domingo, 12 de outubro de 2014

DESABA... ABAFO?... NÃO! DESABAFO



O meu brado apesar de retumbante
Na verdade, nem sei se foi ouvido
E agora entalado na garganta
Já nem soa de tão enfraquecido
Penso que com o andar da carruagem
Esse povo já tenha esquecido.
Se hoje estou fraco, cansado, abatido
Surrado, oprimido, também na pobreza
bem antes, já fui figura deslumbrante
Isso, meu amigo, digo com certeza
No tempo de moço, eu era um colosso
E já fui gigante pela natureza
Já fui rico e tive liberdade
Consegui conquistá-la à braço forte
Mas, “alguém” veio cortou a minha sorte
Me usurpando à torto e à direito
E uma situação desse jeito
Desafia meu peito a própria morte
Tô deitado no chão eternamente
Meu berço esplêndido se quebrou
E o meu sonho intenso já virou
Pesadelo que hoje me enerva
Raios fúlgidos fugiram dessa terra
Sol da liberdade se apagou
Obscuro é o fim da minha história
Orfandade é o que tenho por herança
Sem a mãe tão gentil que cedo foi
Meu viver é agora insegurança
Sigo cambaleando nessa vida
Agarrado ao pendão da esperança

Autor: ZéFerreira (José Ferreira Santos)

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