Ranhura
Que unidade de medida nos
distancia do bem e do mal? O que move intensos, profundos e infindáveis
mecanismos e desejos de ascendência de uns sobre outros, de constatação do meu
eu - cultural, social, econômico e dogmático - como superior? Que segredos
ocultos guardam essas pessoas, quais substâncias as compõem? Há algo de
incompreensível, de mistério a permear os métodos e diretrizes do Deus
inspirador desse Eu, condutor do espectro da superioridade; é o que nos faz
crer.
Qual a dimensão da faixa que nos separa do nosso próximo?
Seja nos lugares mais remotos, de dimensão minúscula ou continental, grupos
atuam demarcando territórios, instituindo fronteiras, movidos pela sede de
poder, intolerância, falta de empatia e aceitação do outro. Torna-se necessário
que, nos mais diversos organismos sociais, mesmo nas menores células, se
propague a desmistificação de verdades absolutas, atentando-se para a
necessidade do fortalecimento da identificação, do pertencimento e das causas
inerentes às comunidades específicas e aos segmentos sociais que as compõem.
A identificação e o reconhecimento dos múltiplos discursos
embasam o enfrentamento, a desconstrução, mediante diálogo, de conceitos
impregnados de preconceitos, entrelinhas recheadas de intencionalidades,
cite-se: a naturalização da supremacia de uns em detrimento de outros. O
reconhecimento em geral, campo mais amplo e em particular – eu, comunidade e
indivíduo - traz em si a possibilidade do diálogo com o contraditório,
compreensão social e política, uma via de sobrevivência.
O que o povo brasileiro frequentemente assiste no Congresso
Nacional se notifica perfeitamente como discursos evasivos, com propósitos
escusos. A percepção do esvaziamento de argumentações, inclusive, sem adequação
aos fatos, se torna evidente quando dos questionamentos de nossos senadores em
algumas arguições. Do esvaziamento da retórica, surge o simplismo intencional
que fundamenta e materializa o discurso de poder, dominação e consolidação do
status quo.
Com a aproximação do Natal, nascimento do menino Jesus,
acende-se a clareira da reflexão sobre a extraordinária importância da passagem
de um ser iluminado e de tantos exemplos deixados por meio de suas parábolas,
gestos e ações. A vida é um caminho sem retorno, o que não nos impede de
continuarmos na caminhada, sempre em frente, conscientes das curvas sinuosas,
vielas transversais, mas, com espírito renovado e confiante na mensagem da paz
e harmonia entre os povos. Para esse Natal, desejo que: confiantes num processo
de restauração, possamos nos espelhar na – Ranhura – técnica japonesa de
recuperação de objetos quebrados em obras de arte. Colados, porém, inteiros,
que estejamos numa marcha permanente de reentrância com os propósitos de
Jesus!
Maria Goretti Borges
“RANHURA” é uma reflexão exitosa sobre a natureza humana, a sociedade e a busca pelo poder. O que nos distancia do bem e do mal? O que motiva a busca por superioridade em vários aspectos da vida? O texto dá pistas seguras:
ResponderExcluirAborda a questão das fronteiras, destacando a intolerância e a falta de empatia que muitas vezes acompanham essas divisões; enfatiza a necessidade de desmistificar verdades absolutas e fortalecer a identidade e o pertencimento dentro das comunidade; discute a importância do diálogo e do reconhecimento de múltiplos discursos para enfrentar e desconstruir preconceitos; critica discursos evasivos e argumentações vazias.
Como poeticamente sugere o texto, que possamos nos inspirar na técnica japonesa de “Ranhura” para restaurar o que foi quebrado e continuar avançando. Parabéns, MGB, e feliz reconstrução natalina para a autora e seus leitores – Gilberto Cardoso
Gente, sem palavras para comentar essa analogia de tão bem feita, precisa, melhor que a obra.
ResponderExcluirExcelente texto. Mensagem pontual e atual. Que todos possam juntar seus cacos, colá-los, fazê-los resistir a infortúnios do porvir!...
ResponderExcluirMuito obrigada, professor! Resistamos ….
ExcluirLindo texto
ResponderExcluirMuito obrigada!
ExcluirO importante é decidir, como diz Cora Coralina… é essencial, apesar das ranhuras humanas, seguir sempre!
ResponderExcluirVdd, querido George, devagar e sempre!
