AS ESTÓRIAS CONTADAS PELOS NOSSOS ANCESTRAIS
Nos copiares das casas de fazendas, nas calçadas das póvoas mais remotas do Sertão, era comum na "boca da noite", a reunião de pessoas da mesma família, vizinhas e até distantes, para contarem estórias como uma forma de conversação coletiva, de transmissão de costumes, de tradições e práticas aldeãs.
Dessas premissas, flui a indagação: de onde veio essa bela e enriquecedora forma de interagir?
Cascudo, o Mestre dos mestres do folclore, nos ilumina quando noticia em sua obra "Literatura Oral no Brasil", que havia negras que andavam de povoados em povoados a contarem estórias as outras negras, especialmente as amas de leite.
Por outro lado, Lins do Rego, em sua obra Menino de Engenho, traz notícias de negras que visitavam os velhos banguês, oficiando nessa prática de contar estórias para os seus compatrícios, oriundos da Mama África.
Isso nunca deixou de fazer parte de nossa história. Fomos profundamente influenciados por essas saudosas estórias que ouvimos na infância.
J. E. S.
Jair Eloi de Souza (Advogado, educador, poeta e prosador)
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