DIAS CHUVOSOS QUE NOS FAZEM LEMBRAR NERUDA*
Neruda, o amante incondicional da CHUVA. Isso me leva a lembrar a minha infância. Ah! Como eu amava a chuva de minha vida infante. Nas suas formas diversificadas; tempestades nas tardes dezembrinas. Os redemoinhos nos meses vesperais ao começo da estação das chuvas. Não eram chuvas, mas todos nós, sertanejos, parecíamos ver a chuva chegar. O troar do trovão ribombar, trazendo a chuva no colo dos cúmulos-nimbos, esparramado aguaceiro nos córregos, riachos, ruas e vilarejos.
A chuva em sí é uma canção do tempo, uma rima de todos os poetas, dos enamorados, dos que vivem uma grande paixão, dos que velejam em barcos à luz das luzes, mesmo penumbradas, mesmo da ribalta. A chuva é o feixe de lágrimas do amor perdido, é o bouquet de sentimentos dos que superaram a ousadia da vontade da separação e celebraram o abraço apertado que conjugam todas as curvas e silhuetas, todo um sentimento amoroso guardado há muito tempo e que só em dado momento foi celebrado.
A chuva é o corisco que racha no Sertão, tronco de oiticica duocentenária. Da estrela errante que rompe a amplitude dos céus nas noites invernosas, deixando nós crianças aflitas, segurando as mãos dos nossos pais ou avós, cruzando as veredas da caatinga ainda nua sem folhas e o verde musgo inigualável do Sertão na plenitude das chuvas.
NERUDA*:Pablo Neruda, poeta Chileno, amante da chuva.
Jair Elói de Souza
A chuva é para o sertanejo, assim como é o ouro para minerador, o caçador de minérios!! - João Maria de Medeiros
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