A
VIDA NO QUÊNIA
Há
no Quênia regiões
Tão
subdesenvolvidas,
Onde
estranhas tradições
Firmemente
são mantidas;
Em
terras tão ressequidas,
A
água é coisa sagrada.
Dificilmente
é usada:
Somente
pra cozinhar,
Lavar
panos, se lavar
Com
raridade e mais nada.
De
noite casais se deitam
Em
leitos de puro amor
E
com certeza aproveitam,
Apesar
do forte odor.
Nada
afasta o bom humor
E
os sorrisos atraentes.
Exibem
seus fortes dentes;
São
pessoas otimistas
Que
desconhecem dentistas
E
de tudo são carentes.
Água
farta não existe
Pra
fazer escovação,
Porém
ninguém fica triste,
Pois
têm uma solução.
Há
plantas na região
Belas
e medicinais.
Ter
pastas industriais
Não
é algo essencial.
Fazem
limpeza bucal
Com
essências naturais.
Há
plantas donde retiram
Ramos
para mastigar.
Mordem
e entre os dentes giram
Para
a sujeira tirar.
Começam
a salivar
Enquanto
estão mastigando;
O
galho vai liberando
Um
natural dentifrício
Que
cumpre bem seu ofício,
De
fato acaba limpando.
Não
é sorriso colgate,
Mas
é bonito também.
Da
cárie faz o combate
E
grande eficácia tem.
É
limpeza que convém
A
lugar tão ressequido.
O
bom dente é protegido
Das
infecções bucais.
Talvez
até faça mais
Que
o produto a nós vendido.
Eles
se limpam com mato
Quando
expelem seus dejetos,
Mas
este viver ingrato
Não
desfaz os seus afetos.
Convivem
bem com insetos,
São
imunes às sujeiras.
Dormem
em finas esteiras
Sobre
um chão irregular
E
acordam pra celebrar
Vidas
duras prazenteiras.
Gilberto Cardoso dos Santos
Sócio-fundador da APOESC
e membro da Academia Norte-rio-grandense de Literatura de Cordel
Legal!
ResponderExcluirAlém da boa poesia, um pouco da cultura africana.
Parabéns!!
João Maria de Medeiros
Muito bom. E não deixa de ser reflexivo , pois o contexto exposto nos leva a pensar sobre o nosso consumismo exagerado, na simplicidade das coisas e também sobre a falta de políticas públicas sociais em diversos locais do mundo.
ResponderExcluirFrancisca Joseni dos Santos