terça-feira, 8 de junho de 2021

CONTO CRÔNICAS COM DÓ MAIOR: A OBRA E O SEU AUTOR

 


O livro Conto Crônicas com Dó Maior foi escrito por alguém que conheço há décadas, a quem muito admiro. Nailson é conhecido como alguém de refinadas habilidades literárias e dotado de mente privilegiada. “Toda unanimidade é burra”, disse o também cronista e contista Nelson Rodrigues, mas quanto ao que eu afirmei acima, estamos diante de uma exceção. Quem o conhece de perto sabe o quanto ele merece ser escutado e lido. Aliás, quase todos os textos impressos nesse livro passaram pelo crivo de exigentes leitores em espaços virtuais e/ou em jornais e antologias impressas. Muitos e positivos foram os feedbacks. Algumas dos textos presentes no livro foram utilizados por mestres em eventos pedagógicos e inseridos em atividades estudantis de diversas escolas. 

Nailson exerceu por décadas a profissão que mais admira. Foi um educador de êxito, lembrado por muitos com saudade. Como professor, exaltou a cultura de sua região como ninguém. Por sinal, sempre pareceu altruisticamente mais interessado em promover outros autores que a si mesmo. Não foi sem relutância que decidiu, após décadas de cobrança, publicar algo seu.  Sem pedantismo ou pretensão de ensinar, continua a instruir-nos através de suas produções. Trata-se de um nome relevante na literatura do Trairi, uma voz necessária, que corresponde às necessidades ético-literárias de nosso tempo, um escritor digno de projeção em todo o país.

A crônica propriamente dita é um texto que se situa entre o jornalismo e a literatura. As produzidas por Nailson atendem plenamente às características do gênero. Digo isto porque na atualidade vemos crônicas que parecem não fazer essa ponte com o dia a dia. Comumente, o autor desse livro se volta para temáticas relevantes e as desenvolve com envolvente lirismo, poesia, bom humor e tiradas filosóficas que surpreendem.  Seus textos direta ou indiretamente fazem ponte com pautas humanitárias, mas de modo algum são panfletários. 

Num tempo em que muitos se põem a escrever sem ter o que dizer, você tem a oportunidade de ler a obra de um prosador e poeta que antes de tudo é um grande leitor; alguém que se interessa por tudo que acontece ao seu redor e deseja contribuir para um mundo melhor. Em alusão ao que disse Tolstói, diríamos que ele “canta sua aldeia” e torna-se universal sem ter a pretensão de sê-lo. Nailson Costa, antes de ser um bom escritor, é alguém que ama muito sua terra e sua gente; um colecionador de lembranças que extrai poesia e alegres lições de tudo que já viveu. Antes do pensador, vemos o homem que sente e revive com intensidade situações aparentemente banais ao olhar desatento, mas que ganham profundidade e despertam nosso interesse em suas crônicas e contos.

Tenho tido há vários anos o privilégio de ler seus textos à medida que vão sendo produzidos e antes que venham a público. Releio-os com interesse e vejo que não perdem a atualidade. Sou um dos muitos que têm insistido há décadas para que ele reúna suas produções e as transforme em livros. Finalmente ele nos presenteia com esta obra tão esperada, composta por textos que se tornaram clássicos em nossa região, com acréscimo de crônicas e de contos inéditos.

Portanto, nas páginas dessa obra o leitor se deparará com tudo que se pode esperar de um bom contista ou cronista. Ironias inteligentes e críticas necessárias direcionadas ao alvo certo, prosa poética e narrações bem humoradas; aqui acolá o registro de expressões regionais engraçadas etc.  Conto Crônicas com Dó Maior despertará em você reflexões necessárias e lhe proporcionará bons momentos de lazer. Mãos e olhos à obra!

 

Gilberto Cardoso dos Santos 

(Gilberto Cardoso Dos Santos)




Adquira conosco (Fone 84 99901-7248), com o Sebo Letra N'Ativa (Fone 84 9632-3943) ou com o próprio autor (Fone: 84 9919-0198)




3 comentários:

  1. Nailson pode, mesmo que num futuro ainda distante, se candidatar à imortalidade. Pois, acaba de passar, são e salvo, por um batismo de fogo!

    ResponderExcluir
  2. Obg, mestre Gil, pelas lindas palavras!

    ResponderExcluir

Comentários com termos vulgares e palavrões, ofensas, serão excluídos. Não se preocupem com erros de português. Patativa do Assaré disse: "É melhor escrever errado a coisa certa, do que escrever certo a coisa errada”