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quinta-feira, 7 de fevereiro de 2019
Chuva, verde e vida - Jadson Lima
Chuva, verde e vida
Quando a barra se acinzenta
E a nuvem fica encharcada
Vejo DEUS no firmamento
Afinando a trovoada
E o camponês satisfeito
Se enche de fé no peito
E vai limpar sua enxada.
Uma nuvem carregada
Faísca fotografando
O chão seco e feito pó
Que o sol estava queimando
Depois da fotografia
Despeja sua Invernia
No solo, frutificando.
Vejo as nuvens gotejando
A vida regando a terra
E uma cabra berrando
Por um cabrito que berra
Perdido dentro da mata
E ao longe o som da cascata
Mostra a seca que se encerra.
A lama ensopando a terra
Um cururu faz espuma
Uma galinha pedrez
Cacareja e se apruma
Se aninha com seus filhotes
E no curral os garrotes
Se amuntuam numa ruma.
O pavão solta uma pluma
No meio do lamaçal
Uma vaca dando cria
Bem no meio do curral
O vaqueiro olhando a vaca
E um bacurau na estaca
Pra pastorar o quintal.
É um quadro sem igual
A chuva molhando o chão
O verde abre um sorriso
Mudando a vegetação
A chã se transforma em tela
DEUS com perfeição pincela
Aquarelando o sertão.
Cada pingo rega um grão
De esperança no peito
Cada grão nasce uma flor
Mostrando como é perfeito
A natureza imponente
Que a chuva é como um presente
Que o céu nos da satisfeito.
O solo de tão perfeito
Quando o inverno vigora
Fica enfeitado de vida
Basta chover uma hora
Pra ele ficar verdoso
Forte lindo e vigoroso
Para nutrir fauna e flora.
A chuva que cai lá fora
Se ouve aqui na palhoça
De longe um cachorro magro
Debaixo duma carroça
Que a muitos dias não come
Grunhi, late sente fome
Deita no chão e se coça.
E as formigas de roça
Já carregando comida
Cada uma trabalhando
Pra garantir na guarida
Um inverno de fartura
Trabalha na vida dura
Para durar mais a vida.
Menino aposta corrida
Para chegar no barreiro
Com um landuá na mão
E um anzol piabeiro
E a Curimatã ovada
Sobe mas fica enganchada
Na rede do canoeiro.
No céu vejo um nevoeiro
Do chão já se aproximando
É tanta chuva que vem
Que eu já fico observando
E de sentir emoção
Me vem tanta inspiração
Que agradeço versejando.
E sempre que vou rimando
Falando da Invernada
Vejo o nordeste mais vivo
Matando a seca afogada
Escrevendo com fartura
A riqueza da cultura
Que está em nós entranhada.
Essa semente plantada
Nos versos desse matuto
Com a chuva da poesia
Nesse solo quente e bruto
Mostra a chuva no Nordeste
Onde a cultura se veste
Pra nos dá o melhor fruto.
Jadson Lima
Bom Jesus-RN
Fevereiro de 2019
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