Concordo com a visão apresentada no texto abaixo. O
autor faz um exercício de empatia e mostra-se bem lúcido quanto ao problema que
a França, em particular, e o mundo ora enfrentam. Ressalta que os radicais
AINDA são uma minoria e que não devemos obstruir o caminho da
maioria bem intencionada.
Quantos por cento deles de fato representam uma
ameaça à democracia? Alguns calculam que apenas dez, outros quinze e uns que um
terço desses um bilhão e meio sejam radicais. Número considerável, né? O
autor reconhece que são muitos e que é necessário combatê-los. A mudança,
diz-nos, deve partir do próprio Islamismo. A liderança do bem precisa
deixar de ser omissa e se posicionar. Os maus líderes, incentivadores do
terrorismo precisam ser contidos. Graças aos muitos vídeos na net,
fica fácil saber o que acontece nos países onde o Islamismo é a religião
oficial, como os direitos humanos mais básicos são desrespeitados..Certamente
nessas ditaduras há muita gente que pensa diferente e clama por liberdade, e eu
espero que sejam muitos. O autor necessariamente se mostra otimista. - Gilberto
Cardoso dos Santos
O autor do artigo, André Lajst, é um jovem brasileiro e israelense, serviu a força aérea de Israel e é especialista em Terrorismo, segurança nacional e história israelense. Escreve mensalmente para o The Jerusalem Post e para o The Times of Israel.
ANDRÉ LAJST
DE ISRAEL
Lassana Bathily é muçulmano,
proveniente de Mali, morava na França e trabalhava no Hyper Kasher, o mercado
alvo de um ataque terrorista na última sexta feira, matando 4 reféns.
Bathily trabalhava para judeus,
e na última sexta feira, arriscou a vida para salvar 15 judeus que estavam no
supermercado. Sim, um muçulmano salvando judeus do terrorismo islâmico radical.
Não seria tão trágico se não fosse tão complexo.
Jeannette Bougrab tem
origens muçulmanas e perdeu o marido, um dos cartunistas mortos na quarta feira
em Charlie Hebdo. Bougrab trabalhou no passado no governo do então presidente
Nicolas Sarkozy como uma ponte entre o governo e os imigrantes para ajuda-los a
se integrar na sociedade.
Ahmed Merabet era muçulmano e
trabalhava como policial em Paris. No atentado na quarta feira, Ahmed foi
assassinado pelos terroristas a queima roupa enquanto tentava combate-los.
Com olhos clínicos
podemos afirmar que a minoria da Alemanha nazista durante a Segunda Guerra
mundial acreditava nas ideologias do partido, que a minoria dos japoneses eram
radicais como os kamikazes suicidas, que a minoria dos russos eram comunistas
radicais que matavam em nome da ideologia.
Sim, a maioria dos ataques
terroristas hoje em dia é feita por muçulmanos radicais e extremistas, e
a gigantesca maioria das vitimas desses ataques são muçulmanos também.
Paremos um segundo, e
olhemos para a situação de maneira mais lógica e veremos facilmente que o
terrorismo e o radicalismo islâmico aos poucos estão claramente tentando roubar
algo que não pertence a eles: A religião islâmica em si.
Sejamos claros e
verdadeiros, uma pequena porcentagem de muçulmanos no mundo são radicais e
extremistas comparados com a quantidade de fiéis desta religião. Sabemos
que não são um numero pequeno de pessoas, porém ainda são a pequena
minoria.
Esta semana vi um
vídeo surpreendente no qual o Presidente do Egito Abdel El-Sisi discursava a um
grupo de clérigos religiosos muçulmanos na Jordânia e disse claramente que
estes radicais estão “roubando a religião” e que somente uma reforma rigorosa
que venha de dentro do islã poderá combater de forma efetiva estes radicais.
Ele tem razão. A solução duradoura para este problema vira de dentro do islã e
não de fora.
Como judeu, israelense e
sionista, servi ao exercito do meu país onde vi muçulmanos e cristãos árabes
também servindo ao Exercito de Israel. Tenho amigos muçulmanos em Israel e
conheço bem a opinião deles em relação ao terrorismo. E, claro, são
radicalmente contra. Tento por um instante me colocar no lugar deles nestes
momentos e tenho certeza que me sentiria tão triste e enlutado como estou na
minha real identidade. Os muçulmanos de bem precisam ser fortes e ter motivação
para criar as reformas e as devidas revoluções contra estes radicais
terroristas que deturpam o islã e interpretam a mesma da maneira que bem
entendem.
Temos nosso papel neste
progresso e um deles é não generalizar. É abrir uma porta a estas pessoas
moderadas e não fecha-las. E caso tenham dúvidas, bom, Bathily, o funcionário
muçulmano no supermercado Kasher, não pensou duas vezes ao arriscar sua vida
para salvar 15 judeus.
Não acredito em utopias e
em contos de fadas. Entendo o significado do terrorismo radical e a necessidade
de combate-lo. O que está acontecendo no mundo muçulmano e em especial na
Europa é importante, é sério e merece toda nossa atenção e preocupação e
principalmente e acima de tudo, da nossa razão.
Fonte: http://internacional.estadao.com.br/blogs/gustavo-chacra/o-fantastico-texto-de-um-brasileiro-israelense-contra-a-islamofobia/
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