PSEUDO-REALIDADE
Estamos vivendo uma era narcisista e
nela estão inseridas redes sociais que veiculam as suas atitudes, sejam elas coletivas
ou individuais. É preocupante enxergar como as pessoas se deixam levar por
notícias e imagens falsas, a exemplo das fake news.
Quantas mentiras políticas disseminadas
nos últimos dias, quantas inverdades pessoais digitadas por um ego
aparentemente forte e inflado, quantos desejos de espalharem perfeição, onde bem
sabemos que a perfeição não existe. Quantas promessas mirabolantes circulam por
coachs convidando pessoas para uma transformação rápida num breve espaço de
tempo, quando sabemos que o inconsciente é apenas uma ponta do iceberg.
Quanta gente lendo autoajuda com intuito
de impressionar e expressar ao mundo que
vive uma alma só de maravilhas. Quanta enganação de hipnotistas falsos que
ludibriam as emoções alheias. Quanta gente repassa um ar eterno de felicidade
que só é real nas telas da tecnologia. Quantos elogios exacerbados, divinos e
virtuais são feitos aos amigos, aos familiares e a si, que foge da realidade cotidiana
e humana. Quanta expressão de um self ideal e não real, sem a demonstração dos
pés no chão. Quantas mensagens religiosas e contraditórias, que manipulam vidas
sem nenhuma piedade.
Quanta exposição das desgraças humanas
através de terríveis fotografias sem a menor empatia pelo o outro e pela
família em sofrimento. Quanto exibicionismo corporal e falta de maturidade com
objetivo de chamar atenção na internet por algum motivo. Quanta ridicularização
comportamental devido à falta de reconhecimento para uma real e imprescindível mudança.
Quanta demonstração de impecabilidade
familiar em todos os aspectos, indicando que há mitificação nas palavras. Quantos
delírios inseridos em textos de que o céu já é plenitude na terra. Quantas interrogações,
quantos mecanismos de defesa, quantas crenças, quantas ilusões de óptica, quanta
euforia, quantas mentiras, quanta aparência, quantas fugas existenciais,
quantas necessidades pessoais, quanta falta de fé, quanta frieza humana, quanto
falso preenchimento, quanta necessidade de ajuda psíquica, quanto vazio
existencial.
Cuidemos
de nossa saúde mental!
Lindonete Câmara. Em,
11/11/2018.
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