AFINAL, TAMANHO É OU NÃO É DOCUMENTO?
Com o isolamentos
social por causa da pandemia do Covid-19, tenho
tido mais tempo pra ler, escrever, ver TV e até reclamar do
sedentarismo, logo eu que sou caseiro e vivo, satisfeito, em prisão domiciliar
desde que casei.
Hoje parei pra ver um
programa da vida animal na TV, e me chamou a atenção a solidariedade do
hipopótamo para com a gazela, quando atacada por um enorme crocodilo, na margem
de um rio. O crocodilo iria comer a
gazela se o enorme hipopótamo tivesse deixado. Seria solidariedade do
hipopótamo à gazela, raiva de crocodilos ou os hipopótamos não toleram a farra
dos crocodilos, que vivem a putrefazer as águas límpidas do habitat de seu
habitat? Não sei! Só sei que o
crocodilo, mesmo sendo um carnívoro enorme, não se atreveria a comer a carne
farta do hipopótamo.
Lembrei-me,
também, de quando eu jogava futsal. Eu adorava entrar de sola em jogadas mais disputadas.
Numa partida contra Chagão, um adversário de 1,90 cm e 100 kg de músculos, eu
não me dispus a chegar junto e rasgando, como sempre eu fazia. O tamanho da
encrenca falou mais alto.
Homens vivem a se
angustiar e a se vangloriar com o tamanho de seus melhores amigos. Se pequenos
ou médios, sofrem; se enormes, se exibem de cuecas brancas nas piscinas e
praias. A esse respeito, as mulheres dizem que os homens sofrem à toa, pois o
que importa é a esperteza do brinquedo e o prazer que este pode lhes proporcionar.
Será? Sei lá! As mulheres são gentis!
Só sei que o P não vê a
hora da
passagem do tempo, para que esse lhe traga a certeza do G, e tirar, com grande satisfação, o seu documento
do bolso, para entrar nos cinemas proibidos para menores de 18 anos.
É enorme o tamanho da
minha indiferença acerca da veracidade dessa resposta, e proporcional a
pequenez de minha paciência, depois de nove meses de um isolamento social, por
causa de um minúsculo, um invisível vírus que se abateu por sobre a imensa arrogância e imbecilidade humanas.
(Nailson Costa, em Diarreia Crônica, p. 22, Dezembro de 2020)
Ótima crônica, Nailson. (Gilberto Cardoso)
ResponderExcluir