domingo, 26 de fevereiro de 2012
Eu e meu violão - Nailson Costa
Tenho uma mão nervosa
Que ejacula letras em vão
Tenho sorve...tes de espinhos
Guardados num violão
Tenho surdez e gagueira
Com cacimba de torneira
Nas linhas de minha mão.
Tenho um violão calado
Num cantinho de minh’arte
Tenho nozes em bolhas
Com tiros de bacamarte
Tenho uma trincheira ferida
E uma revolta querida
Cravadas num estandarte.
Tenho um violão nervoso
Na solidão de seu espaço
Tenho um molho de brasas
Com virtudes do cangaço
Tenho gagueira e surdez
E uma grande insensatez
Nos acordes que eu faço.
Tenho um violão tristonho
Calado com letras cálidas
Tenho um bolo de fumaça
Em minhas vontades pálidas
Tenho luz, controle e censor
E a precisão dum professor
um violão de canções válidas.
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Parabéns Nailson! Excelentes versos. Métrica, rima e oração perfeitos.
ResponderExcluirElogio merecido, Nailson.
ResponderExcluirObrigado pelos elogios.
ResponderExcluirGostei muito do poema, que reveleu-nos uma novidade, o Nailson violonista.Meu colega de trabalho, das letras e das artes, vamos programar uma serenata por aí.
ResponderExcluirOOOOObaaaa!
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