DIÁLOGOS SINCEROS
Tudo bem? Tudo mal. Pela regra de um bom bate-papo você deveria dizer: tudo bem, agora me deixou com apenas a alternativa de me calar ou tentar saber o porquê de estar tudo mal. A primeira alternativa é a melhor, pois não pretendo dizer o porquê de estar tudo mal. Se eu me calar não teremos uma conversa, e o silêncio em um diálogo não tem graça, só se eu ficar repetindo a palavra silêncio até a eternidade. Você é quem sabe, desde que me deixe em paz. Não vou lhe deixar em paz nem em guerra, só quero conversar. Deve estar se sentindo muito solitária para querer conversar com um desconhecido. Você não é desconhecido. Sei tudo sobre você, inclusive coisas que você nem sabe, eu sei. Não quero saber o que você sabe sobre a minha pessoa para não dar o cabimento de ficar trocando ideias sem lucrar com isso. Essa é uma das suas manias que eu conheço muito profundamente: sua ganância em querer sempre lucrar alguma coisa a todo momento. E em você existe esse hábito de ficar analisando as pessoas. Eu mesmo não! Você é quem fica analisando quem analisa. É você vive negando que analisa quem vive analisando. Você em tudo vê um motivo para teimar, essa é a pura verdade. Quem é a teimosa aqui é você, e não eu. Eu sou tão tranquilo que a pessoa disser que pedra é pau eu concordo sempre. Pois saiba você que pedra nunca foi pau. No sentido figurado, abestalhada. Abestalhada pode ser sua mãe. Não bote mãe no meio, desse jeito você está apelando. E eu com isso?, não tô nem aí. Você é doida, é? Por que você está interessado em mim? Eu não estou interessado em você. Então por que quer saber sobre meu estado mental? É, só pode ser doida. E você só pode ser fresco! Olha aqui rapariga, é melhor você vazar senão... Senão o quê? O quê o quê? Se você não tem condições de conviver em sociedade, vá morar numa caverna. Só se for na sua caverna. Aqui não, otário. Otário pode ser o corno do seu pai. Minha mãe nunca foi prostituta. Quem falou em sua mãe? Idiota, para um homem ser corno tem que ter uma prostituta convivendo com ele, e se você disser que meu pai é corno, por tabela minha mãe é prostituta e eu sou filha de rapariga, coisa que não admito dizer com minha mãe, que Deus a tenha. Sua mãe já morreu? E a sua ainda não? Para quê você quer saber se minha mãe morreu? Pompeu, Pompeu! Além de tudo uma palhaça. E você é o buraco de enfiar o mastro do circo. E você é o ralo do fundo do poço. Só que o seu fundo não tem ralo, passa boi passa boiada...
Até logo! Tchau! Foi um prazer conversar com você.
Heraldo Lins Marinho Dantas
Natal/RN, 20.08.2023 - 14h50min.
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