domingo, 18 de julho de 2021

A VIDA DE PINTO JÚNIOR NAS PAUTAS DO JORNALISMO



A VIDA DE PINTO JÚNIOR 

NAS PAUTAS DO JORNALISMO 


Por: Marciano Medeiros 


O Brasil nota um desfile 

De mortes todos os dias,

O choro pinga veloz 

Distante das liturgias.

Por causa das omissões 

As covas viram leões,

Devorando as alegrias.  


Nesse contexto eu relembro 

De um amigo persistente,

Que sustentou muito tempo

Um jornal independente.

Nasceu no solo baiano,  

Mas cresceu paraibano 

De coração e de mente. 


José Alves Pinto Júnior 

Plantou num jornal ideias,  

Chegando a Parnamirim 

Alcançou novas plateias.

Inda lembro a novidade

Quando aportou na cidade

Pra registrar epopeias. 


O conheci educado 

Mostrando tato e leveza,

A primeira redação, 

Revejo tendo clareza. 

A lembrança vem de cargas,  

Da rua Getúlio Vargas,

Seu começo com certeza. 


Depois seguiu se mudando 

Com rastros de simpatia,

Guardava a flor da amizade 

No jarro da galhardia. 

Era amigo diferente 

Gostava demais de gente,

Digo sem demagogia.


Fez um registro bonito 

Do Trampolim da Vitória,

Agiu de modo correto 

Numa linda trajetória.

Na pátria tupiniquim

Deu voz a Parnamirim,

Farol de luta e de glória. 


Sempre vi no seu jornal 

Um celeiro de amizades, 

As lembranças me sufocam 

Revendo as atividades, 

Onde em tardes calorosas

As equipes valorosas,  

Publicavam novidades. 


Vejo um filme do passado 

Na tela do pensamento,

Quando publiquei meu livro 

Ele deu acolhimento.

Foi fazer a cobertura 

E o quadro se transfigura, 

Na tinta do pensamento. 


Na bela Parnamirim 

Que foi-lhe a terra adotiva,

A marca de Pinto Júnior 

Fica eternamente viva. 

Batalhava todo dia 

Tendo a tecnologia,

Numa marcha produtiva.


Por ser muito destemido 

Mudou pra televisão,

Lembrar das suas palavras 

Afeta o meu coração.

Fez diversas entrevistas,

Deu espaço aos cordelistas,

Dando brilho a profissão.


Criou diversos troféus 

Mantendo a boa vontade,

Comportamento inclusivo, 

Mostrou na nova cidade.

Eram festas sempre lindas,  

Onde alegrias infindas, 

Vinham com suavidade.


Demonstrava um olhar vivo 

Calibrado na leitura,

A voz bastante suave 

Nunca mudava em altura.

No semblante enigmático

Tinha um riso carismático,

Sem perder a compostura. 


Caminhou sem desistência 

No mundo da informação,

Alcançou muitas cidades 

Famosas na região.

Pra fazer esse trabalho

Colocou Cefas Carvalho,

Comandando a redação. 


Fez concursos literários 

Tendo o seu jornal por sede,

Quem pesquisar pode ver

Que essa informação procede.

Num deslumbrante percurso, 

Deu o nome do concurso,

Da grande Zila Mamede.


Nunca manchou com política 

As lutas do jornalismo,

Passou por muitos prefeitos,  

Mas sem ter radicalismo.

Criticou de forma séria,

Botando em cada matéria

Os dramas do realismo. 


Sempre me telefonava 

De forma alegre e cortês,

Pra me conceder espaço 

Chamou-me mais de uma vez.

Depois de me entrevistar,  

Eu findava a declamar, 

Meus versos sem rigidez. 


Desde o tempo de Agnelo,  

Pinto avançou no trajeto,

Sem abandonar jamais,  

As trilhas do seu projeto.

Num roteiro decisivo

Formou um grupo incisivo, 

Que faz trabalho seleto.


Ampliou as dimensões 

Leitor amigo interprete,

Deixou a notícia impressa,  

Dizer aqui me compete.

