Alguns estudiosos afirmam que o verso fescenino é originário da cidade de Fescênia (Itália). Outros afirmam que a literatura fescenina vem do latim fascinus, que traduz o grego phallos (Órgão sexual masculino). Esse estilo destaca-se pelo conteúdo, erótico, libidinoso, lascivo e obsceno, considerado escandaloso e imoral pelos puritanos, muito cantado e aclamado nos festivais da antiga Roma. No Brasil Poetas como Gregório de Mattos, Humberto de Campos, Arthur Azevedo e tantos outros se aventuraram nessa narrativa licenciosa. Na poesia popular, pelo cunho proibitivo, esses versos são exaltados com eloquência em mesas de bares e entre rodas de amigos. Aqui no estado do Rio Grande do Norte o poeta Renato Caldas, foi um grande destaque nesse gênero literário. Vejamos o humor e o sarcasmo contidos nessas belas estrofes.
Eu trabalho atualmente
Na Fazenda Santa Esther
Meu patrão tem uma mulher
Que é o satanás em gente
Quando ele está ausente
Ela chega no terreiro
Passa a mão no corpo inteiro
Aumentando o meu tesão
Eu vou me acabar na mão
Feito colher de pedreiro.
(Heleno Alexandre)
A cabra ensinou ao bode
A demonstrar compostura
Acabar com essa frescura
De comer cu, que não pode!
Eu faço barba e bigode
Disse o bodinho tarado
Já ficando aperreado
Com o cacetinho duro
Encostou no pé do muro
Dizendo: fode ou não fode?
(Antônio Xexéu)
Na França, pescoço é cou
(como anda tudo a esmo!)
No Japão, Ku é ministro
No Brasil, cu é cu mesmo.
(Barão de Itararé – RS)
Talvez não tivesse cheiro,
Servia de brilhantina.
Ninguém cagava em latrina
Se merda fosse dinheiro.
Todo mundo era banqueiro!
Sanitário - era baú,
Porém aqui no Assu,
A terra do interesse,
Se tal coisa acontecesse
Pobre nascia sem cu
(Renato Caldas)
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