ENALTECENDO O CURIMATAÚ
I
O que mais me envaidece
Vendo estas maravilhas
Rios, mares, praias, ilhas
Que o mundo nos oferece
Só que a gente não esquece
Que entre as belezas mil
Existe um outro perfil
Diferente do Sudeste
O nome dele é Nordeste
Num recanto do Brasil.
II
Essa área é consagrada
Por seu clima tropical
Quem diz é o pessoal
Por quem ela é visitada
Sempre foi denominada
Terra do mandacaru
Produtora do caju
Entre o Brejo e o Sertão
Orgulho da região
Seu nome é Curimataú.
III
Se vê o clarão da lua
Com estrelas cintilantes
Os visuais delirantes
Eu no espaço flutua
Às vezes, eu fico pensando
Que é Deus nos recompensando
Pelo o que temos sofrido
Contemplando esta beleza
No painel da natureza
Desse Nordeste querido.
IV
São esses os requisitos
Que o sertanejo usufrui
No semiárido me inclui
Outros quadros tão bonitos
É quando a mata se veste
Aí cria a paisagem
Com o verde da folhagem
Vem transformar a imagem
Do meu querido Nordeste.
Autor: JOSELITO FONSECA DE MACEDO, vulgo, DAXINHA.
25/12/1985
JOSELITO FONSECA DE MACEDO, mais conhecido como poeta Daxinha, nasceu em Cuité/PB, em 14/08/1938. Filho de José Adelino de Macedo e Maria Marieta da Fonseca, nasceu na zona rural de Cuité, mais precisamente no Sítio Boa Vista do Cais, popularmente conhecido como Sítio Pelado. Aos 20 anos, viajou para os estados de Minas Gerais e Goiás, onde trabalhou como agricultor e vaqueiro. Mas foi no estado de São Paulo que se fixou, trabalhando como metalúrgico nas principais usinas siderúrgicas da região do ABC paulista. Retorna à Paraíba em 1985, retomando suas funções de agricultor. Sempre gostou de poesia, sobretudo, do gênero cordel no qual, ainda menino, já escrevia seus primeiros versos. O retorno a Cuité aproximou-o ainda mais de suas raízes, fazendo-o mergulhar com mais fervor no mundo da poesia. Sempre convidado a se apresentar em eventos culturais da cidade, seus versos focavam, principalmente, no cotidiano das pessoas simples – como ele mesmo o era. Tem como obras publicadas um CD de poesias intitulado: “Poeta Daxinha – Um Amante da Poesia”, o cordel “O batente de pau do casarão” e uma participação póstuma no livro “APOESC em Prosa e Verso”, do também poeta Gilberto Cardoso dos Santos. Casado, pai, avô e bisavô, o poeta Daxinha faleceu em 04/05/2016, em Campina Grande/PB, vítima de insuficiência cardiorrespiratória. (Jaci Azevedo, filha)
Que lindo!! Nosso Nordeste, nosso Curimataú enaltecidos com tanto carinho...
ResponderExcluirSaudades do meu poeta preferido!!
Gratidão, Gilberto!!
Lindo poema, como todos do saudoso Daxinha.
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