domingo, 15 de outubro de 2023

DIÓGENES CARVALHO VERAS: ESCRITOR E HISTORIADOR - entrevista


DIÓGENES CARVALHO VERAS: PREMIADO ESCRITOR E DR EM HISTÓRIA 

Entrevistador: Gilberto Cardoso dos Santos


1. Caro Diógenes, ficamos felizes por aceitar nosso convite. Gostaria que iniciasse nosso bate-papo falando-nos de suas origens familiares e geográficas. 

Nasci em outubro de 63, no Alecrim. Minha mãe, natalense. O meu pai, maranhense, primo em segundo-grau do escritor e falecido membro da ABL, Humberto de Campos, nunca foi adepto da minha vontade em enveredar para a literatura, me quis engenheiro civil. Sendo ele próprio construtor, porém, com título acadêmico de economista, professor da UFRN e do IFRN. Trabalhou sempre os três expedientes. Por essa razão, a minha formação foi forçosamente versátil, na juventude, exercendo atividades para agradá-lo, mas com um pé sempre na literatura, às vezes escondido, como durante o curso de ensino médio de mecânica no IFRN, quando me tornei editor de poesias do grêmio escolar, publicando incógnito os meus no mural do centro de convivência. Mas eu devo imenso ao meu pai, não só os princípios da honestidade e conduta cristã, mas o que me ensinou para a vida prática, e que me serviu, sobretudo quando morei fora do Brasil. 

2. Quando e como foi despertado em você o interesse pela leitura?

Meu pai se tornou professor e pai aos 22 anos, fui seu primeiro filho, das duas famílias, e primeiro neto também. O gosto pela leitura foi ponto de partida. Adolescente, escrevia histórias sobre povos, em grafite, num caderno, registrando guerras e conquistas de territórios, provavelmente devido ao que via na biblioteca pessoal do meu pai no escritório dele em casa. Mas foi durante o ensino médio, no IFRN, em concursos de redação promovidos pelo Instituto, quando conquistei resultados e ganhei livros como prêmios, que comecei a perceber que aquilo era algo que eu gostava. Nessa época, lia muito romances policiais trazidos pelo meu ex-cunhado, alguns poetas brasileiros e biografias de autoridades mundiais, oculto num canto do quintal de casa, para que o meu pai não me visse. Percebendo que eu não faria engenharia civil, tentou influenciar-me para o Direito, mas eu, de última hora, inscrevi-me em história na UFRN.

3. Qual a importância dos livros em geral e da literatura em particular em sua vida e formação?

Leio diariamente, principalmente livros físicos, no w.c. inclusive, bula de remédio numa fila, revistas que me caem à mão no consultório médico, manuais de montagem de móveis, a parte de trás de notas fiscais no mercado, folhetos de propaganda, textos de toda ordem, e em qualquer lugar, jornais em espanhol e inglês, no computador onde passo horas, aí também escrevo poemas e contos, e participando de concursos literários. Se mais não leio em literatura, é devido ao meu trabalho como assessor pedagógico da Secretaria de Educação, no Centro Administrativo. Sou professor por opção, após ter trabalhado em várias empresas privadas até os 42, em diferentes atividades. Casei-me com uma professora universitária. O livro é um membro do meu corpo, e como tal tenho de alimenta-lo a diário.

4. Que escritores e obras fizeram parte de sua formação leitora?

De forma geral, o eclético. Até devido a graduação em história, a especialização, o mestrado, e o doutoramento. Na infância, li os clássicos da literatura infantil que havia em casa. Na juventude, Aghata Christie, e todas de Machado de Assis. Vários de José de Alencar, Humberto de Campos, Olavo Bilac, Gabriel Garcia Marques e Vargas Llosa.

5. Quando começou seu interesse pela escrita? Fale-nos sobre seus primeiros textos.

Sempre achei fascinante a capacidade do escritor e da escritora, em por no papel estórias que eu considerava invenções fantásticas, agradáveis e que me fazia sonhar desperto, sair do mundo real para desfrutar. E eu pus na cabeça que um dia quereria escrever também, para provocar em outros, o sentimento notável que eu experimentava ao ler narrativas surpreendentes. Em 1983 e 1984, tive dois textos escolhidos no concurso de redação promovido pelo IFRN, onde estudava, uma sobre o Jubileu da Instituição federal, e outra sobre a vida e obra de Olavo Bilac. Foi um grande estímulo para mim.

