Palavras têm força. Ao serem ouvidas, independente do emissor, a força permanece sendo exercida por dias ou até mesmo perduram por toda uma existência.
Os poetas escondem-se por trás dos escudos sintáticos para se defenderem. De forma sutil, sem direcionar a decepção, usam a pedra como escudo no meio do caminho.
Mas não precisa ser poeta para sofrer com os projéteis verbais. O certo é que, no artista , a perfuração infecciona e só será curada quando houver cirurgia vocabular publicada. Quando isso acontece, parte-se para a etapa das trincheiras escritas.Torna-se hábito, por parte do vate, recorrer a tal expediente visando a cura.
Combustível de não tão fácil digestão, a agressão verbal impulsiona neurônios artísticos na elaboração da obra. Contrário do sistema digestório, primeiro vem o lixo para depois sair o luxo.
A exposição na guerra da realidade visa sentir o mercado agressivo da inveja. Procura colher a essência das sensações entristecidas pelos significados deploráveis, com o objetivo de produzir razão alegre.
Vincent Van Gogh cortou a própria orelha. Nossas orelhas são cortadas na convivência social. No trajeto do berçário até o necrotério muitas são decepadas. Quando não se consegue mais se esconder, restam apenas os borrões de uma caneta sem tinta.
Heraldo Lins Marinho Dantas
15.05.2019
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Comentários com termos vulgares e palavrões, ofensas, serão excluídos. Não se preocupem com erros de português. Patativa do Assaré disse: "É melhor escrever errado a coisa certa, do que escrever certo a coisa errada”