Virou moda consumir água mineral, seja pela praticidade, seja pelo sabor ou pela ideia de tratar-se de uma água melhor. No nosso caso específico, a constante falta d'água acaba contribuindo para que tenhamos esse gasto extra.
Todavia, todos faríamos muito bem se, além de consumir água mineral, parássemos pra dar uma olhadinha no rótulo da que consumimos. Ali, como ocorre com as carteiras de cigarro, há informações obrigatórias para as quais quase não atentamos. Algumas marcas que não atendem aos padrões as colocam, ainda que constrangidos, mas não devem se preocupar muito pois raramente alguém tem noção da importância do que ali está escrito e para pra ler as letras miudíssimas.
No rótulo acima, escolhido aleatoriamente para ilustrar a presente matéria, lemos:
“Conservar em local seco, fresco e evitar exposição aos raios solares. Mantenha longe de produtos que exalem odores fortes.”
Aqui temos o primeiro dos graves problemas com a água cara que eu e você consumimos. Vejo passar perto de minha casa carros cheio de garrafões, com as carrocerias descobertas. Provavelmente essa água vem da capital exposta ao sol e aqui prossegue enquanto o representante vai de supermercado em supermercado, de mercadinho em mercadinho. Certamente você já viu motos conduzindo água mineral e bujão lado a lado, seja num carroção, seja na própria moto. E isso sob sol causticante. Aliás, a dobradinha bujão/água mineral é muito comum. Passam diante de nós tais recipientes aos solavancos, postos lado a lado e se tocam, ainda que de leve, apesar da exigência de que a água ideal não tenha cheiro (água sem gás com gás!). Na outra semana, enquanto o carro passava por minha porta em direção ao mercadinho próximo, liguei para o proprietário e solicitei a ele que apresentasse tal problema ao vendedor. Ele me agradeceu e disse que apresentaria o problema ao entregador. Também é comum encontrarmos garrafões ao sol, em porta de estabelecimentos comerciais por falta de espaço ou para fazer propaganda.
Qual o problema com o sol? Por que os engarrafadores são obrigados a colocar tal aviso? É que o sol em contato com o plástico provoca na água a liberação de xeno-estrogênio, uma substância perigosa que surgiu como efeito colateral do desenvolvimento tecnológico, capaz de provocar câncer e diminuição na libido. Tal substância, depois que se aloja no organismo dá trabalho a sair. Literalmente, é preciso derramar muito suor para que isso ocorra. Mesmo assim, sua eliminação não ocorre cem por cento e muitos são os males que podem provocar.
Como se não bastasse, o garrafão de plástico – originário de substâncias tóxicas, petrolíferas - interfere no sabor da água, principalmente depois de exposto ao sol. Experimente tomar água em garrafa de vidro e notará diferença no gosto.
Outra coisa a se levar em conta ao comprar água é o pH, ou potencial Hidrogeniônico da água. O pH da água ora analisada é de 5,16.
A saúde do corpo está diretamente relacionada ao seu pH. Quem consegue mantê-lo no nível correto mantem-se imune a muitas enfermidades e tem tudo para viver mais. Como nosso corpo, dominantemente, é composto por água, é necessário que demos a maior atenção àquilo que ingerimos. Não basta ser água. Não basta ser H2O!
Lemos no rótulo, desta vez em letras grandes negritadas: “NÃO CONTÉM GLÚTEN”
Para a maioria de nós tal informação passa despercebida e não tem qualquer importância. Todavia, é importantíssimo que a nossa alimentação diária esteja livre dessa substância. Após ingerida, ela transforma-se numa espécie de cola, gruda nas paredes intestinais e provoca, entre outros males, o aumento da gordura na região do abdômen. Se eu disser que ela também pode provocar enxaqueca e depressão, acreditem. Nesse quesito a DAFÉ merece fé.
Acho dispensável aqui me estender sobre o quanto temos prejudicado o meio-ambiente com os recipientes plásticos de água mineral que atiramos fora.
Por fim, melhor que consumir água mineral dentro das condições acima expostas (já que não temos acesso direto a fontes límpidas e cristalinas), é consumir a água que nos vem pela torneira.
De acordo com a Portaria 518/04 do Ministério da Saúde a faixa recomendada de pH na água distribuída deve estar entre 6,0 a 9,5. A nossa está entre 6,0 e 9,0.
Alguém poderá retrucar que o sabor da água que nos chega (quando chega) pela torneira é desagradável, não se compara com o da mineral. Bem, ela nos chega pronta para ser bebida (apesar do cloro, dúbio em seus efeitos) mas, para resolver isso, você poderá adquirir um filtro de barro, um daqueles que antigamente tínhamos em casa (custa menos de 50 reais um), apresentado por pesquisadores americanos como o mais eficiente de todos. Há também os filtros que você pode acoplar à torneira da cozinha e as velas e filtros de carvão ativado que são de extrema eficiência na eliminação de odores, bactérias, metais pesados e de cloro. Para alguém que esteja pensando “isso deve ser caro”, pense no quanto você economizará ao longo de um ano deixando de comprar água engarrafada.
Portanto, senhores e senhoras consumidores de H2O, juntem-se a mim, de algum modo, no combate a esse problema que afeta a todos. Se queremos continuar a consumir água mineral, passemos a ler os rótulos das que consumimos ainda que, para isso, tenhamos que adquirir uma lupa; exijamos que ela seja trazida em condições ideais da fonte até o estabelecimento comercial e do estabelecimento comercial até nossa casa. Afinal, é a nossa saúde e a daqueles a quem somos fiéis até debaixo d’água que está em jogo.
Esse texto precisa ganhar o mundo , ou seja , ser bem divulgado. Dizem que aqui em Japi a água da adutora é imprópria para consumo humano.Vou me certificar .
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