Pedro Maribondo e a Vacina
Pedro Negaciano da Silva era um cidadão de bem da pequena cidade onde morava. Homem muito trabalhador e exímio tirador de mel das colméias da região.
Por isso, ganhou o apelido carinhoso de Pedro Maribondo dos amigos mais próximos; coisa que ele até gostava. Nunca se chateou com o apelido. Era sempre muito servidor, fazia favores a quem precisasse dele com a maior boa vontade.
Era casado e amava sua família. Já tinha a cabeça branca. De sua esposa recebia todos os conselhos e vivia em harmonia com as duas filhas que tinham.
Uma delas, trabalhava como exímia enfermeira no hospital regional daquela cidade.
Durante a devastadora pandemia, era muito comum a filha enfermeira ligar pros pais, alertando sobre os cuidados que deveriam manter.
Mas Seu Pedro Maribondo ouvia mais aqueles que negam à ciência, os avanços da medicina.
Dizia sempre à filha e aos preocupados com os milhares de infectados e mortos pela covid:
- Nada, isso só pega em quem tem que pegar mesmo. A gente só morre no dia. Quando chegar a hora, ninguém escapa da mulher da foice.
Com a chegada da vacina, todos da família correram à UBS do bairro e deram o braço à vacina, como todos nós fazemos desde quando nascemos. As vacinas têm nos salvado de muitas doenças; algumas até extintas pelas forças dos imunizantes.
Infelizmente, Seu Antônio preferiu seguir os negacionistas ao invés da filha e dos amigos, que diziam:
- Homem, vá tomar a vacina!! Tá todo mundo tomando. Os casos até estão diminuindo e as mortes também despencaram!!
A filha enfermeira já não sabia mais o que fazer para convencer o pai a se vacinar!
Infelizmente, Seu Pedro se infectou, o quadro evoluiu pra grave, foi intubado e, depois de uns 25 dias lutando pela vida, sob o olhares tristes e chorosos da filha e da família toda, veio a falecer.
Toda a cidade está de luto pela morte de um homem bom, mas um dos moradores que negou a vacina e entregou a vida à própria sorte.
Tristíssima realidade retratada por João Maria!
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