quarta-feira, 24 de abril de 2024

TENEBROSO CASTELLO - Cordel de Fonzim de Anagé












Parabenizamos ao inspirado poeta baiano Fonzim de Anagé pelo décimo lugar no concurso Ditadura Nunca Mais, promovido pelo Ponto de Memória Estação do Cordel. Seu poema fará parte da antologia que será publicada pela Estação, relativa aos 60 anos do estabelecimento da ditadura no Brasil.  


TENEBROSO CASTELLO 


"Bananada de goiaba

Goiabada de marmelo"

E depois da marmelada 

Golpe no verde e amarelo. 

Fez-se a cartilha do crime

E o Brasil foi ao regime

De um tenebroso  Castello.


E era um Castello Branco 

Cheio de salas escuras,

Mil e novecentos rífles,

Ferros para queimaduras.

Mais sessenta e quatro muros

Envolto em porões escuros

De se praticar torturas.


Um quadro feio exibindo 

Numa enorme cristaleira

Militares linha dura 

Com as cores da bandeira. 

E um cálice de tortura 

Com sangue, dor e amargura 

Para a nação brasileira. 


Numa saleta secreta

Via-se alguns generais

Discutindo as estratégias 

De atos institucionais. 

E lá fora a repressão 

Dando à população 

Sumiços pra nunca mais!


Com diversas marretadas

E pancadas de martelo 

A população com garra

Repudiava o flagelo. 

Canções de protesto e luta

Foram contra a força bruta

Até ruir o Castello.


E uma nova construção 

Foi surgindo lentamente.

Comprovando que o Brasil

É sangue e suor da gente.

Abaixo a intolerância

E viva-se a militância 

De quem constrói diferente. 


Foi se então a longa noite 

De tantos crimes brutais, 

Mordaça em toda a imprensa 

E abusos de generais.

Temendo um novo comando

Seguiremos propagando,

Ditadura nunca mais!


Autor: Fonzim de Anagé  

Anagé - Bahia

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VEJA TAMBÉM: 

1º lugar no  Concurso da Estação do Cordel:

https://apoesc.blogspot.com/2024/04/versos-licoes-e-reveses-dos-ecos-da.html


2º Lugar no concurso da Estação do Cordel:

https://apoesc.blogspot.com/2024/04/a-arte-amordacada-edson-de-paiva.html


3º lugar no  Concurso da Estação do Cordel:

https://apoesc.blogspot.com/2024/04/ditadura-nunca-mais-cordel-premiado.html


Poema que obteve a 4ª colocação no  Concurso da Estação do Cordel:

https://apoesc.blogspot.com/2024/04/dos-rincoes-aos-litorais-ditadura-nunca.html


7º lugar: Do Golpe às Diretas Já - Marciano Medeiros

https://apoesc.blogspot.com/2024/04/do-golpe-as-diretas-ja-cordel-de.html


1964 - Cordel de Edcarlos Medeiros

https://apoesc.blogspot.com/2024/04/1964-cordel-de-edcarlos-medeiros.html


Cordel EM GRAVES E AGUDOS TONS - de Romildo Alves

https://apoesc.blogspot.com/2024/04/em-graves-e-agudos-tons-romildo-alves.html


"DEMOCRACIA, PRESENTE!" - De Manoel Cavalcante

https://apoesc.blogspot.com/2024/04/democracia-presente-manoel-cavalcante.html


terça-feira, 23 de abril de 2024

CORDEL DO HORÁRIO NOBRE DA LEITURA NA ESCOLA - José Acaci

 


CORDEL DO HORÁRIO NOBRE DA LEITURA NA ESCOLA

PORTARIA 760/22.10.2022
Autor: José Acaci

Eu não sou advogado,
não sou juiz, nem bedel,
mas recebi um convite
para botar no papel
um texto cheio de leis
para mostrar pra vocês
no formato de cordel.

Pensei em não aceitar
achando não ter suporte,
porém quando li o texto
tão importante e tão forte,
agradeci pela glória,
pois é um marco na história
do Rio Grande do Norte.

O Secretário De Estado
de Educação e Cultura,
do Esporte e do Lazer,
valorizando a leitura
assinou a portaria
que é de grande valia
à nossa literatura.

A portaria que eu falo
É um-cinco-oito-três (1583)
Que é de vinte dois de junho
De dois mil e vinte e três
Um grandioso projeto
Que com carinho e afeto
Eu vou mostrar pra vocês.

