terça-feira, 28 de outubro de 2014

POEMA SOBRE JAPI E NOTA DE FALECIMENTO



MINHAS BOBAGENS (FRANCISCA DE OLIVEIRA CONFESSOR)

Japi, velho japi
Reprodutor das cenas
Do caboclo dançarino
Das mais bonitas morenas
Do canário cantador
Das borboletas serenas

Não espero ganhar ponto
Não tenho capacidade
Mil novecentos e vinte e dois
Nove anos minha idade
Meu pai fez a primeira casa
Onde hoje é a cidade.

Japi da pedra do tacho
Com seu mistério divino
Que batendo nela eu acho
Escutar a voz do sino

E a pedra do meio da serra
Onde o caboclo se inspira
E a lua ilumina a terra
Vê a rocha e admira

Japi da pedra da barra
E a serra dos três irmãos
Onde canta a cigarra
Quando muda a estação.

Pedra da negra, letreiro
Que fica na cordilheira
Boqueirão do aguaceiro
Onde forma a cachoeira

Japi das pedras pretas
E do tanque do urubu
Vaca morta em retreta
Onde canta o sanhaçu

Tem a pedra do letreiro
Onde canta a jati
De onde vem o roteiro
Para o nome de japi.

Contemplando o firmamento
Vejo grandeza daqui
A mansa brisa do vento
A beleza de japi

A grande baraúna
Bem pertinho da cidade
Onde cantava a craúna
Hoje só resta saudade.



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