A VIDA DE PINTO JÚNIOR
NAS PAUTAS DO JORNALISMO
Por: Marciano Medeiros
O Brasil nota um desfile
De mortes todos os dias,
O choro pinga veloz
Distante das liturgias.
Por causa das omissões
As covas viram leões,
Devorando as alegrias.
Nesse contexto eu relembro
De um amigo persistente,
Que sustentou muito tempo
Um jornal independente.
Nasceu no solo baiano,
Mas cresceu paraibano
De coração e de mente.
José Alves Pinto Júnior
Plantou num jornal ideias,
Chegando a Parnamirim
Alcançou novas plateias.
Inda lembro a novidade
Quando aportou na cidade
Pra registrar epopeias.
O conheci educado
Mostrando tato e leveza,
A primeira redação,
Revejo tendo clareza.
A lembrança vem de cargas,
Da rua Getúlio Vargas,
Seu começo com certeza.
Depois seguiu se mudando
Com rastros de simpatia,
Guardava a flor da amizade
No jarro da galhardia.
Era amigo diferente
Gostava demais de gente,
Digo sem demagogia.
Fez um registro bonito
Do Trampolim da Vitória,
Agiu de modo correto
Numa linda trajetória.
Na pátria tupiniquim
Deu voz a Parnamirim,
Farol de luta e de glória.
Sempre vi no seu jornal
Um celeiro de amizades,
As lembranças me sufocam
Revendo as atividades,
Onde em tardes calorosas
As equipes valorosas,
Publicavam novidades.
Vejo um filme do passado
Na tela do pensamento,
Quando publiquei meu livro
Ele deu acolhimento.
Foi fazer a cobertura
E o quadro se transfigura,
Na tinta do pensamento.
Na bela Parnamirim
Que foi-lhe a terra adotiva,
A marca de Pinto Júnior
Fica eternamente viva.
Batalhava todo dia
Tendo a tecnologia,
Numa marcha produtiva.
Por ser muito destemido
Mudou pra televisão,
Lembrar das suas palavras
Afeta o meu coração.
Fez diversas entrevistas,
Deu espaço aos cordelistas,
Dando brilho a profissão.
Criou diversos troféus
Mantendo a boa vontade,
Comportamento inclusivo,
Mostrou na nova cidade.
Eram festas sempre lindas,
Onde alegrias infindas,
Vinham com suavidade.
Demonstrava um olhar vivo
Calibrado na leitura,
A voz bastante suave
Nunca mudava em altura.
No semblante enigmático
Tinha um riso carismático,
Sem perder a compostura.
Caminhou sem desistência
No mundo da informação,
Alcançou muitas cidades
Famosas na região.
Pra fazer esse trabalho
Colocou Cefas Carvalho,
Comandando a redação.
Fez concursos literários
Tendo o seu jornal por sede,
Quem pesquisar pode ver
Que essa informação procede.
Num deslumbrante percurso,
Deu o nome do concurso,
Da grande Zila Mamede.
Nunca manchou com política
As lutas do jornalismo,
Passou por muitos prefeitos,
Mas sem ter radicalismo.
Criticou de forma séria,
Botando em cada matéria
Os dramas do realismo.
Sempre me telefonava
De forma alegre e cortês,
Pra me conceder espaço
Chamou-me mais de uma vez.
Depois de me entrevistar,
Eu findava a declamar,
Meus versos sem rigidez.
Desde o tempo de Agnelo,
Pinto avançou no trajeto,
Sem abandonar jamais,
As trilhas do seu projeto.
Num roteiro decisivo
Formou um grupo incisivo,
Que faz trabalho seleto.
Ampliou as dimensões
Leitor amigo interprete,
Deixou a notícia impressa,
Dizer aqui me compete.
Fez web tevê local
Unificada ao portal,
Ganhou espaço na net.
Diplomou-se muito jovem
A luta não foi à toa,
Formou-se em Campina Grande,
Um jornalista de proa.
Deixou sublime legado
Num trabalho respeitado,
Por ter uma essência boa.
Teve na esposa Irandi,
Dedicada companheira,
Que colabora, até hoje,
Desde a fase pioneira.
O casal gerou com brilhos,
Ana e Pedro, os seus dois filhos,
Nessa vida passageira.
Irandi segue na lida
E o grande Cefas Carvalho,
Cito a Dayane Oliveira,
Na lista sem atrapalho.
Otávio e também Luan,
Que juntos de Itapoã,
Não fazem serviço falho.
No setor das entrevistas
Heloisa colabora,
Andrezza na parceria
O programa revigora.
Tem Evandro e Jessyane,
Um grupo assim não dá pane,
Mas ao contrário melhora.
O compromisso é manter
Tudo o que foi construído,
Com certeza Pinto Júnior
Segue muito agradecido.
De uma nova dimensão,
Ele inspira a produção,
Bem discreto e comedido.
Sua lembrança marcante
Jamais será apagada,
Viveu cinquenta e três anos,
Plantou sonhos na jornada.
Para cumprir seu ofício
Nunca mediu sacrifício,
Lutando de forma honrada.
O vi por vinte e dois anos,
Evocar tudo comove,
Virou parnamirinense
Depois de noventa e nove.
Batalhar foi seu princípio,
Deste novo município,
Seu nome ninguém remove.
Na sua terra adotiva
Ganhou a cidadania,
Pois Gildásio Figueiredo
Propôs-lhe a grande honraria.
O vereador sem prosa,
Atendeu Pedro Feitosa,
Que pediu-lhe a cortesia.
Ainda teve outro título
Proposto por Preto Aquino,
De cidadão natalense,
Pelas lutas do destino.
E o jovem parlamentar
Fez saudação exemplar,
Sem cometer desatino.
Na Academia de Letras
Pinto sem vil pabulagem,
Teve a Medalha do Mérito:
Agnelo ─ em homenagem.
Diógenes da Cunha Lima,
Melhorou-lhe a autoestima,
O saudando na mensagem.
E aos dezenove de junho
De dois mil e vinte um,
Partiu da vida terrena,
Pela Covid comum.
Os seus amigos sofreram,
Ao perceber que perderam,
Um cidadão incomum.
Deixa um roteiro traçado
Nos rumos do sentimento,
Nas mensagens positivas
Vindas do seu pensamento.
Em nossa comunidade,
Seu nome gera saudade,
No povo a todo momento.
Nos versos do meu cordel
Relembrei do companheiro,
Um arquiteto de metas
Neste solo brasileiro.
Foi defensor da cultura
Pra quem gosta de leitura,
Deu exemplo verdadeiro.
Peço a Deus numa oração
Que lutem sem derrotismo,
Seus amigos do portal
Apesar do saudosismo,
Não cansem de publicar
Mantendo no seu lugar,
As pautas do jornalismo!
Parabéns pelas belas estrofes, poeta Marciano, tão bem lapidadas e à altura do homenageado. - Gilberto Cardoso dos Santos
ResponderExcluirParabéns pela poesia, Marciano Medeiros!! Sua homenagem retrata o impagável legado de Pinto Júnior, que segue para todos nós como um herói das letras e da comunicação.
ResponderExcluirParabéns, Marciano Medeiros.. Uma bela homenagem... Fui entrevistado por duas vezes pelo Pinto Jr. Uma perda inestimável para o jornalismo potiguar...
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