Francisco Garcia de Araújo (Prof. Garcia), o poeta no mundo que mais obteve primeiros lugares em concursos literários internacionais, muito honrou sua mãe Helena Garcia de Araújo, hoje falecida, na vida e na poesia. Ao longo de sua carreira poética, tentou expressar o inexprimível amor materno e, nessas tentativas de fazer jus ao tema, escreveu trovas magníficas que lhe trouxeram prêmios e menções honrosas.
Para deleite do leitor, fiz uma
compilação de algumas dessas pérolas, publicadas em POEMAS DO MEU CANTAR. - Gilberto Cardoso dos Santos
I
Tua tristeza parece,
ó, velho mar dos meus ais,
o choro triste da prece
das mães rezando no cais.
II
Mãe que tem fé, não se esquece,
de orar pelos filhos seus!...
Pois, no silêncio da prece,
toda mãe fala com Deus!
III
Mamãe!...Essa dor não finda,
nem cura o silêncio mudo,
de um filho, que guarda, ainda,
tua ausência em quase tudo!
IV
Se amor de mãe, não tem fim,
Deus deu-lhe esse dom fecundo!
Mãe, por amar tanto assim,
carrega as dores do mundo!
V
Se amas a luz do luar,
te encantas, com tanto brilho;
vê quanto brilho, há no olhar,
da mãe que amamenta o filho!
VI
Lembro mamãe, do teu canto,
num doce e breve estribilho,
tentando enganar o pranto
do choro triste do filho!
VII
Que ingratidão tão mesquinha,
que ausência de amor e brilho,
viver a mãe tão sozinha
ao lado do próprio filho!
VIII
Amor de mãe, que esplendor,
ó, que divino mister...
Deus pôs a essência do amor
no coração da mulher!
IX
Mãe!... O teu nome é um terceto
do meu poema de luz,
que fecha o lindo soneto
dos braços de minha cruz!
X
Ah, mãe! Ao me por de joelhos,
em silêncio e de mãos postas,
quero ouvir bem teus conselhos,
ante enigmas sem respostas!
XI
Mãos postas, dedos cruzados,
no altar, cercada de luz,
mãe, lembra alguém, sem pecados...
Rezando aos pés de Jesus!
XII
Vi, quanto a dor, maltratava
aquela mãe maltrapilha
que, com fome, amamentava,
matando a fome da filha!
XIII
Mãe - três letrinhas, só três,
e em qualquer outro alfabeto,
gênio nenhum, nunca fez
palavra com tanto afeto!
XIV
Eu guardo os sons e os afetos,
com os quais, mamãe me embalava;
e hoje, eu embalo os meus netos
com as canções que ela cantava!
XV
Mãe! O amor com que me aqueces,
e acende a luz que me guia,
se eu fosse pagá-lo em preces
seriam cem mil por dia!
XVI
Das vozes que Deus envia,
o mais suave estribilho
vem da mãe, que ao fim do dia,
consola o choro do filho!
XVII
Nesse casebre sem dono.
tive uma infância tão boa;
mãe, foi rainha sem trono,
papai, um rei sem coroa!
XVIII
Quanta lágrima sentida
no olhar da mãe peregrina,
regando as rugas da vida
nas rugas da própria sina!
XIX
Na treva é que se carrega,
a dimensão do empecilho
da dor, que sente a mãe cega,
por não poder ver o filho!
XX
Sinto na mãe que se enlaça
nos braços de uma criança...
Que um sonho de amor se abraça
aos bracinhos da esperança!
XXI
Mãe - nessas tuas letrinhas
ouço os mais lindos fonemas
que formam todas as linhas
dos versos dos meus poemas!
XXII
Mãe, é poema de amor
que, a qualquer filho se apega;
alívio que afasta a dor
da cruz que o filho carrega!
Parabéns, Professor Garcia!
ResponderExcluirJoão Maria de Medeiros Dantas