sexta-feira, 25 de março de 2022

MALDITA GUERRA! - Marcos Cavalcanti

 




MALDITA GUERRA!


Imagine, caríssimo leitor,

No instante de um segundo,

A pomba branca da paz

Viajando ao redor do mundo,

Visitando cada guerra,

Pousando em cada conflito,

Vendo com o coração aflito

O mal semeando a terra.


O que vê tão bondosa ave

No giro em que desespera,

Dá pena às penas que caem

Por cada tiro que berra.

Enquanto do sul ao norte

As sirenes enlouquecidas

Soam os gritos da morte

Em lutas empedernidas.


Dos navios partem mísseis

Com ogivas destrutivas

Que explodem nas cidades

Fogaréus em carnes vivas.

O fogo, o choque, os estilhaços,

As residências destruídas

São sepulcros em pedaços

Do que antes eram vidas.


Os canhões cospem balas

Dos mais diversos calibres,

Dos ventres dos caças saem

Outras bombas mais terríveis,

Que a tudo arrasa ou consomem,

Pouco importa se são crianças

Ou mulheres sem esperanças

De reverem os seus homens.


Tantas mães aterradas

Pelos bombardeios infernais,

Protegem os seus bebês

Com escudos maternais.

Faltam-lhe água e comida,

Sobram tristeza, desolação,

Nos bunkers da escuridão

Em nacos e cacos de vida.


Os que acolhem os refugiados

Abrem suas casas e corações.

Não há limites nem fronteiras

Para tão nobres intervenções.

O pão, o leite, um chocolate,

Um casaco, um banho, um colchão

Não há uma grandeza maior

Do que a que estende a mão.


Quem quer que faça a guerra,

Seja o Tio Sam ou Neo-Czar,

Não merece confiança,

Nada merece governar.

Na guerra só há perdedores,

Só há morte, dor e desilusão

E sentindo no peito estas dores

A pomba da Paz vai ao chão!


                        Marcos Cavalcanti





Um comentário:

  1. Marcos Cavalcanti deve/ receber convocação / Para ir para a Ucrânia / com tão grande inspiração / pra animar os voluntários/ versos extraordinários / à paz alimentarão.

    Parabéns! - Gilberto Cardoso

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