Fez web tevê local

Unificada ao portal,

Ganhou espaço na net. 


Diplomou-se muito jovem 

A luta não foi à toa, 

Formou-se em Campina Grande, 

Um jornalista de proa. 

Deixou sublime legado

Num trabalho respeitado, 

Por ter uma essência boa. 


Teve na esposa Irandi,  

Dedicada companheira,

Que colabora, até hoje,  

Desde a fase pioneira.

O casal gerou com brilhos,

Ana e Pedro, os seus dois filhos,

Nessa vida passageira. 


Irandi segue na lida 

E o grande Cefas Carvalho,  

Cito a Dayane Oliveira,  

Na lista sem atrapalho. 

Otávio e também Luan,  

Que juntos de Itapoã,  

Não fazem serviço falho. 


No setor das entrevistas 

Heloisa colabora,

Andrezza na parceria 

O programa revigora.

Tem Evandro e Jessyane,  

Um grupo assim não dá pane,

Mas ao contrário melhora.  


O compromisso é manter 

Tudo o que foi construído,

Com certeza Pinto Júnior 

Segue muito agradecido.

De uma nova dimensão,  

Ele inspira a produção,

Bem discreto e comedido. 


Sua lembrança marcante 

Jamais será apagada,

Viveu cinquenta e três anos,

Plantou sonhos na jornada.

Para cumprir seu ofício 

Nunca mediu sacrifício, 

Lutando de forma honrada.  


O vi por vinte e dois anos,  

Evocar tudo comove,

Virou parnamirinense 

Depois de noventa e nove. 

Batalhar foi seu princípio,  

Deste novo município,  

Seu nome ninguém remove.


Na sua terra adotiva 

Ganhou a cidadania,

Pois Gildásio Figueiredo 

Propôs-lhe a grande honraria.

O vereador sem prosa,  

Atendeu Pedro Feitosa,   

Que pediu-lhe a cortesia. 


Ainda teve outro título 

Proposto por Preto Aquino, 

De cidadão natalense,  

Pelas lutas do destino.

E o jovem parlamentar 

Fez saudação exemplar, 

Sem cometer desatino.


Na Academia de Letras 

Pinto sem vil pabulagem,

Teve a Medalha do Mérito:

Agnelo ─ em homenagem.

Diógenes da Cunha Lima,

Melhorou-lhe a autoestima,

O saudando na mensagem.  


E aos dezenove de junho

De dois mil e vinte um,

Partiu da vida terrena,  

Pela Covid comum. 

Os seus amigos sofreram,

Ao perceber que perderam,  

Um cidadão incomum. 


Deixa um roteiro traçado 

Nos rumos do sentimento,

Nas mensagens positivas 

Vindas do seu pensamento. 

Em nossa comunidade, 

Seu nome gera saudade,

No povo a todo momento. 


Nos versos do meu cordel

Relembrei do companheiro, 

Um arquiteto de metas 

Neste solo brasileiro.

Foi defensor da cultura

Pra quem gosta de leitura,  

Deu exemplo verdadeiro.


Peço a Deus numa oração 

Que lutem sem derrotismo,

Seus amigos do portal 

Apesar do saudosismo,

Não cansem de publicar 

Mantendo no seu lugar,

As pautas do jornalismo!




3 comentários:

  1. Parabéns pelas belas estrofes, poeta Marciano, tão bem lapidadas e à altura do homenageado. - Gilberto Cardoso dos Santos

    ResponderExcluir
  2. Parabéns pela poesia, Marciano Medeiros!! Sua homenagem retrata o impagável legado de Pinto Júnior, que segue para todos nós como um herói das letras e da comunicação.

    ResponderExcluir
  3. Parabéns, Marciano Medeiros.. Uma bela homenagem... Fui entrevistado por duas vezes pelo Pinto Jr. Uma perda inestimável para o jornalismo potiguar...

    ResponderExcluir

Comentários com termos vulgares e palavrões, ofensas, serão excluídos. Não se preocupem com erros de português. Patativa do Assaré disse: "É melhor escrever errado a coisa certa, do que escrever certo a coisa errada”