Poema para Antônio Francisco
A musa poética
Bateu-me no intento
E a flor da poesia
Lavrou-se em meu ser
Fazendo eu pegar
Depressa na pena
Buscando um poema
Sentindo prazer
Com o peito pulsando por essa magia
Que aguça o poeta tentar escrever.
Os tons mais diversos
Dos versos que escrevo
Galopam no prado
Ligeiro corisco
Percorrem planícies
Das folhas em branco
Sobre elas deixando
Traçado o meu risco
Juntando as palavras escrevo um cordel
Pra o mestre dos mestres Antônio Francisco.
Antônio Francisco
Teixeira de Melo
Bem mais que poeta
É própria poesia
Um vate que sabe
Brincar com palavras
E faz dos seus versos
Seu pão e alegria
Semeia seus versos de forma sublime
Um mago perito na sua magia.
De fã para Mestre
Escrevo estes versos
Com muita humildade
Tentando expressar
Por este poeta
Meu grande respeito
Direto e certeiro
Sem pestanejar
Qual quem diz olhando no fundo dos olhos
O quanto que admiro o poeta do mar.
Poeta do mar
Do chão Mossoró
Também um poeta
Que canta o Sertão
Poeta da noite
Poeta do dia
Que voa qual ave
De arribação
Levando os seus versos a todos lugares
Plantando esperança com muita emoção.
Com todo respeito
Lhe digo poeta
Que muito me inspira
Ouvir cada verso
Na voz estridente
Bradando justiça
Voraz enfrentando
A qualquer adverso
Sem nunca parar de sonhar um segundo
De ver a justiça reinar no universo.
É sempre uma honra
Estar ao seu lado
Ouvir os seus versos
Pra me abastecer
De fé, humildade
De amor e justiça
Sonhar ver no mundo
A paz florescer
Tirando do peito de cada pessoa
A triste ganância que tira o prazer.
Voando nas asas
Dos sonhos mais puros
Levando às pessoas
Com muita destreza
A sua poesia
Repleta de alento
No vento espalhando
Magia e beleza
Propondo uma vida de mais sintonia
Dos seres humanos com a mãe natureza.
Quem ouve em seus versos
O quanto a mãe terra
Tem sido agredida
Depressa se assombra
E assim cada ser
Que tem sentimento
Deseja um planeta
Repleto de alfombra
Pra que no futuro não tenha ninguém
Pedindo um vintém de “uma esmola de sombra”.
Renova a esperança
Ouvir sua voz
Dizendo poesia
Com todo vigor
Pedindo às pessoas
Que se por acaso
Alguém encontrar
“A dose de amor”
Derrame no peito da humanidade
Com fé e bondade seu puro sabor.
Em tom de galope
Mostrando os contrastes
De quanto o progresso
Caminha insensato
Por sobre a natura
Passando cimento
Erguendo concretos
E nesse vil ato
Matou as belezas da mãe natureza
De “um bairro chamado Lagoa do Mato”.
Fazendo esse alerta
Que o nosso planeta
Vem cada momento
Virando carvão
Que nós precisamos
Ouvirmos “a voz
Do Papa Francisco”
Com muita atenção
E os gritos da terra que geme de dor
Nas garras vorazes da devastação.
Poeta o senhor
É o mais forte exemplo
Que sempre alimenta
O sonho profundo
De todos buscam
Por meio dos versos
Achar harmonia
No gosto fecundo
De andar semeando cordéis e colhendo
Respeito e amizade por todo este mundo.
A voz de denúncia
O grito de alerta
Cantar de justiça
Versar de bonança
Rimar de humildade
E o metrificar
Do sonho de um mundo
Com plena aliança
Cordel que penetra na mente da gente
Desperta pra luta e renova a esperança.
Por isso que levo
No meu matulão
De sonhos, seus versos
Onde quer q’eu for
E nunca me canso
De sempre exaltar
A sua poesia
Com todo vigor
E assim repassando tão belas mensagens
Plantando as sementes de fé, paz e amor.
Agora eu preciso
Fechar meu cordel
Mas outra verdade
Ainda me arrisco
Falar quanto adoro
Viver neste chão
Rio Grande do Norte
Nasci neste aprisco
E o que mais me orgulha de ser potiguar
É ser conterrâneo de Antônio de Francisco.
Edcarlos Medeiros
Caicó/RN, julho de 2017.
O SEGREDO DO BORNÓ DE CHICO DE DONA NIRA
Andava pelo Sertão
Um senhor muito contente
Riscando a face do chão
Num camelo de corrente.