6. Como foi sua vida estudantil?

O ensino fundamental foi no religioso colégio Marista, em Natal. Tendo como colegas, os que hoje são: desembargadores, juízes, donos de supermercados, deputados e um senador, empresários de ramos diversos do Estado, médicos conhecidos. Já o ensino médio no IFRN, de Natal, e a graduação no curso de história, me permitiu travar conhecimento com os que não pertenciam a elite, tachados de comunistas pelos meus antigos companheiros de escola do fundamental.

7. Em que momento e por qual razão você optou pela formação em história? Não sentiu vontade de formar-se em algo mais voltado para a escrita literária - o curso de Letras?

Sim, senti. A vontade do meu pai pesou muito na altura. Eu já perfurei poços de petróleo, trabalhei em construtora preparando orçamentos, fui programador de computador, microempresário montei e vendi computadores, vendi tênis aos ambulantes do Alecrim, em balcão de loja na Ribeira, dei aulas particulares, em escolas privadas, em acampamento dos Sem Terras, atuei em escritório de contabilidade. Na Europa, fui garçom, porteiro, bancário, professor de português, e administrativo bilíngue de multinacional. Nada disso me demoveu da ideia e gosto de me tornar escritor, que continuo a perseguir.

8. Sua especialidade é em História Antiga. Destaque o que lhe fascina nessa fase da saga humana.

As perguntas: De onde vim? O que faço aqui? E para onde vou? Sempre foram objetos de minhas profundas reflexões, e considero que, além da Bíblia, eu necessitava conhecer o lado científico da história humana. Em Madri, entre 1999 e 2003, um orientador espanhol com especialidade no povo fenício (atual Líbano) incentivou-me a trilhar esse caminho, depois que outro me rechaçou no tema Egito; penso que ele não gostava de latino-americanos. Justamente aos fenícios se lhes atribui a invenção do nosso alfabeto ocidental.

9. Sua percepção da Bíblia mudou ao longo dos anos? Qual sua visão atual a respeito desse livro e do uso que dele se tem feito?

A fé é algo pessoal, único e encantador, é quase inamovível como ideologia, entre todas as populações do mundo. No caso da Bíblia, os livros mais antigos foram escritos mais de cem anos após os acontecimentos, e transmitidos oralmente a seus autores. Atualmente, a maior parte dos que a compõem foi escolhida pelo imperador romano do Oriente, Constantino, na cidade de Bizâncio, hoje Istambul, capital da Turquia muçulmana moderna, uns trezentos anos após a morte de Cristo. Depois, sofreu banimentos, considerados apócrifos, guardados no Vaticano, substituídos por outros. Quando a América foi alcançada pelos espanhóis, há quinhentos anos, gerou enorme desconforto entre os cristãos, levando os intelectuais da época a fazerem revisões nos seus textos, desde a fonte aramaica, culpando-se os judeus pelas “más” traduções ao grego, e depois, às línguas derivadas do latim, pois era necessário explicar o aparecimento do Novo Mundo e sua gente, que não aparecia por nenhum lado nos textos considerados sagrados. De qualquer forma, se Jesus Cristo, pobre e que preferiu andar com desfavorecidos e rechaçados socialmente, apenas para defender o amor ao próximo, e morreu paupérrimo e injustamente acusado, descesse para recuperar o que já se arrecadou em seu nome, seria certamente o homem mais rico da terra. Para escrever a minha tese, eu me utilizei de alguns textos bíblicos, fontes importantes para a compreensão de parte da história antiga.

10. Em que países já esteve e o que destacaria dessas suas vivências? 

Conheço vários, mas mais do que viajar, eu morei em três cidades fora do Brasil: Londres, Madri e Porto em Portugal. Mais de 14 anos. E tendo de trabalhar e estudar ali, me fez reavaliar valores e princípios que eu levava dentro. Fui obrigado a mergulhar nas regras e culturas alheias para poder sobreviver e superar as dificuldades naturais da convivência. Algumas vezes bem diferentes dos valores que eu aprendi no Brasil. Isto enriquece alguém, se se é capaz de enxergar que a diversidade é a maior riqueza da vida, podendo ampliar grandemente nossos horizontes.

12. Você viveu uma experiência trágica e dela resultaram um belíssimo conto e posteriormente um romance. Fale-nos sobre isso. 

