terça-feira, 10 de novembro de 2015

DIVAGAÇÕES - Peterson Javan




Pegando carona no papo que tive com o amigo J.C antes de dormir, sonhei com a inauguração de um museu em nossa cidade, era uma dessas construções tipo megalomaníacos meio estádios de futebol, meio shopping Center ou teleférico na cidade do interior que quer ser grande em tempos de “seca braba” e “pouco pasto” para o gado. Mas que para isso acontecer na realidade “eu teria que passar para o outro lado”, igual a cachorro ligeiro de espinhaço cumprido serpenteando a coluna, atravessando cerca de aram e farpado” ou “me esconder dentro de um pé de jurema preta e passar uma rasteira no cavaleiro que vai passando na vereda e se ele não ficar aleijado da queda ainda ter que dar um tiro no cabra”.
Ufa! Acordo atordoado com o barulho do tiro no pé que nunca irei dar.
Logo, o primeiro sentido me faz despertar! Percebo que os rotineiros filetes de cor neon solar que atravessam as frestas das janelas do meu quarto não me incomodava como de costume. Bom! Alivia-me render a preguiça e talvez voltar a dormir. Mas penso! Penso em Deus preparando mais uma maravilhosa manhã, meus ouvidos também despertam, lá fora ouço pingos d’água escorregando cabeça abaixo, ao passo que ao tato também posso me sentir, de súbito salto da minha cama e abro a janela inevitável foi a felicidade. Respirei a umidade de céu chuvoso e lembrei, lembrei de Hugo Tavares, da força do que ele escrevia e com o meu tato e mente em perfeita sincronia me pus a escrever essas linhas, após reflexão concluo. Um alvorecer chuvoso é como a própria noite. Tem suas nuvens carregadas de sonhos. Tende a me prender a preguiça do só pensar, Mas logo chega o sol e o dia, o calor e a agonia e com essas poucas linhas encerro o meu labutar.
Peterson Javan

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