Acabei de reler o livro "O Circo Chegou", de Diógenes da Cunha Lima, que contém poemas infantis muito bons, recomendáveis para todas as idades. Decerto todos os que, como nós, tiveram a oportunidade de assistir um espetáculo circense, se reconhecerão nessa obra.
Coube a outro imortal da ANRL, Ivan Lira de Carvalho, preencher as orelhas da obra, onde lemos:
"Diógenes da Cunha Lima, poeta consagrado, faz ressurgir o menino magricela de Nova Cruz, correndo no encalço do palhaço que berrava, em uma corneta de latão, "Pipoca, amendoim torrado", obtendo a pronta resposta da patuléia: "Eu levei sua tia num carrim quebrado!" Em um salto vitorioso, como um equilibrista, elaborou os finos versos temáticos."
O livro foi belamente ilustrado por Iaperi Araújo, que enriquece a obra com o texto Memórias do Circo. Igualmente primoroso é "A pluralidade Circense", em que Diógenes tece considerações inteligentes sobre a importância do circo e conta um pouco de sua relevante experiência pessoal com os circos de sua infância.
Vejam um dos poemas:
O ENGOLIDOR DE FOGO
O fogo faz-se aurora
De calor e luz.
Se a tudo devora,
Destino conduz.
Da boca à chama,
O engolidor
Incêndio emana
Do corpo, sem dor.
Orienta seu sopro
Ao vento, veloz,
Consome no logro
A plateia, sem voz.
Perigo de morte
Na flama assumida,
Um lance de sorte
Salva a sua vida.
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