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terça-feira, 16 de julho de 2019

TAPERA - Hélio Crisanto



TAPERA Toda tapera esquecida Nos confins desse sertão Deixa um rastro de saudade A lembrança de um pagão Que sucumbiu sem defesa Vítima de inanição Quem sabe dessa tapera Saiu um grande doutor Um renomado juiz Um conhecido cantor Porque entre os pedregulhos Também germina uma flor Morcegos, ratos, corujas... Dormem pelos seus escombros O fantasma da pobreza Seu dono levou nos ombros Antro de vidas passadas Onde dorme os “malassombros” Quem morou nesse casebre Muita precisão passou Talvez por necessidade Varias vezes jejuou Sem ter o pão da família Olhou pro céu e chorou

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