domingo, 23 de outubro de 2022

“NÃO BATA PALMAS PARA MALUCO DANÇAR” - Heraldo Lins

 


“NÃO BATA PALMAS PARA MALUCO DANÇAR”


Em cada família de cinco, há, pelo menos, dois viracundos. A única explicação para a tendência quase generalizada em destruir, é a loucura. Não vejo outra resposta para dizer que precisamos de mais “tarja preta”. Antes, eu até brincava com esse medicamento, mas agora estou vendo que é necessário o uso intensivo para evitar que padres sofram murros na cara, crianças sejam estupradas e florestas, incendiadas.

A invasão dos espaços públicos, pelos irascíveis, está virando uma realidade. Os que queimam corpos dentro de pneus; os que decepam mão dos devedores, até os que não relutam em jogar bomba em paiol do exército são representantes desse povo.

A “ruindade” é um tipo de loucura. Os praticantes da maldade ficam mais perigosos quando se juntam. Agora nessa disputa política, percebemos que os que professavam a fé no amor, agora se contaminaram com o ódio “viracundense”.

Uma viúva vítima a partir da invasão da Ucrânia, disse: “parece que voltamos à idade média. As pessoas matam uns aos outros friamente.” Aqui no Brasil, li que alguns líderes religiosos estão esbravejando que quem não votar em seu candidato será queimado no fogo do inferno. O modus operandi dos ensandecidos permanece o mesmo independentemente da época em que surgem. 

Há loucos que utilizam sua maldade em prol do suicídio coletivo. Mandar queimar o próprio ar em troca de cédulas não pode ser compreensível no mundo que se diz normal. O egoísmo, a inveja, principalmente a violência, são sintomas dessa anormalidade, que muitos não querem compreender. 

Os animais machos matam filhotes de outros pais quando assumem a liderança de uma manada, e se repararmos direitinho isso está acontecendo com os que se dizem humanos. Estamos utilizando o instinto para demarcar território do mesmo jeito que a mais peçonhenta víbora, e se esse animal sabe como apertar botões jamais irá vacilar em optar pela destruição total. O verde, a água cristalina nem o ar puro, significam nada para o mundo dos cifrões. O que valeu e sempre valerá é o poder de destruir. Construir, amar, confraternizar-se requer trabalho, coisa que os viracundos não querem.

Dispomos de conceitos aceitos por todos: amor, ódio, céu, inferno, Satanás, Deus, entre outros, e os utilizamos para agirmos de acordo com o padrão da instituição da qual fazemos parte, e parece que o padrão está sendo orientado para o lado da intriga sem nos importarmos que isso irá provocar o desequilíbrio social tanto quanto aconteceu na segunda guerra. 

É bom saber que devemos ser tolerantes com os iracundos, entretanto, mesmo respeitando-os, não devemos deixar de vesti-los nas camisas de força confirmando que devem ficar longe do poder o mais rápido possível. 


Heraldo Lins Marinho Dantas

Natal/RN, 21.10.2022 – 16:13



2 comentários:

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