sábado, 25 de julho de 2015

Disfarce - Cecília Nascimento

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Hoje, já não me dói a solidão
Hoje está ermo e calmo meu coração
Hoje, em mim, já não habita a ilusão
Que outrora preenchia-me o viver...

Minh’alma já não busca teu olhar
Resignou-se já à tua sonolência
Nem se inquieta mais com a indiferença
Pois é a senha na Arte de esquecer...

E esta paz, produto de ilusão,
É dor que cala, ao fundo, o coração
É só vontade tímida de fingir...

Não tendo mais com o que me distrair
Neste meu ócio de te respirar
Levo a vida a não lembrar de ti.


(Cecília Nascimento)

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