quarta-feira, 30 de março de 2016

ATÉ AQUELE FIM DE PRIMAVERA. - Carlos Medeiros


ATÉ AQUELE FIM DE PRIMAVERA.
Ele...
Nutria-se de um aroma ímpar de sua tulipa amada,
era faminto daquele pouco riso aberto que o revelava o muito escondido.
Sustentava-se com o pão de sua pele fria pelo descuido suave de seu orgulho.
O pólen dela sustentava sua alma com a fúria de sua delicadeza.
Suas mãos surradas não se comparavam aos versos mais formosos.
Sua cor o arrebatava como a única essência de seus sentidos.
Ele...
Apreciava suas pétalas espumadas que o deixavam palpitante.
Preservava o canto luminoso de sua rosa para aliviar o obscuro de seu íntimo.
Aquelas raízes sondavam-no como único abraço nunca conhecido até.
Que o deixavam vivo até aquele fim de primavera.

15/07/2015

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