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domingo, 12 de janeiro de 2014

POLÊMICA: ERA GREGÓRIO DE MATTOS UM PLAGIADOR?

GREGÓRIO DE MATOS, UM PLAGIADOR?

Buscando o Cristo Crucificado um Pecador com Verdadeiro Arrependimento


A vós correndo vou, braços sagrados,
Nessa cruz sacrossanta descobertos,
Que, para receber-me, estais abertos,
E, por não castigar-me, estais cravados.

A vós, divinos olhos, eclipsados
De tanto sangue e lágrimas cobertos,
Pois, para perdoar-me, estais despertos,
E, por não condenar-me, estais fechados.

A vós, pregados pés, por não deixar-me,
A vós, sangue vertido, para ungir-me,
A vós, cabeça baixa, pra chamar-me.

A vós, lado patente, quero unir-me,
A vós, cravos preciosos, quero atar-me,
Para ficar unido, atado e firme.

Comentário meu:

Disseram que Gregório arrependeu-se
dos versos infernais que produziu
e um soneto ao Cristo dirigiu
quando ao final da vida converteu-se
Mas na verdade o que aconteceu
É que Gregório fama recebeu
por versos que não têm sua autoria
Doutor Manoel da Nóbrega é o autor
deste soneto cheio de esplendor
exemplo de excelente poesia.

Até mesmo suas sátiras famosas
a outros vates são atribuídas
algumas são de obras traduzidas
ou são derivações capciosas
Padre Lourenço o repreendeu
em uma sátira que escreveu
expondo alguns dos vergonhosos fatos
mas este texto que o denuncia
muitos afirmam ser da autoria
do acusado: Gregório de Mattos!

Resposta do Padre Lourenço contra o DGregorio de Mattos e Guerra.

Satyra

.....................................................
Doutor Gregorio gadanha,
Pirata do verço alheyo
Callo, que ao mundo tem cheyo
De Satyras, e patranha:
Ja se conheceo a maranha
Das Poezias que vendes
Por tuas, quanto as pertendes
Traduzir de castelhano,
Naõ te envergonhas magano?

.....................................................
Cuida o mundo, que são tuas
As Satyras, que accomodas
Inda que o que vendo a todas
Pode chamar obras suas:
Os rapazes pellas ruas
O andão publicando ja,
E o mundo vaya dedà
Quando vê tal desengano,
Naõ te envergonhas magano?
.....................................................
O soneto que mandaste
Ao Arcebispo elegante
Do de Gongora ao Infante
Ao Cardeal lho furtastes:
Naõ sey como te chamaste
O mestre da Poezia
Furtando mais em hum dia
Que mil ladrões em hum anno.
Naõ te envergonhas mangano?
.....................................................
Falla de ti que so tens
Que fallar de ti Gregorio
A todo o mundo he notorio,
Que tens males, e naõ bens:
Naõ queiras por te aos itens
Com quem sobre castigar te
Sey hade esbofetearte,
E com este desengano


Naõ te envergonhas magano?

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