Não é fácil... Para resumir, eu diria que a construção da narrativa de mais de duas centenas de páginas serviu-me, também, como terapia de sobrevivência. Os reflexos do acidente aéreo de 2011 se estenderam por anos, e em 2018 eu estava prestes a explodir, quando decidi, mais uma vez, sair do Brasil desta vez para tentar algo diferente, e foi quando me ocorreu escrever sobre o que eu estava sentindo, em ambiente neutro. Após a minha chegada ao outono português, andei a esmo por quase vinte dias, com a mochila nas costas, sem rumo, conversando com estranhos e procurando respostas diferentes em qualquer lugar. Até me fixar no apto de uma amiga que voltava ao Brasil, no Porto, norte do país. Na realidade, foram várias experiências trágicas, que se seguiram à primeira, e que me levaram a escrever o romance “No ar”, publicado por uma editora portuguesa, com filial no Brasil. 

13. Com o pretexto de ajudar leitores que tenham passado ou venham a passar por tragédias parecidas com a sua, diga-nos se em algum momento pensou em desistir de tudo e o que apontaria como antídoto para enfrentar crises dessa natureza.

Não há nada ruim que não possa piorar. Mas o inverso também é verdade. Eu preferi me levantar após cada vez que ia ao chão, senão cá não estaria contando. Na vida, ao contrário da morte, não há qualquer garantia. Noite e dia, doce e amargo, sorriso e choro, quente e frio, amor e ódio, somos filhos da dualidade que permeia tudo e todos. Há que aceitar-se as regras, se queremos seguir jogando, ou desistir logo. Após uma noite mal dormida, podemos ter uma manhã estupenda, por que não!?

14. Que escritores norteiam sua escrita ou lhe servem de inspiração?

Li e leio diversos autores, de várias nacionalidades e temas. Acho isto muito importante para um escritor poder entender as técnicas de cada um. Já fiz curso de escrita criativa, e escrevi bastante, algumas vezes mal. Já tinha aprendido algumas em minha juventude, outras vêm com a experiência mal sucedida. Machado de Assis e Aghata Christie, além de Danielle Stell e Saramago mais recentemente, me influenciam mais que outros.

15. Fale-nos sobre a literatura potiguar, destacando pontos positivos e/ou negativos.

Desde que se cubra dos valores universais, tal como a Bíblia faz, a literatura local pode alcançar outros lugares e patamares que qualquer escritor deseja atingir. Li poucos conterrâneos, mas Câmara Cascudo é um deles, seus escritos permanecem vivos, e eu já me deparei com bibliografia sua em teses de investigadores universitários modernos da USP, que tratam de história antiga, por exemplo. Também li Diógenes da Cunha Lima, Vicente Serejo, Nísia Floresta, Hélio Galvão, Henrique Castriciano, Nei Leandro, Zila Mamede, Pablo Capistrano, e um autor moderno que ganhou um prêmio de prosa local, mas do qual não me recordo o seu nome, são alguns dos que me lembro, na verdade. Precisamos de mais autores, mas também formar leitores e leitoras.

16. Você mantém uma rotina diária de leitura e de escrita? Há horários definidos?

Pelas manhãs é natural que eu produza mais, mas na falta deste horário, à tardinha é bom horário. Só não escrevo a noite e nem de madrugada. Pelo menos uma página a cada dia (ou revisá-la) é importante. Já cheguei a passar meses escrevendo entre 10 e 12 horas por dia, de segunda a segunda, durante a pandemia. Isto se consegue no inverno europeu, longe dos amigos (risos). Mas penso que não é bom negócio para a cabeça da gente, manter esse ritmo muito tempo.

