ESQUECER?
NEM PENSAR!
Eu sempre cometo erros em tudo que
faço. Só me livro deles quando estou dormindo. Se vou jogar tênis, a raquete
voa da mão. Nas refeições, o engasgo chama a atenção. Muita gente não quer me
convidar para jantar porque tusso em cima da mesa. Às vezes, além de me
engasgar, caio no chão espumando. Quando tem muito turista fico andando por
perto das mesas tossindo e pulando como um canguru. Correm todos, uns para
perto, outros para nunca mais. Além de errar na hora de comer, ao utilizar o banheiro
lavo o sanitário com urina. Como preciso limpar, inventei um “transporter”
urinário. Trata-se de um cano de PVC que acoplo ao instrumento. No início até
que deu certo. Depois fui relaxando e não acertei mais o buraco da invenção.
Comprei um cano de cem polegadas para não errar, mas ficou inviável carregá-lo
para o trabalho.
Além de errar sempre, sou também muito
esquecido. Quando quero me lembrar de algo anoto, mas depois esqueço onde
anotei. Diante dessa falta de memória, uso objetos para lembrar-me dos
compromissos. Por exemplo: se vou viajar, amarro um barbante no pulso para me lembrar
de colocar gasolina. Quando preciso comprar sapatos dou uma martelado no dedão
do pé. Deixo-o sujo de sangue e só limpo quando compro o calçado, porque se
limpar antes, esqueço.
Disseram-me que estou doente. A
doença é... é... deixa “pra lá”. Comprei um remédio para a memória, e já melhorei
bastante. O nome do remédio não me lembro agora, mas sei que é ótimo. Quem
disse que eu estava doente foi uma mulher vestida de branco usando um medalhão pendurado
no pescoço. Depois colocou as borrachinhas no ouvido, enrolou uma câmara de ar
no meu braço e encheu. Desamarrou a câmara de ar e foi escrever. Com esse proceder,
acho que quem é maluca é essa médica. Eu mesmo estou muito bem obrigado!
Heraldo Lins Marinho Dantas (arte-educador)
Natal/RN, 03/03/2021 – 18:38
84-99973-4114
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