segunda-feira, 9 de setembro de 2013

JOSÉ PORFÍRIO - UM HERÓI NORDESTINO - Hélio Crisanto



Como um bravo nordestino
No seu velho pau de arara
Foi vitima do seu destino
Quando a morte o matara
Aos cassacos deu guarida
Lhe amparando sem medida
Diminuindo o martírio
Em meio a tantos clamores
O céu recebeu com flores
O anjo José Porfirio

Partiu assim de repente
Nem deu tempo de avisar
Depois de um grave acidente
Com homens pra trabalhar
Numa estrada da Bahia
Seu corpo assim padecia
Deixando a familia triste
Tantos anos se passaram
Mas as feridas não saram
E a dor da perda persiste

Transportava retirantes
Que fugiam da estiada
Levando à terras distantes
Na poeira da estrada
Estes não tinham mobília
Se perdiam da família
Depois de escravizados
Trabalhavam por comida
Bebendo o suor da vida
No copo dos desgraçados

Aos quarenta e tres de idade
Assim se foi nosso herói
Deixando muita saudade
E uma lembrança que dói
Homem de bom coração
Ao pobre estendia a mão
A quem lhe pedisse ajuda
Passa dia, mes e ano
Desse episódio tirano
Mas a história não muda

Por não ter nenhum parente
Pra fazer o seu enterro
Foi taxado de indigente
Cometeram grande erro
Seu pai coberto de dores
Sem se importar com valores
Vendeu tudo o que ganhou
Mandou buscar o caixão
Pra enterrar no sertão
Seu filho que tanto amou

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Comentários com termos vulgares e palavrões, ofensas, serão excluídos. Não se preocupem com erros de português. Patativa do Assaré disse: "É melhor escrever errado a coisa certa, do que escrever certo a coisa errada”