17. Conte-nos sobre os prêmios já recebidos e menções honrosas por seus textos.

Contando por alto, creio que foram mais de vinte resultados em certames literários em vários estados, desde os 17 anos. Mas também, ter crônicas publicadas nos mais importantes jornais do nosso Estado, tendo um deles sido selecionado para compor o site dos Direitos Humanos, por meio do MEC, é algo que se paga por sí, sobretudo, quando os jornalistas me convidavam para publicar mais vezes. Vai aqui alguns resultados: Poema “Luz”  1º lugar, certame promovido pela prefeitura de Pindamonhangaba-SP, numa de suas categorias, lido em noite de gala no teatro da cidade em 2017; 1º lugar conto “C.P.I. na floresta”, concurso da UFERSA no RN, em 2022; conto “Foi antes de que soubéssemos”, único a receber duas notas 10 entre três jurados, promovido pelas editoras da UFRN e IFRN, em 2021; conto “Cinco quilos”, 2º lugar no concurso internacional da Academia de Letras de Rio Grande-RS em 2021; conto “Cai o pano”, escolhido pela Academia de Letras e Ciências de Ouro Branco-MG, poderá receber roteiro e virar curta-metragem em 2023; entre outros resultados. Mas não posso omitir o resultado alcançado internacionalmente pela nossa tese em história antiga “La literatura sobre fenícios en el territorio brasileño”, validado pela USP e por uma das maiores universidades do mundo, a Complutense de Madrid, com mais de 6 mil downloads em quase todos os países americanos, dos EUA a Argentina, vários europeus, além de Rússia, China, Japão, Austrália, Egito, e outros, e com dezenas de menções de investigadores internacionais. Considero uma boa contribuição dada sobre algumas questões do povo fenício (atual Líbano). Destinei quinze anos a essa pesquisa de 418 páginas escritas em espanhol, e que recebeu nota máxima, por unanimidade da banca examinadora, e com recomendação a publicação.

18. Parabéns, Diógenes! Nós, você e todo o RN, muito temos a comemorar por essas conquistas. O que pretende escrever ainda? Você se reciclou, está construindo uma nova família e, ao menos em parte, superou o grande drama de sua vida. Quais seus objetivos daqui pra frente? 

Obrigado pela oportunidade que me concede, estimado poeta Gilberto, em falar sobre a literatura que produzo e a que consumo. Desafortunadamente há um grande drama a se desenrolar ainda em minha vida... algo que também pus no romance “No ar”.

Meu objetivo é escrever sempre, até que chegue o dia de ir-me. Sempre estou participando de certames literários, é importante submeter o que escrevemos a apreciação dos demais leitores e leitoras. O próximo projeto é o novo livro, que trata de tema relacionado à diversidade.

19. Nada mais oportuno que entrevistar um Doutor em História nesse momento em que o planeta se polariza entre Israel e Palestina. Ajude-nos a entender melhor esse conflito. Sinta-se à vontade para posicionar-se. 

O fim da Segunda Grande Guerra trouxe significantes rearranjos territoriais em vários  países, incluindo o Próximo e Médio Oriente. Os vencedores, assim o ordenaram. O povo judeu, escorraçado e massacrado por outros povos, durante séculos, enfim se estabeleceu no atual território de Israel, ponto estratégico para os EUA, seu maior aliado ali, próximo aos produtores do outro negro, para isso, movendo parte do povo palestino de parte dessa área, o que acabou por gerar a Guerra dos Seis Dias no final da década de 1960, contra alguns países árabes, dos quais os palestinos são parte, ao contrário dos judeus. Mas que serviu para consolidar em definitivo o poder de Israel na região com sua vitória. A Palestina é um povo sem Estado, e que luta politicamente para conquista-lo. Mas o braço armado palestino rejeita a luta por meio da política, dando cabida aos que consideram que o fim justifica os meios.

20. A guerra entre palestinos e judeus ofuscou o conflito na Ucrânia, que já não ocupava tanto as manchetes.  Opine a respeito.

O mundo cada dia mais globalizado por conta da intensa troca comercial entre os países, agrupados em blocos comerciais, sendo cada vez mais rápidas as transações devido aos meios eficazes de transportes modernos e a tecnologia eficiente de pagamento, interliga de algum modo os dois conflitos.  A Rússia tem poderosas armas, se aliou tacitamente à China e à Índia, para enfrentar a cooperação ocidental dos vários países que formam a OTAN. Apesar de superiores à Ucrânia, em armas e tecnologia, os russos não podem usar todo o potencial contra sua anterior aliada (Kiev já foi capital da Rússia), e, portanto, é natural que almejem que o Ocidente se divida no apoio das armas e o do financeiro, entre Israel e Ucrânia, à espera de que o novo conflito (com muitos interesses em jogo numa região estratégica) enfraqueça, por tabela, o abastecimento de armas e recursos para a sua agora inimiga Ucrânia. Por outro lado, a vitória da Ucrânia, deixaria a OTAN às portas do ainda poderoso e rico território russo. As bases norte-americanas em Israel são imprescindíveis, ao mesmo tempo em que os EUA devem manter boas relações com o mundo árabe que cerca Israel. É um barril de petróleo com pólvora muito perto, que pode desencadear imprevisível alcance de sua explosão.