O governo do estado
considerando a estrutura
das leis e dispositivos
da nossa magistratura
assinou a portaria
que é uma grande horaria
ao saber e à leitura.

Essa nova portaria
vai ajustar as bitolas,
incentivando a leitura,
dando pontapés nas bolas.
Vale mais que ouro e cobre,
trata-se do Horário Nobre
da Leitura nas Escolas.

Visando contribuir
com o desenvolvimento
da leitura literária
e incentivar o fomento
à nossa literatura,
a mediação de leitura
é o principal argumento.

Essa portaria diz
que Escolas Estaduais
do Rio Grande do Norte
mudem conceitos gerais,
incentivando o saber,
pra quem não lê, passe a ler,
e quem já lê, leia mais.

Determina que as escolas
escolham semanalmente
um momento da leitura
para plantar a semente
em toda a comunidade
com luz, com seriedade,
e de forma consciente.

Que o incentivo à leitura
ganhe notoriedade
e que esse Horário Nobre
seja uma realidade
simultânea e coletiva,
atuante, forte e viva
em toda a comunidade.

O parágrafo segundo
do seu artigo primeiro
diz que todas as escolas
devem ter no seu roteiro
metas e planejamentos
pra todos os segmentos
da escola, por inteiro.

Todos os turnos da escola,
níveis e modalidades,
devem sentir-se incluídas
nos planos e atividades
que sejam oferecidas
partilhadas e vividas
nas suas comunidades.

O projeto de leitura
deve, portanto, integrar
a proposta pedagógica
com o dever de incentivar;
e deve ter na estrutura
o incentivo à leitura
na Matriz Curricular.

É o incentivo à leitura
mostrado de forma tal
que faça parte de uma
carga horária semanal,
com garra e força e sem tédio
nas aulas do ensino médio
e ensino fundamental.

É importante lembrar
o que diz a portaria:
diz que todas as escolas
devem ter autonomia
pra organizar os cenários
e definir os horários,
combinando horas e dias.

De modo que o Horário Nobre
passe a ser uma prática
que aconteça de forma
regular e sistemática,
melhorando a aprendizagem
e trazendo uma mensagem
social e democrática.

A tarefa deve ser
de toda a comunidade,
de todos os professores
que estão em atividade,
e, organizando a lógica,
a equipe pedagógica
tem responsabilidade.

Em cada biblioteca
o trabalho do regente
tem um papel importante
no cultivo da semente
do incentivo à leitura;
do amor à literatura,
e do saber consciente.

O cronograma do horário
deve ser predefinido
pela escola, e divulgado
pra ficar bem conhecido;
sem causar debilidades
das demais atividades
que se tiver definido.

Para que os estudantes
tenham oportunidade
da leitura literária
em sua diversidade:
contos, crônicas e poemas
textos dramáticos e temas
de bastante qualidade.

Também texto jornalístico,
letras de música e cordel,
além de charges e tiras
complementando o papel,
dentro das faixas etárias,
com ações lúdicas e várias
de um valoroso painel.

O governo do estado
atuou nesse cenário
investindo num projeto
democrático e solidário.
E os livros que a gente ama
vêm através do programa
RN literário.

Os livros utilizados
já foram adquiridos
nas várias feiras de livros,
por muitos já conhecidos.
Já foram comprados antes,
estão em nossas estantes
e só precisam ser lidos.

É importante lembrar
que nas ações regulares
deverão ter escritores
de todos os patamares,
mas em todas as manobras
devem ter algumas obras
dos autores potiguares.

Entre as possibilidades
de incentivo à leitura
o horário nobre deve
propiciar abertura
de espaço a mediadores,
escritores e atores
do cabedal da cultura.

Intervenções literárias
aproximando leitores,
trazendo para as escolas
os artistas e autores,
poetas de qualidade
para que a comunidade
reconheça seus valores.

O projeto de leitura
não deve ter a função
de dar ponto ou de dar nota
ou ser avaliação,
E deve ter na essência
que leitura e paciência
ajudam na educação.

Para vermos nas escolas
palestras de escritores,
apresentações de artistas;
debates inspiradores,
valorizando a cultura,
incentivando a leitura,
vivendo nossos valores.

