sábado, 12 de dezembro de 2020

SILVANA - Nelson Almeida

 

SILVANA


Na minha infância havia Silvana.

Não era santa, nem era a outra.

Mas era menos ingênua do que eu.

À noite ela chegava e brincávamos

de esconde-esconde.

Longe dos olhares adultos, entrávamos

no primeiro beco disponível.

Sob o luar prateado ela me ensinava 

beijos molhados.

Não fui bom aluno, era baixinho,

mal conseguia tocar os lábios dela.

Mas todo aprendizado é prazeroso.

Eu tive o meu.


Nelson Almeida. Natal, 11/12/20. 23:55.

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Comentários com termos vulgares e palavrões, ofensas, serão excluídos. Não se preocupem com erros de português. Patativa do Assaré disse: "É melhor escrever errado a coisa certa, do que escrever certo a coisa errada”