A GUERRA FRIA CONTINUA QUENTE
Alterar a genética para criar supersoldados é a ideia de alguns países ao redor do mundo. Antes que alguém diga que isso é apenas uma possibilidade hipotética, digo, por experiência, que é possível. O kit mutação com várias opções de alterações do DNA, eu já comprei. Coloquei o gene do macaco nas minhas pernas. Deu certo! Estou pulando nove metros de altura. Quando corro, o pulo vai para quinze. Vendi meu carro e chego ao trabalho em poucos saltos. Minhas referências mudaram. Quando pergunto a distância de um lugar para outro, quero saber em quantos saltos chego lá. De Natal a Santa Cruz são oito mil puladas, e trinta e cinco cambalhotas. As cambalhotas são para passar nas lombadas. Essa parte de deslocamento está resolvida. No kit também veio a opção de enxergar mais do que os felinos. Não contei conversa. Apliquei nos olhos os genes deles e consegui duas perfeitas visões infravermelhas. À noite enxergo tudo. Um veículo em movimento é como uma brasa correndo, vejo isso, mas percebo que com o tempo as imagens ficam com melhor nitidez.
A biotecnologia moderna me fez um
super-homem. Para proteger meu coração apliquei o gene da tartaruga e criou-se
uma capa ao redor das minhas costelas que nem uma munição de rifle consegue
furá-lo. Fiz outros apliques íntimos utilizando a genética do jumento, mas essa
mutação eu nem quero divulgar. O motivo é que não existe cueca de tamanho
adequado para segurar o instrumento. Mas já que está feito, deixei. Os braços e
abraços não poderiam ficar de fora. Escolhi o abraço da anaconda. Consigo
espremer e tirar água de concreto, envergar aço e levantar trem. Além dessas
mutações há possibilidades de integrá-las com os domínios da informação. A
tecnologia a serviço dos mutantes nós fará seres dominadores e os seres
humanos, nossos escravos. Quem não dominar esses avanços na ciência terá que
continuar construindo pirâmides. Eu já me considero um mutante de carteirinha,
é tanto que estou morando debaixo da terra. Encontrei por lá as tartarugas
ninjas. Batemos um papo e as convidei para uma briga. Esse é o objetivo final
dos avanços tecnológicos: fomentar a briga. A utilização desses avanços na
medicina é secundária. O que importa é dominar, matar, tomar riquezas e tudo
mais. Estou dentro. Alguém duvida?
Heraldo Lins Marinho Dantas
(arte-educador)
Natal/RN, 04/01/2021 – 16:48
84-99973-4114
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Comentários com termos vulgares e palavrões, ofensas, serão excluídos. Não se preocupem com erros de português. Patativa do Assaré disse: "É melhor escrever errado a coisa certa, do que escrever certo a coisa errada”