FRAGMENTOS DO SERTÃO
Névoa estirada na serra...assim que passou a chuva, que não foi rápida, peneirou por muitas horas, naquele chão de coronéis e verdugos.
Mas, antes que o milho vire sabugo...ah! Haja o pendoar! As flores do milharal no viço recebendo abelhas...que reluzindo em centelhas colhem o néctar enchendo favos! Que até raposas em manhãs de sol sobejam o melaço...E no bagaço de velhos banguês, onde ainda adormece o suor cativo. Pretos nativos da Serra do Catolé, com as zabumbas e pífanos a coreografar as danças dos ancestrais. Isso sim, é que é cultura,
Nas furnas escuras onde o felino, por horas a fio, auscultava o toque do chocalho de reses avulsas, barbatões fugitivos de vaqueiros que encorados, no lombo de pangarés, afrontavam a caatinga, que tecida de espinho, maravalha e cipoal cumpriam o seu ofício. Onde caminhos são veredas, andanças de cangaceiros, de tocaieiros escanchados nas galhadas de umarizeiros, esperando sua presa...
Terras de tropelias, dos currais de gado vacum, adentrando as aguadas, expulsando o nativo de seu pasto e sua caça, galegos vindo em navios das terras d'além mar, a povoar o Sertão a fogo e a brasa e ferrão.
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