OS
ROCHA, AÇÃO E CULTURA
Diogenes da Cunha Lima
O
nosso Tribunal do Trabalho decidiu em favor do emprego e renda para as micros e
pequenas empresas têxteis seridoenses. O estímulo inventivo delas foi de Flávio
Rocha, líder empresarial e do Grupo Guararapes. Seis mil empregos diretos foram
criados e, agora, mantidos.
Tudo
começou com o seu pai, Nevaldo Rocha, vindo de Caraúbas, Oeste Potiguar. Inicialmente,
ele trabalhou em uma joalheria. Dizem que aprendeu inglês para vender relógios
aos militares norte-americanos aqui sediados durante a Segunda Guerra. Da
economia do seu trabalho, Nevaldo montou, em 1947, uma loja de confecções.
Em
1979, comprou a Riachuelo. Depois, criou a Guararapes e o Midway Mall. Obstinado,
integrou a cadeia têxtil com pesquisa, designer, produção, distribuição
e comercialização. Com princípios éticos, desenvolveu a indústria e o comércio.
A Empresa tem, hoje, 40.000 colaboradores, a maior do ramo da moda no país.
Nevaldo
sempre valorizou a nossa terra e a nossa gente, criando ofícios e instrumentos
de cultura. Mesmo com pesquisas econômicas indicando o difícil retorno do
investimento, mandou fazer o Teatro Riachuelo, o melhor e mais produtivo
equipamento cultural do Estado. No Midway Mall, ao lado de grandes painéis com
cidades famosas do mundo, mandou colocar um painel com a sua humilde casa caraubense.
Fazia refeições na praça da alimentação e visitava as lojas. Diariamente,
ia ver o bom funcionamento da fábrica de confecções em Igapó.
O
legado maior de Nevaldo são os três filhos: Flávio, Lisiane e Élvio Rocha. Flávio
Rocha segue as pegadas do pai, mas imprime o seu estilo. Muito cedo, financiou
a carreira ascendente de Ayrton Senna. Estudou administração na Fundação
Getúlio Vargas e marketing na Universidade de Harvard, foi deputado federal, duas
vezes, pelo Rio Grande do Norte. Participou da Assembleia Constituinte. O seu sonho
maior é ver o Brasil liberal em Economia e conservador nos costumes.
Desde
criança, Flávio é atento aos negócios. Meu compadre, Renato Miranda, contou-me
uma pequena história. Ele administrava uma das lojas-vitrine na Rua da
Consolação. Era ornada com uma carruagem que exibia jeans. Um dia, a mãe de Flávio
deixou-o lá enquanto fazia compras. O menino quis saber de tudo, inclusive por que
a loja quase nada vendia.
Por
ação cultural inédita, a Academia Norte-Riograndense de Letras, outorgou-lhe o
título de “Mecenas Potiguar”.
Tenho uma esperança otimista: que estes Rocha continuem a estimular o empreendedorismo e a cultura, criando e fazendo funcionar a Fundação, ou Instituto, Nevaldo Rocha, relevo à memória do pioneiro.
Diógenes da Cunha Lima (poeta, prosador e compositor) é advogado e presidente da ANL (Academia Norte-rio-grandense de Letras). Alguns de seus livros: “Câmara Cascudo - Um Brasileiro Feliz”, “Instrumento Dúctil”, “Corpo Breve”, “Os Pássaros da Memória”; “Livro das Respostas” (em face do “Libro de las preguntas”, de Pablo Neruda); “A Memória das Cores”; “Memória das Águas”; “O Magnífico”; “A Avó e o Disco Voador” (infantil).
Foi Presidente da FJA, Secretário de Estado; Consultor Geral do Estado; Reitor da UFRN; Presidente do CRUB. Atualmente, dirige o seu Escritório de Advocacia e preside a ANL (Academia de Letras). Alguns de seus livros: “Câmara Cascudo - Um Brasileiro Feliz”, “Instrumento Dúctil”, “Corpo Breve”, “Os Pássaros da Memória”; “Livro das Respostas” (em face do “Libro de las preguntas”, de Pablo Neruda); “A Memória das Cores”; “Memória das Águas”; “O Magnífico”; “A Avó e o Disco Voador” (infantil).
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