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sexta-feira, 26 de julho de 2024

HOMENAGENS A J. BORGES (Xilógrafo, Cordelista, Pintor e Entalhador)


(Bezerros, 20 de dezembro de 1935 – Bezerros, 26 de julho de 2024)


UM LOUVOR A J. BORGES (Gilberto Cardoso dos Santos)

 

No ano mil novecentos

E trinta e cinco nasceu,

Na cidade de Bezerros,

Este ser que enriqueceu

A cultura popular

Com seu traço singular

E ao Brasil engrandeceu.

 

Até em solo europeu

Teve reconhecimento.

O grande Papa Francisco

Viu num quadro o seu talento.

O recebeu de presente

De Lula, o então presidente,

Durante importante evento.

 

Fez da arte o seu sustento,

Foi muito bem sucedido.

Também por FHC,

Ele foi reconhecido.

Da UNESCO prêmio ganhou,

Também aulas ministrou

Na Europa e foi aplaudido.

 

Tornou-se muito querido

Por suas xilogravuras

Nas capas de seus cordéis,

Também nas suas pinturas.

Por sua tenacidade,

Dons e criatividade,

Pôde alçar grandes alturas.

 

Ao traçar simples figuras

Com goivas e com pincel,

Exaltou nosso nordeste,

Deu nova vida ao cordel.

Nós jamais o esqueceremos,

Pois gratos reconhecemos

Seu relevante papel.

 

A morte, sempre cruel

Tentou, tentou e o venceu.

Foi no dia dos avós

Que o vovô Borges morreu.

O ilustre pernambucano

Foi se encontrar com Ariano

Que o louvou e enalteceu.

 

Que a vida que ele viveu

Nos sirva de inspiração.

Que seus cordéis possam ser

Lidos por toda a nação.

Que tão belas produções

Encantem mil gerações

Através da educação.


Autor: Gilberto Cardoso dos Santos






VERSOS SOBRE J. BORGES (Samuel de Monteiro) 

J. Borges, nosso mestre
Partiu pra Corte Celeste
Foi encontrar Ariano
Outra figura inconteste
No mundo da poesia
Os dois passaram no teste!

Como ele sempre dizia:
Xilogravura é gravura
Entalhada na madeira
Do sertão, a arte pura
Xilógrafo é o nome
De quem faz xilogravura

Viajou o mundo todo
Levando o nosso Sertão
Da cidade de Bezerros
Encantou toda a Nação
Na arte, a simplicidade
Carregada de emoção

Viveu bem todos os dias
Deixando um grande legado
Seus filhos, netos, sobrinhos
Aprenderam lado a lado
Nena foi porto seguro
Do nosso mestre afamado

Pablo Borges representa
Sua continuidade
Bacaro, filho caçula
Imprimiu modernidade
Outros talentos seguiram
A sua simplicidade

As prosas e o riso solto
As histórias do passado
Borges nos impressionava
Com o pensamento aguçado
Trabalhou até o fim
No seu ofício sagrado

Com seu jeito sertanejo
Representou nossa gente
No seu traço, nos mostrava
Nossa cultura potente
A paisagem nordestina
Sempre estava, ali presente

Agradeço humildemente
Seu carinho e amizade
Nossas prosas e trabalhos
Anos de cumplicidade
Siga em paz, mestre querido
Hoje nós somos saudade!

(Autor: Samuel de Monteiro)












REFLEXÃO SOBRE A PERDA DE  J. BORGES

A vida é rio que corre
Para o mar da eternidade,
O mundo, um vale de lágrimas,
De dor, tristeza e saudade,
É também o grande palco
Onde atua a humanidade.
A vida também é sonho,
O teatro do impossível,
J. Borges, que elevou
A gravura a novo nível,
Em sua arte retratou
O real e o intangível.
O nosso destino aponta
Para o caminho da cova.
Quem é eterno não morre,
Deixa a arte como prova
E, na matéria dos sonhos,
Em seus filhos se renova.










A Chegada do J. Borges no Céu 

(autor desconhecido)


Na manhã de um dia santo,

Num céu de azul claridão,

Chegava J. Borges sereno,

Com o coração na mão.

O poeta da xilogravura,

Vindo da terra, em oração.

 

Lá no alto, Deus aguardava,

Com sorriso de afeição.

"Bem-vindo, mestre dos versos,

Filho dessa nação."

J. Borges olhou encantado,

Sentiu paz no coração.

 

Dom Helder Câmara surgiu,

Com seu olhar de bondade.

“Poeta, tua arte é grande,

Tua luta, liberdade.

Em teus versos, sempre ecoa,

A voz da nossa verdade.”

 

Eis que Lampião aparece,

Com Maria Bonita ao lado,

“Poeta, conta as histórias,

De um sertão sofrido e amado.

Nas tuas linhas e traços,

Nosso destino é contado.”

 

Paulo Freyre, de saber,

Com livros nas mãos surge então,

“Educação é o caminho,

Pra mudar toda a nação.

J. Borges, tua arte é luz,

Na estrada da formação.”

 

Violetta Arrães se aproxima,

Com seu canto a encantar.

“Poeta, tua inspiração,

Nunca deixará de brilhar.

Nas feiras e nas ruas,

Teu nome vão sempre aclamar.”

 

J. Borges, emocionado,

Com lágrimas de gratidão,

Agradece a cada um,

Por tamanha recepção.

E no céu dos grandes mestres,

Encontra a paz no coração.

 

“Deus, te agradeço, ó Pai,

Por me trazer até aqui,

Onde os grandes se reúnem,

E a poesia não tem fim.

Prometo continuar cantando,

Mesmo após o meu fim.”


E assim, J. Borges no céu,

Com sua arte a encantar,

Continua a escrever cordéis,

Para o povo celebrar.

Eternizando em xilogravuras,

Histórias que fazem sonhar.










Panegirico para J. Borges

O cordel era nossa cartilha
informava sobre o mundo
de cangaceiros e guerras
acidentes e desastres
diversão e informação
Foi assim que J. Borges
Desasnou para o mundo
E criou algumas centenas
Desses folhetinhos
Hoje povo não tem tempo
Escreve pouco e sacanagem
J. aprendeu fazer xilos
E espalhou pelo mundo
Ariano ajudou a divulgar
melhor gravador popular
fazia umas figuras feias
O povo gostava de
macacos e diabos
a vida secreta da mulher feia
A mulher e o diabo
A chegada da prostituta ao céu
foi seu maior sucesso no cordel
"depois disso a prostituta
foi fazendo o que bem quis
botou galha em São Pedro
namorou com São Luiz
tirou sarro com São Bento
no beco do chafariz".

João da Mata Costa




2 comentários:

  1. Encantada com as belas homenagens, todas muito belas! Aplausos para J. Borges.

    Goretti Borges

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  2. Que beleza, meu amigo! J. Borges talhou a sua bela história com traços, cores e talento na memória da cultura nordestina brasileira! - Naílson Costa

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