Divina Poesia (Silas M. Cruz)
A poesia nunca nasceu, embora rica e opulenta. Quem dera
o poeta tivesse parte em suas riquezas, mas ela as nega, sem deferências.
E em sonhos e fantasias, almejam desnudar a musa Calíope
todos os irrequietos poetas.
Não sabendo que ela zomba de todos, estes mesmos mortais
que a reputam por bela.
As noites sem fim, tristonhas e sem calor, redundam em
doces palavras que enobrecem o luar.
Os dias incansáveis, na penúria e dissabor, a poesia os
abate, sem, no entanto, suar.
Pois, suar é um penar consciente ao homem, único mortal
inconsolável.
E morrer lutando é a sina do homem, presunçosamente
desesperado.
O tempo voa nas correntes da vida, cortejando e beijando
tal musa no horizonte celeste.
Dentre todas, é ela a mais majestosa, esplendorosa, que a
partir dos grandes mistérios se enaltece.
Mas, Ah! Quisera eu, na lucidez de meus sonhos poéticos,
repousar o seu sono
incólume!
Pois, a poesia, que atrevidamente nunca ousou nascer, por
consequência nunca morre.
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