Muito esperto e corajoso
De coração caridoso
E um sorriso encantador,
Pedalava todo dia
Nas trilhas da poesia
Compondo versos de amor.
Falava do mel da flor
Da brisa da noite fria,
Do carão e do condor,
Da cobra engolindo a jia...
Nos olhos da liberdade
Fotografando a verdade
Nos cenários da beleza,
Guardava todas imagens
Pra fazer novas viagens
Versando a mãe natureza.
Quando a noite deletava
Os raios da luz do sol
E a pasta do breu pintava
O tecido do arrebol,
Esse nobre cordelista
Deixava a brita da pista
À procura de um abrigo,
E a cada nova paragem
Colocava na bagagem
O abraço de um novo amigo.
Um bornó que transportava
Transpassado no seu peito
De longe se destacava
Colorido e tão bem feito.
Nem a mais bonita renda
Ou recorte de fazenda
Disputava com seu brilho,
E Chico de Dona Nira
Laçado por sua embira
Carregava-o como um filho.
O bornó fazia parte
Das feições dessa figura,
Que mascava o pão da arte
E mastigava cultura.
Mas no vão dos deletérios
Surgiram muitos mistérios
Por onde Chico passava,
Pois todo mundo pedia
Mas Francisco nunca abria
O bornó que carregava.
Alguns diziam com medo
Que Chico levava um carma
Ou que seu grande segredo
Na verdade era uma arma.
Disseram que era um feitiço
Que o bornó era um caniço
Costurado no seu couro,
E o "véi" Mané Cavalcante
Espalhou que o viajante
Levava um pote de ouro.
Mas ninguém sabia ao certo
Os segredos do bornó,
E Francisco, muito esperto
Não dava ponto sem nó.
O bornó nunca largava
Nem quando se agasalhava
Em qualquer pé de parede,
E usava seu companheiro
Como um simples travesseiro
No chão, na cama ou na rede.
Mas um dia de passagem
Nas terras de Pau dos Ferros,
Onde a forma da coragem
Produz no seu povo, aferros.
Francisco de Dona Nira
Aprumou a sua mira
Pra casa de um vate grato,
Que nos campos da cultura
Plantou sua assinatura
Como Robson Renato.
Esperou que o véu da noite
Ofuscasse a claridade
E nos braços da pernoite
Deu voz para a liberdade.
Chamou Robson, Miguel,
Natália trouxe um cordel
E os quatro com harmonia,
Vararam a madrugada
Daquela noite estrelada
Recitando poesia.
Era Chico declamando
E o bornó do mesmo jeito
Vez por outra, já chorando
Aperrava-o contra o peito,
Com dores nas expressões
E flores nas emoções
Notava-se que a saudade,
Forjava cada delírio
Daquele triste martírio
De dor e fidelidade.
Derrepente, sem censura,
Uma pergunta surgiu
Daquela boquinha pura
Que ao mestre se dirigiu,
Pois João Miguel, desde cedo
Imaginava o segredo
Daquele bornó tão lindo,
E disse de uma vez só:
O que tem nesse bornó?
E Chico falou sorrindo.
Não trago um pote de ouro,
Brilhante, prata ou marfim,
Meu verdadeiro tesouro
Reside dentro de mim.
Não carrego nenhum carma
Nem guardo porte de arma
Feitiço, praga ou magias,
Levo o cheiro da paixão
Da rosa da inspiração
Pra todas as poesias.
Pois nas pontas dessa embira
Carrego nesse bornó,
Saudades da minha Nira
Que ficou em Mossoró.
Nessa vida itinerante
Sem querer, sou relutante
E não sei ficar parado,
Pedalando o mundo inteiro
Por mais que mude o roteiro
Meu cantinho está guardado.
Aqui levo um vestidinho
Da minha eterna princesa,
Perfumado com carinho
E adornado de beleza.
À noite, quando me deito
Forro a cabeça, me ajeito
Pra sentir o cheiro dela,
E no sono mais profundo
Trago Nira p' o meu mundo
Numa viagem tão bela.
Já falei, caro Miguel
Da minha paixão ausente,
Mas antes de outro cordel
Quero lhe dar um presente.
Francisco se aproximou,
O seu bornó, retirou
E num gesto camarada,
Disse: tome esse bornó
Que eu vou já pra Mossoró
P' os braços da minha amada.
E partiu cortando o vento
Pedalando na saudade,
E sem descer do assento
Chegou na sua cidade.
Já no Jardim da morada
Avistou que a namorada
Cuidava das plantações,
E ao lado d' um limoeiro
Um abraço verdadeiro
Juntou os dois corações.
