Não é
de hoje a referência ao professor como um mediador no processo de
ensino/aprendizagem. Sabemos que há uma vasta literatura que trata
dessa questão, esclarecendo e apontando como esse novo papel deve
ser desempenhado pelo professor que, em linhas gerais, deve atuar não
mais apenas como um transmissor de conteúdos, mas um agente que
interfere de forma significativa no processo de aprendizagem do
aluno, facilitando, incentivando e direcionando os caminhos que levam
esse aluno a se constituir em sujeito aprendiz, isto é, em sujeito
que não só se predispõe a absorver conteúdos e repeti-los, mas
também em sujeito que constrói com o professor e os seus colegas um
conhecimento que modifica e interfere seu estar no mundo.
É
evidente que esse novo cenário exige mudanças na forma de conceber
diversas nuances que envolvem o processo educativo, principalmente,
aquelas mais diretamente relacionadas à formação docente, no
sentido de preparar o professor pedagogicamente para interagir com
sujeitos que se distinguem em diversos aspectos: cultural, cognitivo,
social etc., porque sabemos que o domínio do conteúdo ou tema não
é suficiente, é preciso encontrar a melhor forma de repassá-los de
acordo com a realidade de cada grupo. Essa noção se complexifica um
pouco mais quando se trata do ensino a distância, visto que essa
modalidade apresenta características peculiares que não se
encontram no ensino presencial, dentre elas, ressalto a interação
virtual entre professor e aluno.
Tudo o
que já foi dito até agora sobre o papel do professor mediador no
modelo presencial também é válido no modelo a distância,
entretanto nessa última modalidade, ao meu ver, exige-se do mediador
alguns saberes mais especializados de acordo com o meio pelo qual é
ofertado o ensino, aqui me refiro, de modo particular, à modalidade
que se utiliza das novas tecnologias relacionadas aos
recursos/ferramentas da internet.
Nesse
campo, o papel do mediador pedagógico, a sua forma de atuação e os
recursos que este venha a utilizar são fundamentais para o sucesso
dessa modalidade de ensino. É óbvio que o aluno também terá que
se dispor a colaborar, estar aberto e disciplinado para essa forma de
aprendizagem, caso contrário, o fracasso será inevitável. Mas
destaco que nesses casos não se deve delegar tal fracasso ao
professor, pois se este desempenhou bem o seu papel de mediador, não
cabe a ele tal atribuição.
E esse
desempenho engloba uma gama de saberes - além dos já citados
anteriormente - que são pré-requisitos para o sucesso entre a
interação professor-aluno, tais como: um bom nível de compreensão
sobre o funcionamento das ferramentas e dos recursos disponíveis
pelas novas tecnologias, bem como os efeitos que estes desencadeiam
no processo de aprendizagem e na interação professor/aluno,
destacando aqui a necessidade de se construir uma nova identidade
para o professor que prescinde adaptar seu perfil e seu aporte
teórico-metodológico às demandas dessa modalidade.
De forma mais específica, pensa-se num profissional dinâmico,
colaborativo, atuante, flexível e disponível para atender ao aluno
da forma mais rápida e eficiente e por meio dos recursos que forem
mais adequados às necessidades de aprendizagem do aluno: fóruns,
chats, web conferências, mensagens individualizadas, disponibilidade
e acessibilidade de material teórico, de bibliografia especializada,
de exercícios, de textos e/ou vídeos que facilitem a compreensão
do aluno sobre determinado tema ou conteúdo e, principalmente, saber
conduzir de forma interativa o processo de mediação do
conhecimento.
Esse
último ponto é essencial na EaD , e quando se utiliza de
ferramentas/recursos como chats e web conferências, por exemplo,
entendo que a atuação do mediador é fundamental, uma vez que a
interação, a troca de informações entre os participantes, por
ocorrer em tempo real, demanda certos cuidados que são primordiais,
tais como: fazer com que todos participem da discussão,
instigando-os e orientando-os; preservar as faces, isto é, cuidar
para que não ocorra possíveis mal-entendidos ou aborrecimentos
quando houver pontos de vistas divergentes; ser acessível às
dúvidas do aluno sobre o tema da discussão ou sobre alguma situação
referente ao curso; saber reconduzir os participantes à discussão
em pauta quando estes mudam de foco; ser ético e agir com
profissionalismo em situações constrangedoras. Enfim, cuidar para
que os objetivos propostos sejam alcançados da melhor forma
possível.
Parabéns, Cristiane! Excelente texto.
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ExcluirNão podemos ficar presos a uma educação aos moldes do final do século XVIII e como em tudo na vida , em educação também há os prós e os contras. É uma alternativa de ensino interessante e acho até irreversível, dado a conjuntura social em que vivemos hoje. O exemplo maior é que estamos aqui nos relacionando em um blog. É muito interessante o texto de Cristiane, ainda mais pela riqueza de detalhes para que a Educação à Distância seja bem sucedida.
ResponderExcluirParabéns, Cristiane! É isso mesmo, o professor, nessa modalidade, é um colaborador e deve ser assíduo, no que concerne à atualização dos fóruns e às respostas aos questionamentos dos alunos. Apesar de ainda existir um certo preconceito, a EAD está se tornando uma modalidade muito utilizada, seja por grandes empresas ou instituições regulares de ensino. Obrigado pela contribuição.
ResponderExcluirExcelente artigo! Valeu, Cristiane, esperamos mais outros artigos com essa riqueza de ideias e a leveza de seu estilo linguístico.
ResponderExcluirÓtimo texto! concordo com o pensamento de Cristiane, na EAD o papel do professor é redimensionado e cabe ao aluno ter consciência e responsabilidade sobre a sua atuação participação neste processo tão dinâmico.
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