NAPOLEÃO:
EFEITOS COLATERAIS
Diogenes da Cunha Lima
Mesmo nessa época de pandemia, muitos
celebram Napoleão Bonaparte nos duzentos anos de sua morte. Ele é uma ilha, no
sentido de um ser isolado, misterioso, único. Nasceu na Córsega,
em 1769. Prisioneiro, fugiu da ilha de Elba e morreu na ilha de Santa Helena,
em 1821.
Estrategista genial, conquistou para
a França quase toda a Europa. A sua ação multifacetada produziu não apenas
efeitos adversos, mas também benéficos.
A sua vida e obra não são totalmente conhecidas.
Goethe havia notado: “A lenda napoleônica é como revelação de São João. Cada
qual pressente que há alguma coisa oculta, mas ninguém sabe o quê”. Anotemos
efeitos positivos.
O BRASIL - era colônia destinada a enriquecer Portugal, o aliado
da Inglaterra. Graças à ameaça de Napoleão de invadir o país, a família real
portuguesa fugiu para o Brasil. Salvador e, depois, o Rio de Janeiro passaram a
ser a capital do reino. O Brasil ganhou a Escola de Cirurgia, a Imprensa régia,
sessenta mil livros para a nossa Biblioteca Nacional, o Jardim Botânico, o
Banco do Brasil. Sem contar as novas profissões e nova moda.
OBRA DE ARTE - A cerimonia de coroação do Imperador (1807) foi
retratada pelo pintor neoclassicista Jacques-Louis David. É obra-mestra do Museu
do Louvre.
CASAR DE BRANCO - O Papa Pio VII celebrou o casamento e a coroação
do Imperador na Catedral de Notre-Dame. Napoleão, numa demonstração de poder, coroou
a si próprio e a sua esposa Josefina. Ela havia desenhado a roupa branca para o
primeiro Consul francês. Até então, não havia cor preferida para as vestes do
casamento. A cor branca passou a ser adotada pela maioria dos nubentes.
ARCO DO TRIUNFO - Símbolo imperdível, foi erguido para a memória das
batalhas napoleônicas, inscrevendo as batalhas e o nome dos seus generais.
DIREITOS
CIVIS - Em sua posse, Napoleão enalteceu as conquistas da
Revolução Francesa. O Código Civil napoleônico (1804), tratando das pessoas,
bens e propriedades, consagrou a supremacia da lei. Estabeleceu as regras valorizadoras dos direitos civis,
influenciando a legislação de muitos países, inclusive do Brasil.
SINFONIA HERÓICA - Napoleão Bonaparte inspirou Beethoven a compor a “Sinfonia
Número 3”. A música encanta.
HISTÓRIA ANTIGA - Napoleão levou cientistas e pesquisadores para
identificar e sequestrar obras de arte e história do Egito antigo. Um soldado
percebeu que havia sinais diferentes ao lado de hieroglifos. Era a Pedra da
Roseta que possibilitou a tradução da escrita egípcia. A descoberta iluminou a
história mundial.
O HOMEM DO DESTINO - Bernard Shaw, Prêmio Nobel de Literatura, compôs esta
comédia, mostrando o domínio da sedução feminina. Assim, a “Dama Misteriosa” venceu
a força do vitorioso Napoleão.
Sentimos faltar aqui alguma coisa, mas não sabemos o
quê.
Diógenes da Cunha Lima (poeta, prosador e compositor) é advogado e presidente da ANL (Academia Norte-rio-grandense de Letras). Alguns de seus livros: “Câmara Cascudo - Um Brasileiro Feliz”, “Instrumento Dúctil”, “Corpo Breve”, “Os Pássaros da Memória”; “Livro das Respostas” (em face do “Libro de las preguntas”, de Pablo Neruda); “A Memória das Cores”; “Memória das Águas”; “O Magnífico”; “A Avó e o Disco Voador” (infantil).
Foi Presidente da FJA, Secretário de Estado; Consultor Geral do Estado; Reitor da UFRN; Presidente do CRUB. Atualmente, dirige o seu Escritório de Advocacia e preside a ANL (Academia de Letras). Alguns de seus livros: “Câmara Cascudo - Um Brasileiro Feliz”, “Instrumento Dúctil”, “Corpo Breve”, “Os Pássaros da Memória”; “Livro das Respostas” (em face do “Libro de las preguntas”, de Pablo Neruda); “A Memória das Cores”; “Memória das Águas”; “O Magnífico”; “A Avó e o Disco Voador” (infantil).
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