Robson Renato
Antonio Francisco Teixeira de Melo
Poeta da vida, versejo do amor,
O bálsamo puro na face da dor,
Bornó, camiseta, calção e chinelo.
Galope, sextilha, mourão e martelo,
Café sem açúcar, cachaça no bar,
Risada incontida, com Nira, seu par,
Primeiro pra todos, avô de Segundo,
O maior poeta de todo esse mundo
Nos dez de galope na beira do mar.
Robson Renato
Ao meu Compadre Antônio Francisco
Jadson Lima
Meu mestre de vida, de versos, de sonhos
Ser iluminado, Mestre da poesia
Meu ser se agiganta com sua magia
E os seres se tornam bem menos tristonhos
Os rostos felizes demostram risonhos
A felicidade que é te encontrar
Apertar a mão, poder abraçar
Dizer ao infinito da sua grandeza
Da alma simplória e da chama acesa
NOS DEZ DE GALOPE, NA BEIRA DO MAR.
Poeta do mundo, monge do cordel
Papa da beleza que bota na rima
Versos que elevam nossa autoestima
Transpassa pra vida o que escreve ao papel
Poética firme, doce feito mel
Querendo com versos nos orientar
Ser humano incrível, bondade sem par
Homem de caráter, bondade e respeito
Que DEUS lhe moldou assim quase perfeito
NOS DEZ DE GALOPE, NA BEIRA DO MAR.
Menino prodígio de Dona Pedrinha
Espírito puro que faz o que escreve
Cabeça não para, tem o corpo leve
Bota o mundo inteiro em cima da linha
Meio dia dorme e sempre a noitinha
Toma seu café, mas sem adoçar
Que o doce da vida, não pode amargar
A vida da gente precisa de brilho
E eu, meu compadre, me sinto seu filho
NOS DEZ DE GALOPE, NA BEIRA DO MAR.
A tua grandeza é linda, infinita
E a minha menina ainda não sabe
Que a gente te ama e esse amor não cabe
No peito da gente, por isso é que grita:
Antônio Francisco tem alma bonita
E ele é bem maior que o seu versejar
Seu jeito de ser sabe contemplar
A simplicidade que vive na gente
E DEUS já sabia, que ele era um presente
NOS DEZ DE GALOPE, NA BEIRA DO MAR.
Mina de tesouro, fonte inesgotável
Solo tão fecundo de simplicidade
Um mar de doçura cheio de humildade
Ser humano puro, homem admirável
Seu jeito de ser, sempre incomparável
Erguendo a bandeira pra nos levantar
Ensinando a todos a forma de amar
Com a fé no peito e alma completa
Dizendo pra nós o que é ser poeta
NOS DEZ DE GALOPE, NA BEIRA DO MAR.
Meu verso te exalta, por ser quem tu és
Minha poesia, sem ti não é nada
Guerreiro sem lança, sem faca ou espada
O escudo é o verso, de sete ou de dez
Dedos livres, soltos, não exibe anéis
Que sua medida, não sabe contar
Só DEUS, que o criou, pode calcular
Se é uma vertente, se é uma fonte
Se é o céu, o mar, se é o horizonte
NOS DEZ DE GALOPE, NA BEIRA DO MAR.
Jadson Lima
POEMA AO MESTRE
Adriano Bezerra
O mestre Antônio Francisco
É fonte de inspiração
A sua essência poética
Na minha imaginação
É forjada nas batidas
Que dá o seu coração.
Seus versos têm a beleza
Dos campos verdes floridos,
Têm a pureza dos bichos,
O aguçar nos sentidos.
Têm o mistério dos seres
Dos reinos desconhecidos.
Têm a magia das fadas,
O encanto das sereias,
O segredo dos duendes,
A força das luas cheias.
Têm a destreza dos elfos,
Centurião das aldeias.
Tem a alma dos poetas
Vagando em suas artérias,
O embalar dos poemas
Acalentando as matérias,
Saber de milhões de Antônios
Saltando de seus neurônios
Sem dormir nem tirar férias.
Antônio Francisco, meu mestre maior
Que tem um sorriso de orelha a orelha,
Plante no meu peito mais uma centelha
Pra quebrar o ego de quem é pior.
Fantástico vate, lá de Mossoró
Que veio ao mundo pra poetizar,
Na orquestra da vida veio harmonizar
O peito de quem cancela o viver
Avisando aos tolos que para colher
Antes do sucesso, precisa plantar.
"ESPECIAL ANTÔNIO FRANCISCO"...
ResponderExcluirUma poesia mais linda que a outra!! Esse mega artista merece todas as homenagens!!
Parabéns a todos os envolvidos, ao blog e ao ícone Antônio Francisco!! ❤️