domingo, 12 de maio de 2024

TROVAS DO AMOR MATERNO - Professor Garcia



Francisco Garcia de Araújo (Prof. Garcia), o poeta no mundo que mais obteve primeiros lugares em concursos literários internacionais, muito honrou sua mãe Helena Garcia de Araújo, hoje falecida, na vida e na poesia. Ao longo de sua carreira poética, tentou expressar o inexprimível amor materno e, nessas tentativas de fazer jus ao tema, escreveu trovas magníficas que lhe trouxeram prêmios e menções honrosas.

Para deleite do leitor, fiz uma compilação de algumas dessas pérolas, publicadas em POEMAS DO MEU CANTAR. - Gilberto Cardoso dos Santos

I

Tua tristeza parece,

ó, velho mar dos meus ais,

o choro triste da prece

das mães rezando no cais.

II

Mãe que tem fé, não se esquece,

de orar pelos filhos seus!...

Pois, no silêncio da prece,

toda mãe fala com Deus!

III

Mamãe!...Essa dor não finda,

nem cura o silêncio mudo,

de um filho, que guarda, ainda,

tua ausência em quase tudo!

IV

Se amor de mãe, não tem fim,

Deus deu-lhe esse dom fecundo!

Mãe, por amar tanto assim,

carrega as dores do mundo!

V

Se amas a luz do luar,

te encantas, com tanto brilho;

vê quanto brilho, há no olhar,

da mãe que amamenta o filho!

VI

Lembro mamãe, do teu canto,

num doce e breve estribilho,

tentando enganar o pranto

do choro triste do filho!

VII

Que ingratidão tão mesquinha,

que ausência de amor e brilho,

viver a mãe tão sozinha

ao lado do próprio filho!

VIII

Amor de mãe, que esplendor,

ó, que divino mister...

Deus pôs a essência do amor

no coração da mulher!

IX

Mãe!... O teu nome é um terceto

do meu poema de luz,

que fecha o lindo soneto

dos braços de minha cruz!

X

Ah, mãe! Ao me por de joelhos,

em silêncio e de mãos postas,

quero ouvir bem teus conselhos,

ante enigmas sem respostas!

XI

Mãos postas, dedos cruzados,

no altar, cercada de luz,

mãe, lembra alguém, sem pecados...

Rezando aos pés de Jesus!

XII

Vi, quanto a dor, maltratava

aquela mãe maltrapilha

que, com fome, amamentava,

matando a fome da filha!

XIII

Mãe - três letrinhas, só três,

e em qualquer outro alfabeto,

gênio nenhum, nunca fez

palavra com tanto afeto!

XIV

Eu guardo os sons e os afetos,

com os quais, mamãe me embalava;

e hoje, eu embalo os meus netos

com as canções que ela cantava!

XV

Mãe! O amor com que me aqueces,

e acende a luz que me guia,

se eu fosse pagá-lo em preces

seriam cem mil por dia!

XVI

Das vozes que Deus envia,

o mais suave estribilho

vem da mãe, que ao fim do dia,

consola o choro do filho!

XVII

Nesse casebre sem dono.

tive uma infância tão boa;

mãe, foi rainha sem trono,

papai, um rei sem coroa!

XVIII

Quanta lágrima sentida

no olhar da mãe peregrina,

regando as rugas da vida

nas rugas da própria sina!

XIX

Na treva é que se carrega,

a dimensão do empecilho

da dor, que sente a mãe cega,

por não poder ver o filho!  

XX

Sinto na mãe que se enlaça

nos braços de uma criança...

Que um sonho de amor se abraça

aos bracinhos da esperança!   

XXI

Mãe - nessas tuas letrinhas

ouço os mais lindos fonemas

que formam todas as linhas

dos versos dos meus poemas!

XXII

Mãe, é poema de amor

que, a qualquer filho se apega;

alívio que afasta a dor

da cruz que o filho carrega!


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Obras do autor:





Um comentário:

  1. Parabéns, Professor Garcia!

    João Maria de Medeiros Dantas

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