Tomara, meu deus, tomara,
que essa bela portaria
resulte em belos saraus
de música e de poesia.
E termino agradecendo
Pelo convite e dizendo:
adeus, até outro dia.


domingo, 21 de abril de 2024

DITADURA, NEM PENSAR - Cordel de Chico de Iaiá

Felicitamos ao ótimo cordelista potiguar e santo-antoniense Chico de Iaiá pela boa colocação no concurso promovido pelo Ponto de Memória Estação do Cordel. Seu poema foi escolhido para fazer parte da antologia DITADURA NUNCA MAIS.













DITADURA, NEM PENSAR.

Chico de Iaiá


Um País esclarecido

Tem um povo à sua altura.

Não padece de conflitos

Nem precisa de censura.

Diferente dos que são

Dominados pela mão

Da megera DITADURA.


Ela mata a esperança

E persegue a liberdade.

Assassina o livre-arbítrio,

Tira da sociedade

Os direitos que são dela

E depois impõe a ela

Todo grau de crueldade.


Eu exponho como exemplo

No BRASIL o retrocesso.

Quando a elite brasileira

E a CASERNA com sucesso

Impuseram a DITADURA,

Causando uma ruptura

No Senado e no Congresso.


Este golpe trouxe ao povo

Vários tipos de mazelas.

Muitos foram sequestrados

Outros pra detrás das celas.

Pessoas executadas;

Outras tantas exiladas,

Sem as suas parentelas.


Foi no ano sessenta e quatro

Do século recém passado

Que a barbárie teve início

Por período prolongado.

Durou mais de vinte anos

E na mão desses insanos

O povão foi massacrado.


Chegando em oitenta e cinco (1985)

Após anos de tortura,

O povão criou coragem

E mudou sua postura.

Jovens de caras pintadas,

Muitas faixas estampadas,

Com: ABAIXO A DITADURA.


Graças a esse movimento

De coragem e ousadia,

Conquistamos com suor

A nossa DEMOCRACIA.

Então vim pra relembrar:

DITADURA, nem pensar,

Pois é uma anomalia.


Natal/RN



Veja também:

"DEMOCRACIA, PRESENTE!" - De Manoel Cavalcante

https://apoesc.blogspot.com/2024/04/democracia-presente-manoel-cavalcante.html


1º lugar no  Concurso da Estação do Cordel:

https://apoesc.blogspot.com/2024/04/versos-licoes-e-reveses-dos-ecos-da.html


2º Lugar no concurso da Estação do Cordel:

https://apoesc.blogspot.com/2024/04/a-arte-amordacada-edson-de-paiva.html


3º lugar no  Concurso da Estação do Cordel:

https://apoesc.blogspot.com/2024/04/ditadura-nunca-mais-cordel-premiado.html


Poema que obteve a 4ª colocação no  Concurso da Estação do Cordel:

https://apoesc.blogspot.com/2024/04/dos-rincoes-aos-litorais-ditadura-nunca.html


7º lugar: Do Golpe às Diretas Já - Marciano Medeiros

https://apoesc.blogspot.com/2024/04/do-golpe-as-diretas-ja-cordel-de.html


10º Lugar: Tenebroso Castello - Fonzim de Anagé

https://apoesc.blogspot.com/2024/04/tenebroso-castello-cordel-de-fonzim-de.html


1964 - Cordel de Edcarlos Medeiros

https://apoesc.blogspot.com/2024/04/1964-cordel-de-edcarlos-medeiros.html


Cordel EM GRAVES E AGUDOS TONS - de Romildo Alves

https://apoesc.blogspot.com/2024/04/em-graves-e-agudos-tons-romildo-alves.html



sábado, 20 de abril de 2024

A PERSISTÊNCIA SUPERA QUALQUER PERCURSO DA VIDA - Hélio Crisanto

 



1964 - Cordel de Edcarlos Medeiros














Parabenizamos ao inspírado poeta potiguar e caicoense Edcarlos Medeiros pela boa colocação obtida no concurso promovido pelo Ponto de Memória Estação do Cordel. Seu texto foi escolhido para compor a antologia "Ditadura Nunca Mais".

