sábado, 6 de março de 2021

REFLEXÃO - Poeta Daxinha

 


REFLEXÃO



Passou-se o Dia dos Pais

Fiquei recordando o meu

Que há anos faleceu

E eu não o tenho mais


As dores sentimentais

Me deixaram refletindo

Notei o corpo sentindo

A dor da separação

Como se fosse uma espada

Pontiaguda, afiada,

Desferindo uma facada

E transpassando o coração.


Fui depressa ao Cemitério

Lá eu vi um caso sério

Naquela tumba estampada

Sua foto amarelada

Exposta ao sol, desbotada,

Voltei triste e moribundo

Em saber que, nesse mundo,

Nós não somos quase nada!


Você que ainda tem seu pai

Ouça este conselho meu:

Não negue o direito seu

Quando o alegra e distrai

Pois Deus, o reto Juiz,

Não perdoa o preconceito

O velhinho tem direito

De também viver feliz!



Autor: JOSELITO FONSECA DE MACEDO, vulgo, DAXINHA.

06/09/2004


JOSELITO FONSECA DE MACEDO, mais conhecido como poeta Daxinha, nasceu em Cuité/PB, em 14/08/1938. Filho de José Adelino de Macedo e Maria Marieta da Fonseca, nasceu na zona rural de Cuité, mais precisamente no Sítio Boa Vista do Cais, popularmente conhecido como Sítio Pelado. Aos 20 anos, viajou para os estados de Minas Gerais e Goiás, onde trabalhou como agricultor e vaqueiro. Mas foi no estado de São Paulo que se fixou, trabalhando como metalúrgico nas principais usinas siderúrgicas da região do ABC paulista. Retorna à Paraíba em 1985, retomando suas funções de agricultor. Sempre gostou de poesia, sobretudo, do gênero cordel no qual, ainda menino, já escrevia seus primeiros versos. O retorno a Cuité aproximou-o ainda mais de suas raízes, fazendo-o mergulhar com mais fervor no mundo da poesia. Sempre convidado a se apresentar em eventos culturais da cidade, seus versos focavam, principalmente, no cotidiano das pessoas simples – como ele mesmo o era. Tem como obras publicadas um CD de poesias intitulado: “Poeta Daxinha – Um Amante da Poesia”, o cordel “O batente de pau do casarão” e uma participação póstuma no livro “APOESC em Prosa e Verso”, do também poeta Gilberto Cardoso dos Santos. Casado, pai, avô e bisavô, o poeta Daxinha faleceu em 04/05/2016, em Campina Grande/PB, vítima de insuficiência cardiorrespiratória. (Jaci Azevedo, filha)



Um comentário:

  1. Maravilhoso!!
    Seu Daxinha e seu Zé Galdino... ❤️❤️
    Obrigada, Gilberto!!

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