AMOR QUE NÃO SE MEDE!
Às vezes me olho no espelho pra ver a minha cara de espanto quando me perguntam de qual filho mais gosto. É comum um pai/mãe ouvir essa pergunta impertinente. Fico a contemplar diante do espelho os meus dois braços, mãos, ouvidos, olhos, o par de eggs e de narinas e fico a imaginar de qual mais gosto! Gosto de ambos porque ambos vivem 24 horas juntinhos, amigavelmente, não brigam entre si, até se acariciam nas horas vagas, se coçam, se massageiam, caminham sem reclamar e quando um deles tá dodói o outro lhe cobre as tarefas. Eles não têm inveja um do outro e têm funções que completam o meu gostar. É bem verdade que às vezes eu me aborrecia, quando muito jovem ainda, com a perna esquerda, pois, sendo eu destro, no futebol e treinos de artes marciais, o chute era uma catota. Até tentei escrever, quando adolescente, com a mão esquerda, só porque eu via Amanda, minha primeira paixão pueril, escrever, toda torta, sensual e linda, seu dever de casa, na carteira escolar inadequada pra canhotos. O meu lado esquerdo, entretanto, sempre me foi mais perspicaz, rápido, consciente e bem desenhado! Não existe um amor maior num sentimento de um pai/mãe destinado a um determinado filho em detrimento de outro! Pode, sim, existir uma atenção especial de um pai/mãe, um cuidado, uma palavra mais afável a um filho que se percebe fragilizado. Gosto dos meus pés, pernas, braços, olhos, ouvidos e de todos os meus pares de amigos por igual . E amo os meus filhos sem balança, fita métrica, trena etc, simplesmente porque amor de pai/mãe por filho é amor que não se mede! Eu nunca tenho essa resposta para dar a essa pergunta impertinente. E chega de espelhos!
Excelente, Nailson.
ResponderExcluirCaríssimo amigo Nailson, como já diz a antiga sabedoria popular: "coração do outro é terra que ninguém pisa". Portanto, o espelho da subjetividade nem sempre será algo transparente e até o suficiente alcançado pelo outro.
ResponderExcluirParabéns pelo texto e expressividade de sentimentos.
Muito bom Nailson... parabéns mesmo! Essa veio do coração... palmas!
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