 

1964


Quando os ímãs da central 

Vibraram sons de igualdade 

Uma elite grotesca 

Espumando crueldade 

Iniciou a vigília 

No disfarce de família 

Com Deus pela liberdade 


O tumor da vaidade 

Foi acumulando pus 

Inflamado no discurso 

Que pregava nova luz 

Logo a ala carniceira

Colocou nossa bandeira 

Hasteada em uma cruz 


Ao egoísmo fez jus

A estúpida militância

Na sanha pelo poder 

Cadeira posta em vacância 

Aflorando os tons soturnos

Dos truculentos coturnos

Imersos pela arrogância


Começa a tosca alternância

Das cenas de um triste enredo

Castelo, Arthur e Emílio

Com Ernesto e Figueiredo

O fascismo em pleno cio

Germina um clima sombrio

Que se alimenta de medo  


A Lei se torna brinquedo 

Promulgam Atos escusos

Exílio, tortura e morte

Nas vias dos vis abusos 

Censura editando os temas 

Só receitas e poemas 

São amplamente difusos


Vinte e um anos confusos 

Sequelando na memória 

No eixo de um pau de arara 

Conduzido pela escória 

Ópio da alienação 

Entorpecendo a nação 

Tornando absurdo em glória


Recorte infame da história

Um drama que nunca jaz

Nas insígnias estreladas

Camuflando ânsia mordaz 

Que esse passado de sangue 

Não se torne um bumerangue

Ditadura nunca mais.


Veja também:

"DEMOCRACIA, PRESENTE!" - De Manoel Cavalcante

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1º lugar no  Concurso da Estação do Cordel:

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2º Lugar no concurso da Estação do Cordel:

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3º lugar no  Concurso da Estação do Cordel:

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7º lugar: Do Golpe às Diretas Já - Marciano Medeiros

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Poema que obteve a 4ª colocação no  Concurso da Estação do Cordel:

https://apoesc.blogspot.com/2024/04/dos-rincoes-aos-litorais-ditadura-nunca.html

quinta-feira, 18 de abril de 2024

GOLPE DE URUBU (Poema sobre o morto levado ao banco)

 




GOLPE DE URUBU


Um morto fazendo empréstimo 

A primeira vez que vi

Postaram, eu assisti

Toda aquela presepada

Érika toda preparada

Mandou tio Paulo assinar

O defunto sem piscar

Permanecia calado


Na cadeira bem sentado

Sem pressa nem aperreio

A caneta pelo meio

Sem escrever e nem borrar

Tio Paulo a desbotar 

Já ficando endurecido 

Lá no céu tinha alarido

Dos anjos em alvoroço.


Chupa logo esse caroço 

Gritavam pelo terreiro 

Parecia até vespeiro

Disputando a alma ingrata 

Apostando ouro e prata

Satanás disse ele desce

São Pedro disse confesse

Pra que eu possa perdoar.


Satanás disse vem cá 

Que seu lugar é aqui

Vamos logo dividir 

Esses dezessete mil

Isso é coisa do Brasil

Amanhã ninguém recorda

São Pedro jogou a corda

Puxando ele pro céu.


Satanás sempre cruel

Acorrentou-o pelo pé 

A mídia gritou olé 

Tem assunto pra semana

No banco não tem banana

A polícia foi chamada

A mulher toda arrumada 

Pegava na mão do morto.


O pescoço já bem torto

Apontando pro inferno.

Lá fora com muito inverno

São Pedro jogando água 

Érika já com muita mágoa

O dinheiro não saía 

Satanás ali sorria

Esse aqui já tá no papo.


Apareceu mais um fato

De um homem dando entrevista 

Minha senhora tá na vista

Que esse idoso já morreu

O pé chega fedeu

Arrastando pelo chão 

E quem quiser saber mais 

Procure a televisão. 


Heraldo Lins Marinho Dantas 

Natal/RN, 18.04.2024 - 09:14






EM GRAVES E AGUDOS TONS - Romildo Alves

Parabenizamos ao cordelista baiano Romildo Alves, de Feira de Santana, por sua boa colocação no  concurso promovido pelo Ponto de Memória Estação do Cordel a respeito da ditadura que, em  abril de 2024, completou 60 anos. Seu cordel fará parte da antologia intitulada Ditadura Nunca Mais. Parabéns ao poeta por seus belos versos.



,,,









EM GRAVES E AGUDOS TONS

Romildo Alves

 

Se a ditadura foi boa?

Respondo sem arrodeio:

— Da nossa história é o capítulo

Mais mal escrito e mais feio.

E em graves e agudos tons:

— Só há ditadores bons

Lá no inferno, anda cheio!

 

Refuto, se escuto ou leio

Quaisquer discursos sutis,

Querendo fazer da merda

Uma frágil flor-de-lis.

Meio termo que se exploda!

