Meu avô Nozinho Pequeno e os ensinamentos que me deixou.
Bom dia, meu amigos, bom dia,
minhas amigas!
Hoje, novamente volto a escrever,
um de meus afazeres preferidos, mais agora nesta pandemia desgraçada, onde
somos forçados a "ficar em casa" pela sensatez, por pensamos na nossa
saúde, dos nossos familiares e pelos nossos verdadeiros heróis, os servidores
do Sistema de Saúde.
Escrevo por prazer e, como
sabemos, tudo que refletimos, que observamos dá um bom texto.
Num dia como hoje nascia Manoel
Venâncio de Medeiros. Hoje faria mais de 100 anos se estivesse ainda vivo entre
nós!
Além de ser meu avô materno, era
irmão do querido Tio Dula (Paulo Venâncio de Medeiros), que vendia rapadura
todo sábado, na feira, ali em frente à Vantajosa e era pai do conhecidíssimo professor João de Dula e de Neta,
funcionária da Prefeitura Municipal de Santa Cruz.
A família do meu avô é conhecida
como um povo calmo, que não se estressa facilmente, nem adquire inimizades. São pessoas de caráter,
sensatas e de uma conduta invejável. Sou
suspeito em falar. Mas quem os conhece pode confirmar ou desmentir o que digo
aqui.
Mas vamos voltar ao meu avô,
Manoel Venâncio de Medeiros , mais conhecido como Nozinho Pequeno. Homem alto,
magro e que gostava de tomar um aperitivo na hora do almoço. Desde pequeno que
eu o observava, sentado ali na mesa de sua cozinha ao lado de minha avó. Nunca
bebia mais que um gole grande da preferida dele, a "Pitu," com tira-gosto
de bucho ou tripa de gado. Nunca vi meu avô bêbado ou falando coisas de
bêbados. Isso me serviu de exemplo até hoje.
Por falar em exemplos, eu sigo
ainda hoje muitos deles, observados por mim ao conviver com ele ou mesmo dados
pelo meu avô.
Lembro - me como fosse hoje, num
dia também de domingo, quando ele me
contou uma história de teimosia, que fiquei impressionado. Nunca a
esqueci!
Dois senhores, um bastante estudado
e sábio e o outro, bruto, insensato e ignorante, segundo meu avô, pegaram uma teima tão grande, mas tão grande
sobre um determinado assunto que entrou pela tarde inteira e só terminou
quando, lá pra noite, cada um saiu chorando para suas casas, por não terem
vencido a "batalha" mental.
Esta história ocorreu onde meu avô nasceu , no Sítio Impueiras, município de São Bento do
Trairy.
No outro dia, o homem sábio e
estudado procurou um compadre e lhe contou o acontecido do dia anterior e
lhe perguntou se "tinha ou não razão".
Ao que o outro sábio falou:
- Compadre, sou seu amigo e sei
da sua sabedoria e sensatez no que diz. Seu erro foi passar a tarde inteira,
numa teima desnecessária com um homem bruto e ignorante como aquele!
Quando era vivo, escutei muitas
histórias do meu avô, sempre me deixando muitos ensinamentos. Hoje sigo muitos exemplos de vida dele.
Ele faleceu na cama, na casa
dele, em paz, sem deixar um só inimigo, nem contas a pagar.
Sigo, como já disse, os bons exemplos que me foram dados pelo meu avô. Mas
na vida atualmente, com uma sociedade doente, cheia de maldades, há momentos em
que deixo de seguir o lado passivo dele,
de evitar confrontos.
Infelizmente, é preciso sermos
duros em alguns momentos, mesmo que venhamos a desagradar a alguém.
Mais ou menos o que disse Che
Guevara:
"Há que endurecer-se, mas perder a
ternura jamais".
Ótimo resgate, João Maria. Que sigamos, na medida certa, o exemplo de seu avô.
ResponderExcluirVerdade.
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