ExcluirGoretti nos propõe uma excelente reflexão nestes dias ainda tão polarizados, parabéns vou compartilhar com amigos.
ResponderExcluirMuito obrigada, feliz que tenha gostado! ❤️
ResponderExcluirÉ possível recuperar o que foi quebrado e nos tornar um belo vaso! Parabéns, seu texto é bem reflexivo Goretti. Excelente!
ResponderExcluirVdd, Mônica, que Deus nos abençoe! 😘
Excluir👋👋👋
ResponderExcluirQue reflexão! De cacos às ranhuras sejamos e que a transformação seja plena pra todos nós. Parabéns por mais um belo texto.
ResponderExcluirJoseni
Parabéns por mais esse belo texto. Parabéns!
ResponderExcluirJosenir, minha querida, muito obrigada pelo incentivo e carinho, feliz natal 🎄
ExcluirQue as nossas ranhuras nos sirvam para o nosso engrandecimento pessoal.Excelente reflexão!
ResponderExcluirIsso mesmo, que os anjos digam amém! 🙏
ExcluirQue possamos sim, nos inspirar em Jesus, que veio para unir, unificar pelo amor. Assim, como a técnica japonesa, Jesus seja em nossas vidas, em nosso meio a cola que uni cada ser e nos torna essa obra de arte que Deus, nosso pai, assim nos criou. Texto maravilhoso, professora Goretti! É sempre um prazer fazer a leitura. Parabéns!
ResponderExcluirMuito obrigada por enriquecer o texto com um belo e oportuno comentário! Que Deus nos abençoe 🙏
ExcluirGoretti, minha amada irmã! Que texto maravilhoso e profundo! Muito embora eu acho difícil lubrificar as nossas ranhuras, mas mesmo assim a gente vai levando a vida. Parabéns!
ResponderExcluirIsso mesmo, sempre em frente e com otimismo! 😘
ResponderExcluirQue texto maravilhoso, atual e entusiasta, que sigamos como errantes e esperançosos, em busca das ranhuras de nossas almas.
ResponderExcluirMuito obrigada! Isso mesmo, esperançosos, sempre e confiando no poder do bem. Feliz Natal 🎄
ResponderExcluirParabéns professora pelo excelente texto. Sigamos em frente nessa rápida experiência repleta de obstáculos que é a vida. Feliz Natal.
ResponderExcluirMuito obrigada, meu amado amigo, professor Domingos! São muitas vivencias, sempre em frente! ❤️
ResponderExcluirParabéns, Goretti! Amei seu texto! Receba meu abraço e votos de Feliz Natal, Lúcia Eneida
ResponderExcluirMuito obrigada, Lúcia Eneida! Agradecida pelo seu comentário, Feliz Natal 🎄
ResponderExcluirAdorei, maravilhoso! Que possamos nos espelhar e viver💕🙌👏👏👏👏👏👏👏
ResponderExcluirMuito obrigada, minha querida Siomara! Feliz Natal 🎄
ResponderExcluirParabéns pelo texto, excelente reflexão! Feliz Natal!
ResponderExcluirMuito obrigada, Feliz Natal 🎄
ExcluirMinha madrinha tem muitos talentos, parabéns pelo excelente trabalho e pertinente reflexão, tão necessária não somente somente no período natalino, mas todo o ano! Um abraço. Att. Daniel Celeste.
ResponderExcluirA recíproca é verdadeira, meu afilhado é muito talentoso! Que Deus nos proteja, Feliz Natal 🎄
ExcluirQue maravilha me deparar com essa reflexão na véspera de Natal 👏 Parabéns, Goreti, que possamos olhar com individualidade (e não individualismo) para as partes sem esquecermos da grande obra que é a junção do todo.
ResponderExcluirQue maravilha me deparar com essa reflexão na véspera de Natal 👏 Parabéns, Goreti, que possamos olhar com individualidade (e não individualismo) para as partes sem esquecermos da grande obra que é a junção do todo. Forte abraço! Daura.
ResponderExcluirMuito obrigada, maravilhosa Daura! Que Deus continue te abençoando e fortalecendo cada vez mais os seus dons!
ResponderExcluirUm beijo 😘
Texto muito bom, nos proporciona uma excelente reflexão, parabéns!
ExcluirJúnior
Muito obrigada 😍
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