João Alberto me enviou esta foto,
hoje, sexta-feira santa, de Luiz Feitosa Lopes, Baixinho, pra lembrar os 20
anos de sua páscoa! Poxa, essa foto me fez pensar, 'que saudade dos tempos do
Bar do Baixinho'! Era tudo de bom! A saudade é o beijo do tempo que nos faz
chorar! É que o tempo vem, nos traz lugares bons , pessoas mágicas e depois vai
embora, assim, sem mais nem menos, sem um aviso prévio, sem um "peraí um
pouco", sem abraços e beijos de despedida! Pena que as fotos não falam! Se
falassem, talvez eu acordasse o tempo pra ouvir, de novo, o "
tranquilis" de Baixinho quando o cliente anunciava que pagaria a conta no
final do mês. Eu escutaria, com gosto, o sorriso e o resmungar
"tranquilis" de Baixinho, ao ouvir as "puias" de Miguelão,
a ironia rebelde de Meireles, as estórias de Lindolfo, a valentia de Desenho e
Caquinho, a tranquilidade de Beto Rockefelle, as palavras inteligentes dos
filhos de Ozanan, a extrema educação do professor Branco a dialogar com Zé
Valdir. Eu saberia ouvir as disputadas partidas de baralho entre Zé Lins, João
Lourenço, Marcão, Jailson da Caixa e João do Boy, daria até pra ouvir o
cochicho de Eduardo Couro de Sapo a compartilhar com Bezerril a sua nova
descoberta secreta. Eu me emocionaria muito com o batuque cadenciado do Tombo
Certo! Eu viveria outra vez, se as fotos falassem, só pra ouvir o corre-corre
do Baixinho em cada mesa, os tintins dos copos bêbados a brindarem as doces e
recíprocas calúnias de seus clientes, eu ouviria de novo as passadas firmes de
um lutador, homem simples, dedicado, tranquilo, que bebeu resignado a
embriaguez de suas horas e inalou a fumaça mortal de seu dia-a-dia, sem
queixas, por amor à vida! Mas as fotos não falam, simplesmente se apossam da
alma do tempo! As fotos sabem ser boas por dentro e cruéis por fora! São frias,
sem coração! Elas só nos mostram a imagem, mas fazem questão de nos lembrar que
a saudade que sentimos de um lugar ou de pessoa querida é a essência do amor
que expressamos, sem a imprecisão das palavras! Valeu, João, o Baixinho será
eterno em nossos corações!
Muito boa crônica Nailson. Fez-me lembrar de baixinho servindo mocotó de boi. Cheguei em baixinho e o mocotó estava cozinhando. Eu fui à cozinha ver como o famoso mocotó era preparado. A fogão entisnado, a panela, também. e aí dissera: só é bom porque é assim; fizeram um poema para o banheiro de baixinho: o banheiro de baixinho, é um banheiro deferente, em vez da gente cagar nele, ele caga na gente.
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