Por isso com alegria 
Eu te digo neste dia
Este aqui é o seu pai.
Anderson eu te agradeço
Do fundo da minha alma
Pelos momentos difíceis
Que você manteve a calma
Quando ela passou mal
Eu “doida” no hospital
Gritando e mãe também,
Você cheio de esperança
E chorou feito criança
Ao ver a Letícia bem.
E a sua avó minha filha
Eu nem consigo falar
O que ela já passou
Dar vontade de chorar
Pegou você bebezinho
Te deu amor e carinho
Sempre foi muito correta,
Você pra mim não tem preço
Mãe, eu te amo e te agradeço
Em nome da sua neta.
Filha como eu sofri
Quando ficava doente
Foi muito forte no dia
Que tirou 16 dentes
Deus não faz nada atoa
Fui achar em João Pessoa
Um médico capacitado,
Fiquei decepcionada
Pra mim fui discriminada
Pelo meu próprio estado.
Filhinha, Eu tenho medo
De um dia te perder
Eu acho que eu morreria
Eu não vivo sem você
Quando está debilitada
Eu fico desesperada
Uma tristeza sem fim,
Peço a Deus onipotente
Que ao ver você doente
Que passe sua dor pra mim.
Talvez você nunca ande
Nem namore na escola
Talvez você nunca corra 
Nem na rua jogue bola
Talvez não tenha um noivado
Mas estarei ao teu lado
Enquanto vida eu tiver,
Serás sempre minha dama
Filhinha, mamãe te ama
Do jeito que você é.
Eu agradeço por tudo
Do fundo do coração
Ao Anderson, ao Lohan
Meus pais e os meus irmãos
Por amar a minha filha
Essa princesa que brilha
Que amo a todo segundo,
Não escondo de ninguém
Que para ver você bem
Eu moveria o mundo.
Dezesseis anos fez hoje
É muito gratificante
Só Deus pode explicar
O que sinto neste instante
Idade de uma mocinha
Cresceu minha menininha
Tá linda, que maravilha,
Eu te amo de paixão
E digo com emoção
Meus parabéns minha filha!
Autor: Valdeilson Ribeiro