EDY BALEIRO
Edy Star preocupado,
Zeca Baleiro também,
Com o sabor, com o cheiro
Que a música de hoje tem.
É de sentir agonia,
Tanta letra sem noção.
Vieram com lero lero,
Tocaram outro bolero,
E guiam na mesma mão.
À procura de sucesso,
Dinheiro, mulher e fama,
Se atolaram na lama
Do próspero retrocesso.
Adeus, cabras cegas,
Vocês invadiram meu tempo.
Tomaram conta dos pastos,
Dos cachorros e das luas,
Decadência nua e crua.
Edy Star preocupado
Com o filme de terror
Na sessão das 6.
É filme de uma vida inteira,
Estou na fila primeira
A esperar pelo trem.
Zeca, um pagodinho cai bem,
Um chope em vocação.
Tens de imbolá ligeiro
Uma canção para um bem.
Bala neles, Baleiro,
Vamos sair da janela!
Nosso bloco está na rua.
Há tempos A Banda passou.
E Sérgio já deu o tema:
tudo cruel, tudo sistema.
Nelson Almeida. Natal, 01/10/23. 03:14.
Uma crítica mordaz e poeticamente rica à indústria da música. Um apelo aos artistas para que sejam mais autênticos e conscientes em seu trabalho. Jogo de palavras digno de aplausos. - Gilberto Cardoso
ResponderExcluirGrande Nelson Almeida! Uma crítica belíssima e muito necessária em defesa da Arte que, literalmente, mais tem voz, mas, vem sendo deturpada de forma extrema...
ResponderExcluirPoema riquíssimo 🎼🎤✍️👏👏👏
Washington Ribeiro