EPITÁFIO
Este foi um homem feliz.
Este foi um homem feliz.
Trabalhou em silêncio,
sua ração cotidiana
de humildes aleg(o)rias
sua ração cotidiana
de humildes aleg(o)rias
Nunca o seduziu a glória dos humanos
Nem a eternidade dos deuses.
Nem a eternidade dos deuses.
Fez o que tinha de fazer:
repartiu o seu pão entre os humildes,
defendeu como pôde os ofendidos,
semeou esperanças entre os justos,
e partiu, como tinha de partir
feliz com sua vida e sua morte
repartiu o seu pão entre os humildes,
defendeu como pôde os ofendidos,
semeou esperanças entre os justos,
e partiu, como tinha de partir
feliz com sua vida e sua morte
Deífilo Gurgel
Natal: 27.09.1994
Natal: 27.09.1994
A cultura Norte-Riograndense está de luto. Morreu na segunda-feira, dia 06, Deífilo Gurgel aos 85 anos de idade. Poeta, Pesquisador, Advogado e um dos maiores folclorista do Brasil. Nascido em Areia Branca e radicado em Natal, ainda criança já se deliciava com as apresentações de pastoril e boi de reis. Foi sem dúvida, junto com Câmara Cascudo um dos maiores pesquisadores culturais do nosso estado, e orgulhava-se de ter descoberto figuras como Dona Militana, o Poeta Chico Antonio, Fabião da queimadas e o mamulengueiro Chico Daniel. Vasto também foi o seu legado literário: Além de mais de 300 romances registrados, escreveu: “Cais da Ausencia” seu primeiro livro, “Os dias e as noites”, “Sete sonetos do rio e outros poemas”, “Areia Branca, a terra e a gente”, “Bem Aventurados”, e o “Romanceiro Potiguar” obra que considerava a mais importante de todas, e morreu sem ver publicada esta preciosidade. Vejam o poema “Epitáfio” de sua autoria, e sintam a grandiosidade da alma deste ilustre poeta: “Este foi um homem feliz, trabalhou em silêncio, sua ração cotidiana de humildes alegorias, nunca o seduziu a glória dos humanos, nem a eternidade dos Deuses, fez o que tinha de fazer: repartiu o pão entre os humildes, defendeu como pôde os ofendidos, semeou esperanças entre os justos, e partiu como tinha de partir; feliz com sua vida e sua morte”.
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