21. Vivemos em um país e época em que o analfabetismo funcional se mostra preocupante. Que conselho você teria para os estudantes e educadores que acessam nosso blog?

Todos os nossos esforços, e você que produz excelentes textos poéticos, devem ser voltados para a criação de excelentes leitores e leitoras, sem eles, o nosso trabalho de escrever, é natimorto, logo não haveria quem os lesse. É preciso dar as mãos em torno de um projeto robusto, inteligente e intenso, buscando formar ávidos leitores e leitoras. Começando por nós mesmos, devemos ler, cada vez mais, autores da terra, além dos nacionais, e dos estrangeiros. E a tecnologia dos celulares pode nos ajudar muito, em vez de falarmos mal dela, podemos nos dedicar a produzir textos que caibam nessas telas pequenas, por exemplo. Hoje, quase não se vê alguém portando livros, as paradas de ônibus, os próprios veículos em movimento, restaurantes, consultórios, estão cheios de leitores e leitoras de telas de smarphones! 

22. À luz de tudo que viveu e leu ao longo desses 60 anos, que respostas definitivas ou provisórias tem para as perguntas: “De onde vim? O que faço aqui? E para onde vou?”?

Há pelos menos quatro grandes religiões no mundo, e cada uma responde as mesmas perguntas, de diferentes modos, porém todas acreditam na vida após a morte, não é mesmo? Mas há também os que não acreditam, e nós não podemos condená-los, afinal ninguém nunca voltou de lá para nos contar como é o outro lado, se é que ele existe. Mas qualquer um de nós quer que ele exista. Eu também espero! Mas tudo é muito incerto, e a fé que haja é a única certeza que temos. Por que sem ela, talvez enlouquecêssemos pensando que tudo acaba aqui. Não há sentido nisso! Mas também não há certeza. 

23. Indique-nos algumas obras pelas quais tem grande apreciação. Há algum livro a respeito do qual diria: “É o livro da minha vida!”?

Os livros sempre nos surpreendem, um após outro. Um que li quatro vezes, há muitos anos, foi Papillon, sobre o prisioneiro francês supostamente mandado de forma injusta para a Guiana Francesa, antes da Segunda Guerra, e que após anos, consegue finalmente escapar do inferno pelo mar. Dali tirei muito aprendizado sobre resistência em terreno adverso, persistência e a sorte com a qual se tem de contar.

24. Foi um prazer dirigir-lhe essas perguntas e obter respostas tão significativas. Fique à vontade quanto às palavras finais. Deixe-nos algum link ou endereço virtual que seja de seu interesse.

Todos os meus familiares e colegas dizem que eu devo ter contas em vários aplicativos das redes sociais, se eu almejo ser um escritor lido além do pouco que sou. Mas eu ainda não me animei. Ao invés, aposto em concorrer seguidamente em certames literários, esperando encabeçar algum grande prêmio, que torne os textos que escrevo, conhecidos do grande público. Ser lido e formar opinião sobre o fato de que podemos viver de outra forma, com menos pressa, onde o livro seja parte importante da sociedade brasileira, como agente que promove justiça social, é o meu grande anseio.

25. Concordo com seus familiares e colegas, mas entendo seu lado. É padrão nesses concursos a exigência do ineditismo. Com o tempo, talvez chegue à conclusão que dá para fazer as duas coisas. Abaixo, disporei alguns links para os que quiserem conhecer seu trabalho.


Poema MENTE:



link: https://www.amazon.com.br/antes-soub%C3%A9ssemos-Di%C3%B3genes-Carvalho-Veras-ebook/dp/

Um conto:

https://literomancia.com.br/Literomancia_Edicao4.pdf#page=36



6 comentários:

  1. Entrevista maravilhosa, um deleite para o leitor, parabéns para ambos!
    Goretti Borges

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  2. Grande entrevista, grande poeta. Parabéns pela trajetória e siga semeando sua poética e historicidade pelo universo. Att: Anderson Valfré

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  3. Linda trajetória, Parabéns! Sucesso

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  4. Excelente entrevista e muito bem argumentando e respondido pelo entrevistado. Parabéns!!!

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  5. Fantástica e belíssima entrevista, vc e maravilhoso . PARABÉNS Diógenes Veras.

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  6. Entrevista fascinante, parabéns!

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