TROVAS SOBRE IMAGEM DE UMA COSTUREIRA - Vários autores (produzidas no grupo "Nós, os Trovadores")
1
Lembro com quanta ternura
minha avó confeccionava
na máquina de costura
as roupinhas que me dava.
Gilberto Cardoso dos Santos PB RN
2
Música maravilhosa
a máquina produzia
quando a avó habilidosa
as nossas roupas cerzia.
Gilberto Cardoso dos Santos PB/RN
3
Após tanto remendar
e passar por tanto aperto,
velhinha, vem a notar
que a morte é mal sem conserto.
Gilberto Cardoso dos Santos PB/RN
4
Viveu altruisticamente
e se sentiu satisfeita
ao ver sorrir tanta gente
usando roupa bem feita.
Gilberto Cardoso dos Santos PB/RN
5
Sem entender bem a lógica
da fragilidade orgânica,
a máquina biológica
descansa sobre a mecânica.
Gilberto Cardoso dos Santos PB/RN
Extremamente cansada,
Sentindo o peso da idade,
já não resta quase nada,
além de sentir saudade.
Gilberto Cardoso dos Santos PB/RN
7
Na pausa do olhar vazio,
do mundo desiludido,
desemboca todo um rio
do desconsolo sofrido.
Márcia Jaber
8
Que tristeza em seu olhar,
tão distante, tão ferido,
deve viver a esperar
alguém por quem tem sofrido!
Gleyde Costa
9
Lembro vovó, na costura,
seus pensamentos, ao léu...
Sua alma doce, tão pura,
hoje descansa no céu.
Silvia Maria
10
Mãos obreiras, atuantes
insistem ante o cansaço,
os sonhos já vão distantes,
no olhar, o sorriso escasso!
Janilce
11
Com este sorriso escasso,
tendo o olhar tão saudoso,
parece ouvir lento passo
de um passado tão ditoso.
Melanialudwig - Rio Preto SP
12
Na máquina debruçada,
relembrando com doçura,
tanta roupa esgarçada,
já saiu de sua costura.
Melanialudwig - Rio Preto SP
13
Dos filhos as vestimentas:
as camisas, o vestido
mãe cosia, sem tormentas,
num prazer. doce e incontido
Melanialudwig - Rio Preto SP
14
O labor me deu sustento ,
tirou- me noites de sono,
sem ele , hoje, o meu lamento
é por sofrer no abandono.
Arietetê
15
Velhinha assim, nem parece
que produz tanta camisa.
Em cada roupa que tece,
um sonho que realiza.
Julimar Vieira
16
Saúdo esta criatura
de semblante tão tristonho...
com a máquina de costura
concretizando seu sonho.
(Mário Moura Marinho)
17
Não posso, de modo algum,
aceitar que a experiência
tenha só o asilo comum
de uma espera, e de uma ausência...
Elias Pescador
18
A costureira aos farrapos,
velhinha, agulha na mão,
sempre costurava os trapos,
das roupas da solidão!
Autor: Prof. Garcia.
19
Aqui, em triste abandono,
Lembro-me bem como eu era.
Hoje, nos braços do outono,
Zomba de mim primavera!
(José de Castro)
20
Na longa estação da vida,
viveu de passar o fio,
sem luxo, riso, guarida;
tempo correu feito rio.
J. Luz
Vc é sensacional.Isso é muito carinho, para com seus irmãos trovadores! Estou amando!
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