A ditadura foi toda

Derrota pro meu país.

 

Não foi o povo quem quis

A força dos militares,

Pousando de semideuses

Como seres exemplares.

Decretando em seus ofícios

Que trouxessem sacrifícios

Aos seus escuros altares.

 

Os mais perversos olhares

As mais cruéis atitudes

E a 'pseuda' inteligência

Vista em cabeças tão rudes;

Mentes velhas sem aperto,

Mantando o próprio conserto

Ao matar as juventudes.

 

A ditadura em nudes,

Sem filtros, recentemente,

Vendeu-se de boazuda

Em cada pose indecente.

E, embora flertando insista,

Sua investida golpista

Não nos seduz novamente.

 

Mas há "viúva carente"

Assanhada para o crime

Que o corpo corrupto arde

Lembrando o dito regime.

Dentro da democracia

Seu anseio é pela orgia

Nos braços de quem oprime.

 

Que a gente acabe seu time

Com seus desejos mortais!

Que em vez de marchas tiranas,

Marchinhas de carnavais.

Com a voz da diversidade,

Cantando, com liberdade:

— Ditadura nunca mais!


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Veja também:

"DEMOCRACIA, PRESENTE!" - De Manoel Cavalcante

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Veja o poema que obteve o 2º Lugar no concurso:

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7º lugar: Do Golpe às Diretas Já - Marciano Medeiros

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1964 - Minicordel de Edcarlos Medeiros

https://apoesc.blogspot.com/2024/04/1964-cordel-de-edcarlos-medeiros.html


quarta-feira, 17 de abril de 2024

FESTA NORDESTINA - Lindonete Araújo



Festa Nordestina

Enquanto a chuva deságua
Vejo a poesia rimar nas águas

Sobre a quentura do Nordeste
Esfriando o Sertão e todo o Agreste.

Vejo açudes parecendo o mar
Estrofes bailando no ar
Implorando a caneta e o papel
Escalando palavras, fazendo rapel.

Vejo um rio sangrando de alegria
No sorriso nordestino
O universo entortando o destino
E a natureza fazendo folia.

Vejo o mover da existência
Viajando pelo transporte do tempo
Borbulhando com essência
No barulho estridente do vento.


Lindonete Araújo

terça-feira, 16 de abril de 2024

DEMOCRACIA, PRESENTE! - Manoel Cavalcante



Poema de cordel do admirável vate pauferrense Manoel Cavalcante, escolhido para fazer parte da antologia "Ditadura Nunca Mais", que será publicada pelo Ponto de Memória estação do Cordel. Parabéns ao poeta pelos belos versos e a Nando pela ideia da publicação.


Democracia, presente!

 

Quando o exército aderiu

Ao Golpe por ser escória

Do interesse americano

E de uma elite ilusória,

O tempo escreveu, com vendas,

As páginas mais horrendas

Dos nossos livros de História.

 

Ocultação de cadáveres,

Assassinatos brutais,

Perseguições contra artistas,

Contra intelectuais,

Atroz 31 de março…

Haja sangue no cadarço

Das botas dos generais…

 

Infindos 21 anos,

Período doloso e tétrico...

Tortura em depoimento,

Fichamento quilométrico,

Pimentinha, espancamento,

Geladeira, afogamento,

Pau de arara e choque elétrico.

 

Chicote, garrote, máscara,

Macabra parafernália…

Mulheres violentadas

Sem a menor represália...

Soco, estupro, pontapés,

Jiboias, cães, jacarés…;

E ratos na genitália.

 

Jornalistas censurados,

Arbitrárias detenções,

Violações de direitos,

Sequestros e execuções...

Um sistema no Regime

Para esconder cada crime

E manipular versões.

 

Vladimir Herzog morto

De forma bárbara e trágica

Como se o DOI-CODI fosse

Uma sede antropofágica...

Muitos dados sucumbiram

Junto aos corpos que sumiram...

Tudo num passe de mágica.

 

Ditadura nunca mais!

O Brasil não é quartel!

Punho erguido aos que lutaram

Contra o Regime cruel...

Democracia, presente!

A mãe que deixou a gente

Escrever esse cordel.


*****************************


Poema que obteve o primeiro lugar no  Concurso da Estação do Cordel:

https://apoesc.blogspot.com/2024/04/versos-licoes-e-reveses-dos-ecos-da.html


Veja o poema que obteve o 2º Lugar no concurso:

https://apoesc.blogspot.com/2024/04/a-arte-amordacada-edson-de-paiva.html


Poema que obteve o terceiro lugar no  Concurso da Estação do Cordel:

https://apoesc.blogspot.com/2024/04/ditadura-nunca-mais-cordel-premiado.html


Poema que obteve a 4ª colocação no  Concurso da Estação do Cordel:

https://apoesc.blogspot.com/2024/04/dos-rincoes-aos-litorais-ditadura-nunca.html

segunda-feira, 15 de abril de 2024

NAS CINZAS DO FIM DO MUNDO - Hélio Crisanto














NAS CINZAS DO FIM DO MUNDO


Hoje as nuvens denunciam

Que no céu há explosão 

Humanos se digladiam

Nação combate nação.

A estupidez humana

Embrutecida e insana

Mata e fere num segundo…

Seu ódio vai destilando 

E os restos da paz queimando

Nas cinzas do fim do mundo.


Hélio Crisanto

ANJO DE NEVE - Nelson Almeida

 



ANJO DE NEVE


Anjo de neve

Não peça ao céu

Que a brisa leve

Seja cruel

O malfeitor

Tempo virá

Virar os barcos 

Ver naufragar

Todos os sonhos

De guerra e paz

Que o próprio tempo

Faz e refaz

Desfaz de tudo

Tempo cruel

De um som mudo

Mudar ao léu 

Quem viu teus tons

Verde aurora

O branco Norte

Teus tons implora

Terreno vasto

Cabras pastando

Pastor no pasto

Pastoreando

A sua dor

Não cabe em mim

Viver assim

Nunca foi leve

Anjo de neve

Quando se for

Me leve.


Nelson Almeida. Natal, 14/04/24. 19:19.

domingo, 14 de abril de 2024

SUSSURROS DE LIBERDADE - Cordel de Hélio Pedro

 Parabenizamos ao poeta caicoense Hélio Pedro Souza, membro da ANLiC, por sua boa colocação no concurso promovido pelo Ponto de Memória Estação do Cordel. Seu texto foi escolhido para fazer parte da antologia Ditadura Nunca Mais.



SUSSURROS DE LIBERDADE

 

O Brasil, desde Cabral,

procura seus ideais;

perdeu vidas e riquezas,

e entre as lutas desiguais,

a que mais nos atormenta

surgiu nos anos sessenta...

Ditadura nunca mais!

 

Os governos militares,

com marcas de repressão,

suprimem a voz do povo,

asfixiando a Nação...

E beirando a insanidade

tiram toda a liberdade,

reprimindo o cidadão.

 

No Brasil daqueles tempos

subiu a temperatura,

com militares impondo

uma cruel ditadura,

cercearam liberdades

e distorceram verdades

num caldeirão de censura. 

 

Quem resistiu ao regime

teve os atos censurados;

muitos dos que se opuseram

foram banidos, caçados...

Alguns desapareceram,

não se sabe os que morreram

e os que foram exilados.


Em março de oitenta e três,

foi aumentando a fratura

entre os tantos oprimidos

sob aquela conjuntura,

protesto aqui e acolá,

pedindo “Diretas Já”

fez trincar a ditadura.


Em abril de oitenta e quatro,

as pressões foram gerais,

se juntaram aos partidos

lideranças sindicais,

e todo esse movimento,

agregado ao sentimento,

foi manchete nos jornais.

 

Deixo meu grito de alerta

contra esses riscos reais,

demonstrando aos brasileiros

que não se esqueçam jamais;

e a liberdade, entre nós,

proclame a uma só voz:

Ditadura nunca mais!


Poema que obteve o primeiro lugar no 1º Concurso da Estação do Cordel:

https://apoesc.blogspot.com/2024/04/versos-licoes-e-reveses-dos-ecos-da.html


Veja o poema que obteve o 2º Lugar no concurso:

https://apoesc.blogspot.com/2024/04/a-arte-amordacada-edson-de-paiva.html


Poema que obteve o terceiro lugar no 1º Concurso da Estação do Cordel:

https://apoesc.blogspot.com/2024/04/ditadura-nunca-mais-cordel-premiado.html


Poema que obteve a 4ª colocação no 1º Concurso da Estação do Cordel:

https://apoesc.blogspot.com/2024/04/dos-rincoes-aos-litorais-ditadura-nunca.html


Democracia, Presente! - Manoel Cavalcante

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